Ghost Town Refuge

Início em 25/11/2019 até 19/02/2020

Dos templos de Angkor às ruínas de Chernobyl, as cidades fantasmas ocupam um canto especial da imaginação coletiva.

Existe um axioma, uma proporção misteriosa e evanescente entre a vida que fluiu em um lugar e o fascínio que esse exercerá uma vez abandonado: quase como se todo evento que mana pela arquitetura pudesse deixar rastros, como toda pessoa que vive em um ambiente fosse capaz de lhe dar um valor especial.

Algo intangível, mas presente. Algo misterioso, mas percetível. Algo que permanece no tempo: ecos de vidas longinquas que deixam um charme indescritível em cidades abandonadas.

E Craco não constitui uma exceção à regra:
Crescida entre pináculos de rocha e colinas de argila, Craco é o arquétipo da cidade fantasma.
Uma cidade queimada pelo sol e pelos invernos rígidos, um conjunto de tijolos incertos agarrados um ao outro de acordo com uma distribuição tão expressiva e fascinante que nem parece verdadeira: uma escultura de habitações destelhadas, abóbadas destruidas e campanários em ruínas.
Um lugar que não pertence ao presente – preso nas dobras do passado – e no qual o tempo e o abandono fizeram milagres indescritíveis.

É precisamente à procura de um milagre – à procura de emoções profundas – que todos os anos milhares de visitantes de todas as partes do mundo enfrentam uma longa viagem, guiados pelo irresistível chamamento de uma das cidades fantasmas mais maravilhosas do mundo.

É para valorizar esse chamado que nasceu Ghost Town Refuge.

Ghost Town Refuge é o concurso da YAC e Craco Ricerche que convida os designers a imaginar entre as ruínas da antiga Craco um amplo sistema de refúgios contemporâneos, capazes de oferecer aos visitantes a mais sublime das experiências: viver entre as ruínas e adormecer sob as abóbadas de uma cidade fantasma.

Nos novos abrigos, entre as estradas íngremes e os caminhos rochosos, os visitantes poderão deitar-se sob o céu estrelado, escutando as vozes dos fantasmas benevolentes de Craco. É quando o vento sopra entre as janelas vazias e os telhados arrancados que os espíritos da vila voltam a aparecer: antigas dobradiças cobertas de ferrugem, que chiam e choram ao cair da noite, como guardiões irreverentes da identidade de uma vila que, apesar do tempo, não quer morrer.

Yac agradece a todos os participantes que aceitão este desafio.

 

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