BIM – 10m2 | As novas Escalas do BIM

A tecnologia BIM (Building Information Modeling) tem revolucionado a arquitetura e a construção, mesmo em projetos de pequena escala. Embora tradicionalmente associado a grandes empreendimentos, o BIM demonstra valor significativo em projetos de menor dimensão, especialmente nas suas fases iniciais. Esta reflexão explora como, apesar de exigir maior esforço inicial, o BIM supera o método tradicional em CAD, oferecendo precisão, transparência e uma colaboração mais eficaz entre todas as partes envolvidas.

O CAD (Computer-Aided Design), amplamente utilizado por décadas, baseia-se em representações 2D estáticas. Em projetos pequenos, essa abordagem frequentemente gera desafios:

·  Visualização limitada: Dependência de interpretação técnica para transformar desenhos em realidade, o que pode levar a mal-entendidos e a limitações no seu entendimento.

·  Revisões demoradas: Alterações nas peças desenhadas exigem ajustes manuais em múltiplos desenhos, aumentando o risco de erros.

·  Comunicação subjetiva: A qualidade da apresentação depende da capacidade e disponibilidade do técnico em criar projeções, simulações tridimensionais ou maquetes físicas, nem sempre acessíveis a pequenos projetos.

Ao integrar dados multidimensionais (3D, 4D, 5D) e componentes paramétricos, o BIM transforma o processo de projeto. Em pequenos projetos, os seus benefícios destacam-se desde o início.

Temos então a possibilidade de oferecer uma visualização realista numa fase muito precoce através do acesso a Modelos 3D interativos que permitem que o cliente experiencie o espaço desde as primeiras reuniões, usando ferramentas como a renderização em tempo real ou a realidade virtual.

Outra mais valia importante na produção, passa pela redução de erros e de retrabalho. A atualização em tempo real de todos os elementos do projeto, após uma alteração, garante consistência, economizando horas de ajustes manuais. Também a deteção automática de conflitos (ex.: vãos vs. estrutura) evita surpresas em obra e consequentes custos não previstos.

Relativamente à relação com o cliente, o BIM oferece uma colaboração empática com o cliente democratizando o diálogo. O cliente não precisa de lidar apenas com explicações técnicas, mas interage intuitivamente com um modelo.

As plataformas de compartilhamento permitem ao promotor aceder ao modelo ao seu próprio ritmo, promovendo decisões ponderadas e informadas.

Na democratização do processo de projeto, o BIM torna-o também mais acessível a todos os envolvidos e com graus de informação adequados para cada interveniente.

Neste processo colaborativo, há maior transparência. Os dados técnicos (custos, prazos, materiais) são integrados no modelo, permitindo que o cliente tome decisões informadas, equilibrando as questões formais (como o design, a decoração ou o impacto visual do projeto) e questões orçamentais (os custos associados às diferentes opções).

Como nota final, adotar o BIM em pequenos projetos exige um investimento em capacitação das equipas de projeto e em tempo para a sua implementação, no entanto, os frutos serão colhidos em todas as etapas subsequentes.

Teremos menos alterações em obra, reduzindo custos e prazos, maior satisfação do cliente, que participa ativamente do processo e eficiência operacional, com documentos de obra consistentes e detalhados.

O BIM deixa de ser um “luxo” exclusivo a grandes projetos e grandes estruturas, mas um processo colaborativo que dota de um conjunto de ferramentas todos os intervenientes. Tornamos assim o processo mais democrático, preciso e alinhado com as expectativas e com as exigências atuais de uma indústria que está em processo acelerado de modernização.

 

Artigo de Bessa Pinto Arquitetos

 

EN (Ai translation)

BIM (Building Information Modelling) technology has revolutionized architecture and construction, even in small-scale projects. Although traditionally associated with large developments, BIM demonstrates significant value in smaller projects, especially in their initial phases. This reflection explores how, despite requiring greater initial effort, BIM surpasses the traditional CAD method, offering precision, transparency, and more effective collaboration among all parties involved.

CAD (Computer-Aided Design), widely used for decades, is based on static 2D representations. In small projects, this approach often generates challenges:

–  Limited visualization: Reliance on technical interpretation to transform drawings into reality, which can lead to misunderstandings and limitations in comprehension.

–  Time-consuming revisions: Changes to drawn pieces require manual adjustments in multiple drawings, increasing the risk of errors.

–  Subjective communication: The quality of presentation depends on the technician’s ability and availability to create projections, three-dimensional simulations, or physical models, not always accessible to small projects.

By integrating multidimensional data (3D, 4D, 5D) and parametric components, BIM transforms the design process. In small projects, its benefits stand out from the beginning.

We then have the possibility of offering realistic visualization at a very early stage through access to interactive 3D models that allow the client to experience the space from the first meetings, using tools such as real-time rendering or virtual reality.

Another important asset in production is the reduction of errors and rework. Real-time updating of all project elements, after a change, ensures consistency, saving hours of manual adjustments. Also, automatic conflict detection (e.g., openings vs. structure) avoids surprises on site and consequent unforeseen costs.

Regarding the relationship with the client, BIM offers empathetic collaboration with the client by democratizing dialogue. The client doesn’t need to deal only with technical explanations but interacts intuitively with a model.

Sharing platforms allow the developer to access the model at their own pace, promoting thoughtful and informed decisions.

In democratizing the design process, BIM also makes it more accessible to all involved and with appropriate levels of information for each stakeholder.

In this collaborative process, there is greater transparency. Technical data (costs, deadlines, materials) are integrated into the model, allowing the client to make informed decisions, balancing formal issues (such as design, decoration, or visual impact of the project) and budgetary issues (costs associated with different options).

As a final note, adopting BIM in small projects requires an investment in training design teams and time for its implementation, however, the fruits will be reaped in all subsequent stages.

We will have fewer changes on site, reducing costs and deadlines, greater client satisfaction, who actively participates in the process, and operational efficiency, with consistent and detailed construction documents.

BIM is no longer a “luxury” exclusive to large projects and large structures, but a collaborative process that provides all stakeholders with a set of tools. We thus make the process more democratic, precise, and aligned with current expectations and demands of an industry that is in an accelerated process of modernization.

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