Edifício de Habitação VNT

O projecto de arquitectura do Edifício de Habitação em Vila Nova de Tazem da autoria de Nuno Ladeiro e Marco Martins, Insere-se  no núcleo urbano de Vila Nova de Tazem, uma pequena vila na proximidade da Serra da Estrela que se caracteriza por um tecido urbano consolidado, cujas características predominantes são edificações de 2 e 3 pisos destinadas a habitação unifamiliar e colectiva. O local forma um gaveto entre a Rua dos Loureiros e o Largo Joaquim Borges Artiaga .

A configuração, os limites do terreno e a envolvente construída, condicionaram fortemente a forma e a implantação do novo edifício, proporcionando relações funcionais e formais com o lugar. A solução aposta numa concepção simples, com base na construção de uma frente urbana de remate ao conjunto edificado e à sua integração no tecido urbano.

Deste modo, o objectivo foi encontrar uma relação com as características morfológicas do lote, bem como o acerto com a cércea dominante das edificações existentes. O edifício desenvolve-se assim, com uma cércea de 3 pisos para o Largo Joaquim Borges Artiaga, 4 pisos para a Rua dos Loureiros e 3 pisos para o Largo Doutora Maria Cândida.

Está também prevista uma cave para parqueamento automóvel e arrecadações no qual o acesso das viaturas é realizado através da rua dos Loureiros de cota mais favorável, reduzindo a escavação para o efeito sem prejuízo do nível freático das águas.

Para os autores, o edifício terá com a envolvente uma relação harmoniosa, através do piso térreo onde se encontra a zona comercial e o logradouro, ou seja, através da cota da via pública e a cota de soleira.

O edifício permitirá edificar um lote à muitos anos dotado ao abandono e que com esta nova intervenção arquitectónica, vai proporcionar uma mais valia na oferta espaços comerciais, estacionamento, habitação de grande qualidade, arquitectura contemporânea, e que justifica plenamente o carácter de excepção da construção.

A solução apresentada baseia-se essencialmente na optimização e funcionalidade do espaço habitacional e comercial, com 15 fogos de tipologias variadas, de T1, T2, e T3 servidos por três núcleos de comunicações verticais.

A organização funcional das habitações, foi determinante pelo facto de favorecer especialmente a zona social da casa, não só em termos de área como também no que respeita às vistas sobre a Serra e à exposição solar. Assim, os autores estabeleceram uma relação directa entre a sala e cozinha, criando uma zona de circulação mais íntima para quartos.

Tratando-se claramente de uma opção arquitectónica moderna, entenderam os autores do projecto que a geometria elementar e as suas consequências de racionalidade, associadas aos aspectos da lógica simples, não são apenas manifestações da nossa época. O uso geométrico do cubo e do paralelepípedo tem uma universalidade que foi reformulada nos finais do século XVIII. Portanto, o racionalismo moderno e que se evidencia nas fachadas desta proposta, corresponde, em parte, a um apuramento mais significativo dos símbolos geométricos dos séculos XVIII e XIX que, no fundo fazem parte morfologia urbana da vila.