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Pretende reconhecer a excelência da arquitectura produzida na Europa em termos sociais, culturais, técnicos, estéticos e construtivos, contemplando diversas tipologias e enquadramento territorial.
As obras seleccionadas pretendem representar a produção arquitetónica no território da União Europeia no biénio 2017-2018.
A obra da Capela de Nossa Senhora de Fátima irá agora integrar o conjunto de nomeados pelas diversas organizações profissionais, peritos independentes, e instituições dos países europeus, com vista à selecção de uma shortlist de 40 obras que será divulgada em Janeiro de 2019, e cujas obras serão obrigatoriamente visitadas pelo Júri, para posteriormente eleger os 5 finalistas, que apresentarão os seus trabalhos, e estarão presentes em Barcelona em Maio de 2019 na cerimónia de entrega de Prémios, onde será revelado o grande vencedor.
Sobre o Projecto
A Capela situa-se em plena região centro de Portugal, no concelho de Idanha-a-Nova no Centro Nacional de Atividades Escutistas (CNAE), do Corpo Nacional de Escutas-Escutismo Católico Português.
A localização escolhida é privilegiada, numa área de planalto, central no CNAE, em ambiente rural e natural, com um sistema de vistas extraordinário, que impulsionou a conceção do edifício.
A inspiração para esta construção, dedicada a Nossa Senhora de Fátima, nasceu do âmago da experiência escutista: a vida ao ar livre, o acampamento, a tenda, a sobriedade e simplicidade das construções e estilo de vida. Também as extremas do edifício, de forma pontiaguda, fazem uma alusão ao lenço escutista, símbolo da promessa e compromisso neste movimento.
Foi idealizada como uma grande tenda, de portas abertas a todos. Um ponto de acolhimento, abrigo e encontro. A sua forma muito simples, semelhante a uma tenda canadiana, estabelece-se em duas águas. A estrutura aproxima-se às pessoas na zona da entrada, onde o volume é mais baixo e mais estreito, mais próximo da escala humana, e alonga-se para a frente e para o alto, elevando o utilizador para algo superior, com uma paisagem deslumbrante como pano de fundo, que amplifica estas sensações.
A água atravessa todo o espaço da capela, num caminho que se desenvolve até ao altar – lugar central de qualquer espaço celebrativo cristão – e posteriormente para a paisagem, encaminhando o utilizador para a cruz, que fora da capela, no mesmo alinhamento, pontua a paisagem e consolida a sensação de amplitude e projeção para o Divino.
A estrutura de madeira e zinco confere um aspeto exterior simples e protetor ao templo, e um ambiente confortável e acolhedor no interior, onde a estrutura de 12 vigas, numa alusão aos Apóstolos, foi deixada à vista, mostrando a verdade e simplicidade construtiva. Com um comprimento total de 12m, a estrutura atinge o seu ponto mais alto aos 9m, após o Altar, onde o elevar da viga principal aumenta a profundidade do espaço e destaca este ponto sacro.
Os materiais escolhidos integram o edifício na envolvente, na prática escutista, e no conceito arquitetónico. A madeira é um material muito utilizado pelos escuteiros nas suas construções. É um material natural e tradicional, que confere solidez e conforto.
A capela está ao serviço da comunidade escutista, e permite que em celebrações para maior número de pessoas a assembleia possa ficar no exterior, ficando o celebrante virado para a paisagem, passando desta forma a capela a funcionar como um Altar.
O projecto da Capela foi premiado recentemente com o VMZINC® ARCHIZINC TROPHY, o Architizer A+ Award 2018, e está também nomeado para os prémios “Prémios Construir 2018”, e WAF – World Architecture Festival Awards 2018, que irão decorrer em Amesterdão já no final do mês de Novembro.