O gesto puro que é esplendor do pensamento

“É a criação de um vocabulário para o que é apenas de ver”, escreve Valter Hugo Mãe. São figuras apuradas numa “síntese absoluta, à procura de uma caligrafia do corpo”. A linha é “tão magra que atravessa o leite puro da página, sem perder sentido. Uma quebra amável”, pode ler-se nos textos criados por Valter Hugo Mãe.

As imagens obedecem ao “ímpeto do objeto puro, o gesto puro, o esplendor do pensamento”.  Sendo “escultura” que ganha forma, reinterpretadas por Álvaro Siza, as tragédias “são tumulares”. Tão “limpas” como “as suas casas”

Édipo/Antígona – Desenhos de Siza Vieira com textos de Valter Hugo Mãe inaugura a 28 de fevereiro, às 18h00, na Casa Comum e prolonga-se até 6 de maio. A sessão de abertura contará com a presença do escritor e do arquiteto António Choupina.