Projetos portugueses entre os finalistas dos Prémios FAD 2021

Categorias: Arquitetura

São cinco os projetos portugueses entre os 21 finalistas na 63ª edição dos Prémios FAD de Arquitectura e Interiorismo 2021.

O Prémio FAD é um prémio concedido anualmente desde 1958 pela associação espanhola ArquinFAD.
Na edição deste ano foram submetidos um total de 368 projectos: 169 na categoria Arquitectura; 114 na categoria Interiorismo; 38 na categoria Cidade e Paisagem e ainda 46 Intervenções Efémeras.

Do total de trabalhos inscritos, o júri formado por Fabrizio Barozzi (presidente), Agnès Blanch, Daria da Seta, Manel Marin, Pedro Matos Gameiro e Rosa Rull (vogal) elegeu 21 projetos finalistas e 38 trabalhos selecionados nas diferentes categorias.

Na categoria de de arquitetura são dois os projetos finalistas, um é o projeto CASA NO RESTELO, em Lisboa, de  Pedro Domingos Arquitectos, que a avaliação do júri destaca “em oposição a uma hermeticidade exterior insinuada, o projeto revela uma espacialidade interior elaborada, construída através de uma sequência que cruza constantemente os espaços interiores e exteriores, inter-relacionando-se o extenso programa habitacional. A contextualização do programa em relação ao troço – íntimo, no rés-do-chão, e aberto à vista, nos superiores – contribui para dar forma a uma vivência interior matizada, ao mesmo tempo que a escolha dos materiais e a precisão dos detalhes dando coerência e consistência material ao projeto.”

O outro projeto CASA NO TÂMEGA, em Marco de Canaveses, dos arquitetos Hugo Ferreira e Nuno Sousa. O júri valorizou “a forma como a extroversão e a complexidade primária dos espaços exteriores, geradas pela inserção da casa na topografia quase sem modificá-la, por oposição à introversão e simplicidade das habitações interiores, geram situações de uso sempre matizadas , diferente e em mudança. ”

O projeto DOURADORES, em Lisboa, de José Adrião Arquitetos é finalista na categoria Interiorismo. O júri valorizou ” a dedicada e rigorosa recuperação dos valores históricos do edifício, que preserva as diferentes camadas e sobreposições de frescos nas paredes. O equilíbrio entre a arquitetura original recuperada, a decoração das paredes antigas do século XIX, o uso de materiais atuais e a inserção das novas infraestruturas técnicas, criam um interior de grande harmonia, onde o recurso a uma ilusão ótica, produzida pela colocação de espelhos, sugere uma aparente continuidade visual com o projeto original.”

O pavilhão INBETWEEN, em Ponta Delgada, de Ponto Atelier é finalista na categoria de Instalações Efémeras.
O júri destaca “a obra pelo diálogo que estabelece com o seu ambiente: uma clareira verde, um invólucro puro e preto protege, sem fechar totalmente, o conteúdo da exposição, e define um volume simples que consegue ativar fortes contrapontos dialéticos. Por fora, a inclinação das paredes e sua suspensão remetem a acidentes da natureza como o vento e a topografia ondulante; por dentro, o chão, composto como um tapete de peças, mostra um jogo de perspectiva forçada no céu cortado pelo quadrilátero; um céu que se move, com luz e nuvens passando, que introduz o tempo numa obra que fala, pelo que é efêmero, também do que é eterno ”.

O livro PALLADIO E O MODERNO, de autoria de José Miguel Rodrigues é finalista na categoria de Pensamento e Crítica, na opinião do júri “Este livro recolhe uma das lições que o autor preparou para a sua oposição como professor de História da Arquitetura Moderna. Este é o ponto de interesse: o reconhecimento do termo moderno” como forma de atividade que mantém uma relação perfeita com a vida” e como acompanha diferentes obras e arquitetos ao longo da história da arquitetura. Corroborar esse conceito em Palladio e sua visão da contemporaneidade constituem uma descoberta de valor indubitável. Ser moderno do antigo é o programa que Palladio desenvolve e que, com muita sensibilidade, o autor mostra tanto na análise de suas obras? – moradias, palácios, basílicas, ponte e templos -, como através da sua teoria, em que a tensão entre a norma – ordem – e liberdade – ′′ abuso ′′ e ′′ invenções -, definem a arquitetura de Palladio e sua modernidade.”

Com esta lição, José Miguel Rodrigues cumpre a difícil tarefa de trazer novas leituras sobre o passado e movê-las para o presente de forma acessível e, ao mesmo tempo, sugestiva. Sua visão contemporânea do nosso passado representa, sem dúvida, uma grande contribuição para a crítica arquitetônica.”

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