Tanto Mar. Fluxos Transatlânticos do Design
Início em 10/03/2018 até 14/07/2018
Início em 21/04/2017 até 01/07/2017
O MUDE – Museu do Design e da Moda, Coleção Francisco Capelo inaugurou no dia 21 de maio de 2009. Na sua origem esteve a aquisição pelo Município de Lisboa da coleção de design de produto e design de moda de Francisco Capelo, reconhecido colecionador de arte. Nos termos do protocolo então celebrado é referido que “em 2002, a Câmara Municipal de Lisboa adquire a Coleção Francisco Capelo, salvaguardando este património de excelência pelos autores representados e pela qualidade e importância das peças de design e moda reunidas. A aquisição pública deste importante acervo foi possível graças ao tratamento especial e ao gosto que o colecionador sempre manifestou em que a Coleção Francisco Capelo permanecesse nesta cidade”. Para além de aprofundar o estudo da referida coleção, garantindo as melhores condições para a sua conservação, investigação, apresentação, divulgação e internacionalização, o MUDE é hoje um museu dedicado a todas as expressões do design, com áreas de exposição, criação, convívio, educação e debate. Atuante e dinâmico, um lugar vivo, inclusivo e de todos. Um museu que gera uma rede de sinergias com escolas e universidades, empresas, museus, instituições culturais e criativos. Multigeracional e transversal. Um lugar onde as outras expressões artísticas e áreas do pensamento encontram espaço para dialogar com o design e um espaço para o debate sobre a criação experimental e a produção industrial, a relação design/arte/artesanato ou os desafios urbanos, socioeconómicos, ambientais e tecnológicos da atualidade. A palavra que teve na origem da sua designação, MUDE como a conjugação no imperativo do verbo mudar, tem vindo a tornar-se uma realidade, expressando uma das suas missões – contribuir para a formação de utilizadores mais informados, conscientes, críticos e criativos de modo a provocar a mudança de atitude perante a cultura material e a própria vida. Nesta medida, o MUDE
é um centro cultural a pulsar na artéria principal da cidade, com áreas de exposição, divulgação, criação, convívio, educação e debate. Sendo um espaço museológico que vive de ações em horários e lugares diferenciados, das parcerias desenvolvidas e do encontro entre o público e os criadores, outros profissionais e organizações similares, o MUDE concorre decisivamente para a reanimação cultural e requalificação urbana do centro histórico de Lisboa. A especificidade do lugar e o contexto financeiro fizeram nascer a ideia de museu work in progress, conceito amadurecido com o tempo e a própria vivência do espaço, até tornar-se uma das marcas identitárias do museu. Em 2008, em lugar de aguardar pelas obras de adaptação definitiva e integral do edifício às novas funções museológicas, a opção foi avançar para uma instalação inicial e temporária no piso térreo e primeiro piso, de modo a apresentar uma exposição permanente da Coleção Francisco Capelo e ter uma área para exposições temporárias. Os arquitetos convidados para este projeto foram Ricardo Carvalho & Joana Vilhena. Entre 2009 e 2014, o MUDE tem sido um laboratório para a criação, experiência prática e inovação, assumindo a reutilização do espaço existente como matéria central do próprio programa museológico. No seu ADN encontra-se a capacidade de aceitar a efemeridade e transitoriedade de soluções, de coabitar com a falha, o erro ou as imperfeições e de ter uma grande adaptabilidade face às circunstâncias. A própria dinâmica inerente a qualquer obra em construção é a sua génese fundacional. Preserva o património arquitetónico e histórico através da sua vivência plena, deixa-se contaminar pela diversidade estilística em presença e caminha na direção oposta à espetacularidade arquitetónica, adotando uma linguagem seca e despojada. Neste conceito museológico tem particular significado a permanente colaboração de curadores, artistas, designers e arquitetos externos ao museu para o desenvolvimento de cada projeto em concreto. O objetivo tem sido procurar renovadas geometrias, modelações e temperaturas do espaço expositivo, fazendo do próprio edifício um corpo de experimentação e pesquisa onde se testam distintas estratégias de apresentação, receção e perceção do design, respeitando a identidade do lugar. No futuro próximo, preparam-se obras para que o público tenha acesso aos pisos ainda encerrados e o MUDE possa desenvolver em pleno a sua ação educativa de modo a contribuir para o desenvolvimento cultural, cognitivo e emocional de cada indivíduo, numa perspetiva de educação para a cidadania. Em paralelo, a loja será instalada estrategicamente no piso térreo, voltando a dar a utilização original ao famoso balcão. Para além do acesso pela Rua Augusta, são reativados os dois acessos pela Rua da Prata, com o objetivo de contaminar toda a Baixa, funcionando quase como uma rua interior ou uma galeria comercial coberta. Este espaço disponibilizará ao vasto público, nacional e internacional, que visita Lisboa, o que de melhor se desenha e produz em todo o país. Bárbara Coutinho, Diretora do museuNovo Mundo — Visões através da bienal iberoamericana de diseño