
António Porfírio Maia foi este sábado, 1 de Março, homenageado na 4ª edição do Prémio de Arquitetura do Algarve ao receber o Prémio Carreira.
«É para mim uma honra tremenda ser distinguido neste prémio», começou por dizer, emocionado, o arquiteto.
Dono de uma vasta carreira, o profissional aproveitou ainda para agradecer a todos os que, nestes anos, trabalharam com ele.
«Se algum mérito eu tive, foi o de ter reunido sempre uma equipa de colaboradores que se dedicaram de corpo e alma às tarefas que eu coloquei, quer no ateliê, quer na Câmara Municipal de Faro, quer na CCDR Algarve. Um agradecimento também para os professores que tive, foram muitos, sem os quais, porventura, não teria conseguido desempenhar cabalmente as minhas funções», continuou, realçando a «sorte» que teve em encontrar «bons clientes, daqueles que nos dão liberdade».
Esta foi a grande surpresa da cerimónia de entrega de prémios, organizada pela Secção Regional do Algarve da Ordem dos Arquitectos, onde foram ainda distinguidas obras selecionadas em quatro categorias e apresentada a 1ª edição da revista “Interseções-Algarve”, cujo tema é “O Modernismo”.
Quanto aos prémios, na categoria “Habitação Unifamiliar ou Bifamiliar” havia oito propostas e a vencedora foi a House in Praia Verde, em Castro Marim, do arquiteto José Martinez Silva. O júri decidiu ainda atribuir nesta categoria uma menção honrosa ao projeto Casa do Limoeiro, em Aljezur, do arquiteto Alexandre Loureiro.
Nos “Equipamentos, Serviços ou Indústria”, houve seis candidaturas e o vencedor foi o Museu Casa do Colecionador, em Moncarapacho, do arquiteto Filipe Rodrigues.
À categoria “Arquitetura e Paisagem” concorreram dois projetos e o vencedor foi o Parque Verde da Ribeira de Aljezur, do arquiteto António Marques.
A “Melhor obra de reabilitação” foi a Casa Amor, em Olhão, da arquiteta Tatiana Bento, mas também o projeto Casa Raul Lino, em Tavira, da arquiteta Ambra Zotti, recebeu uma menção honrosa.
Os trabalhos apresentados e os arquitetos foram ainda elogiados por António Porfírio Maia.
«Aquilo que eu mais desejo, do fundo do meu coração, depois de ver estes belíssimos trabalhos que hoje foram distinguidos, mas também os outros que tive a oportunidade de apreciar, é que a sorte que eu tive, vocês tenham em dobro. Ser arquiteto hoje em dia é muitíssimo mais difícil do que foi ser arquiteto nos anos 80 e 90», realçou.
Apesar de este ser um prémio recente, que ainda só teve quatro edições, Ricardo Latoeiro, presidente da secção regional do Algarve da Ordem, destaca que «a adesão tem sido muito boa e o que importa é que continue a ganhar forma daqui para a frente» para levar o que de melhor se faz no Algarve a todo o país e mundo.
Em relação ao Prémio Carreira, que, segundo o arquiteto, «já existia, mas estava um pouco solto», a Secção Regional do Algarve da Ordem dos Arquitectos decidiu consolidá-lo e, para isso, até contou com a ajuda de Siza Vieira, que foi desafiado a desenhar o galardão que será entregue daqui para a frente.
«Quando nós o desafiámos, não foi preciso dizermos mais nada e ele começou a desenhar a peça. Quando a recebemos, nem sequer tínhamos a resposta do “sim” e ficámos logo com a maquete. Foi de uma generosidade gigante e já está tudo escolhido: a peça está completamente desenhada, o mármore está escolhido, só falta mesmo recebermos a peça fisicamente», explicou Ricardo Latoeiro ao Sul Informação.
A 4ª edição do Prémio de Arquitetura do Algarve contou com o apoio do Município de Faro, da Água Monchique e da P3 – Projectos de Engenharia e foi organizado em parceria com a Associação Portuguesa de Arquitectos Paisagistas.
Texto: Sul Informação . Mariana Carriço
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