Início em 15/03/2021 até 09/06/2021

é o tema do concurso de arquitectura, promovido pela World Wildlife Fund e Young Architects Competitions em Itália.
Segundo YAC a arquitetura è uma disciplina que compõe e estrutura os lugares da ação humana. Essa responde às numerosas e diversas instâncias com uma solução que seja expressão do intelecto e da criatividade do pro- jetista. È nossa convicção que o problema arquitetónico não só è uma mera investigação formal no funcionalismo, na economia ou na tecnologia do manufeito, mas também é um patchwork destas questões, composto e estruturado segundo a personalidade e a sensibilidade do projetista. Os projetos que YAC espera valorizar são projetos contemporâneos: que respondam a uma lógica de temporalidade e personalização do uso do espaço arquitetónico; onde “ideia” é a palavra chave, “arquitetura” a resposta e “projeto” o meio para transformar a intuição numa prefiguração visual.
BRIEF
Consumo excessivo de recursos naturais, desflorestação e caça ilegal. Se as inúmeras espécies que habi- tam a Terra tivessem voz, o grito de dor que subiria dos desertos às montanhas, das florestas em chamas aos céus poluídos, seria sem dúvida um grito ensurdecedor.
Não existem vencedores ou vencidos na luta para pro- teger os ecossistemas. No entanto, o homem parece demorar a percebê-lo. Enquanto os delicados equilíbrios que sustentam este planeta desaparecem, siste- mas económicos anacrónicos demoram para reverter a direcção de uma corrida para um progresso sem futuro, para um falso bem-estar sem um verdadeiro amanhã.
É esta consciência que dá animo às iniciativas da WWF, que há sessenta anos faz de intérprete daquele grito silencioso de quem não tem voz para pedir ajuda. É com este espírito que nasceram os Oásis da WWF, um projeto que visa proteger as riquezas que habitam neste planeta, as- sim como o direito à existência de todos os seres vivos.
Contudo, não há proteção sem divulgação nem conser- vação sem uso. Proteger equivale a dar a oportunidade de disfrutar das maravilhas da Mãe Natureza, porque só des-frutando da sua beleza é que podemos ficar apaixonados por ela. Só apaixonados poderemos perceber a importância de nos tornar-mos parte activa da defesa do nosso planeta.
Este é o objetivo das WWF Observation Cabins, um concurso da YAC e da WWF para apoiar um dos mais antigos Oásis da WWF, tendo como objectivo fundamental a criação de um lugar onde se formam consciências, onde o visitante pode reconciliar-se com a natureza desfrutando e tomando consciência da maravilha que está presente onde o homem sabe calar.
Neste concurso, os arquitectos terão a oportunidade de desempenhar um papel fundamental na luta pela defesa do planeta, projectando Pontos de Observação e um Centro de Visitantes que serão sinónimos de convivência entre espécies, um local de educação e beleza. Em suma, um local de proteção e conservação da natureza.
Esta é uma competição para redescobrir a vocação fun- damental da arquitectura. Ou seja, trocar aquela arquitectura de natureza mais “domesticada” por uma outra onde o homem se deixe emocionar pelo fulgor dos crepúsculos incandescentes, onde se deixe entrar em sobressalto pelo voo dos flamingos rosados ou ainda deixar-se estremecer sob as carícias geladas do vento do oeste.
A YAC agradece aos arquitectos que aceitaram este desafio.
PROGRAMA
A espera, a pesquisa, a surpresa. Sempre nos redesco- brimos como crianças espantadas, invadidas pela visão fugaz e repentina da vida selvagem. O mundo animal é talvez a materialização mais sugestiva da Natureza, perto o suficiente do homem para gerar empatia. No entanto é igualmente e imensamente diferente ao ponto de despertar admiração.
Não há criança que não amou e temeu os animais, as- sim como não há sociedade primitiva que não os tenha tornado em divindades. Muitas das vezes os animais foram igualmente um recipiente de distorções ou virtudes humanas. Exemplo disso são correlações como: o Lobo mau; a Raposa astuta; a Pomba mansa. Criar uma arquitetura voltada para a relação com o mundo
animal significará recorrer ao imaginário mais íntimo e intrínseco, redescobrindo atividades e emoções que a vida urbana, obscurecendo-as, tornou-as de alguma forma ainda mais sublimes e envolventes. Escalar as árvores; observar o horizonte; gozar a ilusão de viver num mundo primitivo ou a aventura do náufrago serão apenas algumas das emoções que os miradouros de- vem cultivar.
Mas a génese de uma arquitectura profundamente evo- cativa não será a ambição final do concurso, que também aparecerá como uma oportunidade para desenvolver e aprofundar as possibilidades da relação entre a arquitectura contemporânea e a paisagem. Criar infraestruturas no auge de um dos mais importantes Oásis naturais do mundo não significa necessariamente renunciar à visibilidade da sua intervenção, mas sim recuperar a consciência das enormes capacidades expressivas da arquitectura ao dialogar com o seu próprio contexto.
A paisagem do Oásis, graças às novas infraestruturas, deverá portanto aspirar a tornar-se num lugar ainda mais fascinante e evocativo do que no passado, no qual a dialética arquitetura-natureza é capaz de gerar pai- sagens ainda mais ricas e pitorescas.
Abaixo está uma indicação das funções que devem ocor- rer dentro da competição:
1. Pontos de observação – Designados para a ob- servação da fauna lagunar por profissionais e visitantes, será necessário o desenho de três tipos de pontos de observação, pensados para serem reproduzidos e cons- truídos em diferentes pontos do Oásis:
i. Ponto de observação no solo – uma tradicional “Cabana de Observação”: de composição livre, situada ao nível do solo, desenvolvida num úni- co piso, deve permitir a paragem e observação por parte de um máximo de 10 pessoas de cada vez. Esse ponto de observação deverá ter uma ou mais janelas de observação ao nível dos olhos dos visitantes (altura do solo 1,6m);
ii. Ponto de observação elevado – uma tradicional
“Torre de Observação”: de composição livre pode ter no máximo 2 pisos acima do solo (altura total máxima de 7m) e deve permitir a observação de um máximo de 5 pessoas de cada vez por piso. Tal pon to de observação deve ter uma ou mais janelas de observação ao nível dos olhos dos visitantes (altura do solo 1,6 m);
iii. Ponto de observação ao nível da água: Flutuante (móvel) ou fixo, deve ser uma estrutura projetada para permitir a observação da lagoa ao nível da mesma. É o tipo menos convencional, pois a altura da janela de observação deve ser de no máximo 30 cm do solo. A estrutura pode ser colocada ao nível do solo (imaginando os observadores deitados) ou abaixo do nível do solo (imaginando o uso da janela em que os visitantes estarão sentados ou mesmo em pé). A estrutura deve ser impermeável e permitir a observação da lagoa por um máximo de 5 pessoas de cada vez.
Outros dados importantes relativamente aos pontos de observação:
• Não é necessário que estejam camuflados na natu- reza pois a fauna não se intimida com objetos fixos;
• Devem providenciar camuflagem dos observadores, pois a fauna pode ser intimidada por factores como a visão de pessoas em movimento;
• As janelas de observação devem incluir persianas ou sistemas para poderem ser fechadas;
• Todos os três tipos devem ter estruturas de cobertura;
• Não há limitações quanto ao tipo, forma, estilo ou materiais com os quais os pontos de observação possam ser elaborados. Contudo é importante que sejam de fácil manutenção e que estejam integra- dos naturalmente na paisagem da lagoa;
• Podem ser colocados em qualquer lugar ao longo da costa da lagoa (área A).
2. Centro de visitantes – Afastado dos pontos de observação, o Centro de Visitantes deverá permitir uma série de serviços para quem deseje visitar o Oásis. Embora menos imerso na vida selvagem do que os pontos de observação, o Centro de Visitantes tal como os pontos de observação não deverá renunciar a uma vocação arquitectónica em comunhão profunda com a paisagem, devendo igualmente permitir aproveitar oportunidades mais escassas, mas não ausentes, de observação da natureza envolvente. O Centro de Visitantes deverá possuir:
i. Recepção/Bilheteira: Local de acesso e creden- ciação ao oásis;
ii. Centro de formação: Espaço dedicado à realiza- ção de conferências e formações;
iii. Livraria: Local de venda de produtos típicos do Oásis, publicações temáticas e/ou merchandising WWF;
• As estruturas actualmente existentes serão demoli- das, não devendo assim ser consideradas para fins de projecto;
• A altura máxima das novas estruturas deverá ser de
iv. Espaço expositivo: Espaço dedicado tanto a exposições temporárias como a contar a História e/ou ca- racterísticas do Oásis; 6m;
v. Alojamento + Restaurante: Local para os usuários desfrutarem da melhor hospitalidade de Maremma, imersos nas maravilhas de um dos primeiros Oásis do WWF.
Ainda relativamente ao Centro de Visitantes, as seguintes características deverão ser consideradas:
• A dimensão das estruturas anteriores não é dada. O projetista pode decidir livremente quanto espaço dar a cada elemento acima descrito;
• As novas estruturas apontadas para conter os serviços i, ii, iii, iv poderão ocupar apenas os terrenos da área B; • As novas estruturas projetadas para conter os serviços iv e v poderão ocupar apenas os terrenos da área C;
• Não serão permitidas escavações ou intervenções a nível do subsolo;
• Qualquer ajuste/equiparamento/equipamento das áreas externas será admissível;
• As instalações devem inspirar-se nos princípios da Eco Sustentabilidade e devem igualmente possuir acessibilidade para utilizadores de mobilidade reduzida;
• As várias infraestruturas deverão responder tanto à sua vocação de prestação de diversos serviços bem como a possibilidade de permitir avistamentos por parte dos utilizadores caso estes se propiciem.
CALENDÁRIO
15/03/2021 inscrições “early bird” – início
11/04/2021 (11.59h GMT) inscrições “early bird” – fim
12/04/2021 inscrições “standard” – início
09/05/2021 (11.59h GMT) inscrições “standard” – fim
10/05/2021 inscrições “late” – início
06/06/2021 (11.59h GMT) inscrições “late” – fim
09/06/2021 (12.00h – meio-dia – GMT) término da entrega projetos
14/06/2021 reunião júri
19/07/2021 publicação dos resultados
Esclarece-se que a distinção entre inscrição “early bird”,“standard” o “late” não tem nenhuma influência na data estabelecida para a entrega dos projetos: 09/06/2021.
PRÉMIOS
1° PRÉMIO
8.000 €
2° PRÉMIO
4.000 €
3° PRÉMIO
2.000 €
GOLD MENTION
500 €
GOLD MENTION
500 €
10 HONORABLE MENTIONS
30 FINALISTAS
Todas as propostas premiadas vão ser trasmitidas em revistas e sítios de arquitetura e vão ser expostas em exposições internacionais. Todas as propostas finalistas vão ser publicadas em www.youngarchitectscompetitions.com
- Concurso Internacional: WWF Observation Cabins