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O edifício assume-se como um marco emblemático do património industrial e símbolo de uma época áurea da construção associada à dinâmica da indústria têxtil no Vale do Ave. Aqui, será instalado o novo centro de logística e distribuição (escritórios, matéria-prima, produto acabado e produção) daquela empresa portuguesa, numa área total de 37.000 m2 de terreno, 22.000 m2 dos quais são área coberta, distribuídos por dois pisos.
A FÁBRICA DE FIAÇÃO E TECIDOS DO RIO VIZELA
Nascida em 1845, a Fábrica de Fiação e Tecidos do Rio Vizela chegou a empregar mais de três mil pessoas. Dos cerca de
nove quilómetros quadrados de área que a empresa ocupou, já só restam as paredes e as carcaças de algumas máquinas. Foi uma das mais emblemáticas fábricas do Vale do Ave, coração da Indústria Têxtil e do Vestuário portuguesa e uma das maiores empresas têxteis da Europa, mas não resistiu à chegada do novo século.
A Fábrica de Fiação e Tecidos do Rio Vizela foi protagonista, com outras fábricas da região do Vale do Ave, no processo de industrialização local, de carácter marcadamente têxtil. Os primeiros anos de actividade foram marcados pela instabilidade política e económica do país. A Guerra civil de 1846-47 e o início da regeneração em 1851, contribuíram para a situação precária em que se encontrava a indústria nacional. Os primeiros anos pautam-se assim por algumas dificuldades no escoamento dos produtos armazenados e pelas pesadas taxas alfandegárias que incidiam sobre o algodão. A guerra da secessão nos EUA (1861-65), fez aumentar o preço do algodão, permitindo à fábrica transformar em lucro o produto armazenado.
Nas décadas seguintes realizaram-se grandes obras, para a ampliação das instalações e modernização das máquinas. A
fábrica estende-se à outra margem do rio Vizela, multiplica o número de trabalhadores e das encomendas. Alarga a sua actividade às colónias africanas estabelecendo feitorias em Angola e contactos em Moçambique. É a responsável pela chegada do comboio a Negrelos, assim como participa nos trabalhos para a recuperação da estrada que a liga à Vila de Santo Tirso.
Em 1911 um grande incêndio destruiu parte do edifício de quatro andares onde se encontrava a fiação, demonstrando a
necessidade de construir instalações mais seguras. Durante a década de 30 e 40, a fábrica estendeu-se então para a margem direita, concentrando aí, até hoje, os seus principais edifícios. No início dos anos 50 a Fábrica contava com 3000 operários, alimentando 31.624 fusos e tendo em funcionamento cerca de 1200 teares. Em 1953, formava-se a Sociedade de Fiação e Tecelagem do Rio Vizela, a qual arrendou a Fábrica e estruturas anexas à sociedade cessante, através dos seus sócios.
A HOTELAR
Fundada em 1995, a Hotelar surge como o consolidar da experiência de outras marcas e empresas, resultando numa tradição e conhecimento acumulados que remontam à década de 50 do século passado. Sendo uma empresa originalmente portuguesa, não deixa de ter uma crescente posição num mercado internacional e uma ambição global.
A Hotelar é uma empresa especializada no fornecimento de produtos têxteis para os exigentes sectores hoteleiro e de lavandarias industriais, bem como para ginásios, spas e restauração.
Um gabinete com história e provas dadas
Licenciado pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto há mais de vinte anos e Pós-graduado em Estudos Avançados em Património Arquitectónico, José António Lopes, assumindo a autoria de todas as intervenções, lidera uma equipa de profissionais que encara o exercício da arquitectura enquanto disciplina condicionada por valores, onde a arte e a técnica do projectar/edificar estão ao serviço do homem e do ambiente.
Com a sua referência à “Escola do Porto”, José António Lopes assina uma prática de rigor na qualificação e organização do espaço e na articulação de diversas escalas de trabalho, desde o ordenamento do território ao planeamento de pormenor, do edifício ao design de mobiliário urbano e de objectos.