Início em 01/06/2021 até 30/06/2021

A 8ª edição Arquiteturas Film Festival, está de olhos postos na produção cinematográfica saída de Angola, onde a confluência de tempos e regimes é visível na sua arquitetura e na sua memória coletiva. As vozes do cinema angolano, que se tornam cada vez mais sonantes, têm a curadoria da jornalista, escritora e produtora Marta Lança.
Seguindo os temas das edições anteriores do festival que abordaram questões contemporâneas relativas ao ambiente construído, continuaremos a acolher um fórum aberto para discussão, por meio de histórias audiovisuais pessoais, coletivas e globais vindas de todos os cantos do mundo. A 8ª edição da Arquiteturas tem como objetivo refletir sobre a construção social do espaço conectado a um fio que circula dentro de suas próprias narrativas de dominação.
Narrativas também sobre identidade que muitas vezes é retirada ou forçada a representar o nosso corpo. Contra algumas suposições atuais, vemos este paradigma perceptivo — um epítome da visão de nossos tempos — como fundamentalmente social, espacial e corporal.
A arquitetura trabalha com poderes administrativos, económicos, políticos e estruturais que controlam, segregam e colonizam, mapeando ativamente os territórios espaciais habitados pelos nossos corpos. Agora, para sermos justos, isto não é apenas uma interpretação sombria da disciplina, é um pedido para pensar ativamente sobre a nossa responsabilidade como espectador, enquanto percorremos este labirinto de desigualdades como descendentes diretos da exploração do espaço e dos corpos.
PAÍS CONVIDADO: ANGOLA
Os angolanos têm vivido experiências extremas como a conquista pela independência, conflitos bélicos de longa duração, amarguras políticas e alta oscilação económica. A festa nunca pára, nem nos momentos de mágoa. Alegria um modo de luta ou de alienação?
Cada dia se acorda numa Luanda de resistência. A confluência de tempos e regimes é visível na arquitetura, colonial, dos sobrados esclavagistas ao modernismo tropical, do Português suave ao neo-liberalismo, passando pelo arranha-céus asiático das novas centralidades.
Qualquer angolano dava um filme biográfico imperdível.
Um país com pouca produção cinematográfica que é um viveiro de histórias mirabolantes à espera que uma câmara as revele.
Vamos sentir o pulsar de uma grande metrópole africana e as complexidades geopolíticas angolanas, desde Cuba à China.
Os ritmos eletrizantes que são banda sonora da cidade.
Curadora convidada: MARTA LANÇA
- Edição: Arquiteturas Film Festival
- Tema: Bodies Out of Space