Matéria para Escavação Futura

Início em 27/04/2021 até 22/05/2021

Categorias: Exposições

Matéria para Escavação Futura

é uma exposição que olha e interroga a cidade, como um gesto de escavação da matéria de que ela é feita, para revelar os diferentes estratos que nela se justapõem, as configurações menos visíveis dos seus traçados e assim desemaranhar as tensões que a atravessam.

Com curadoria de Ana Jara, arquitecta e investigadora em estudos urbanos, e Joana Braga, arquitecta, investigadora e artista intermedial, — Matéria para Escavação Futura é a nova proposta que explora Lisboa e suas idiossincrasias, através de caminhadas especulativas pela zona Oriental de Lisboa feitas por seis artistas.

O resultado é apresentado sob a forma de percurso expositivo através de seis obras assinadas por Carlos Gomes, Fernando Ramalho, Luísa Ferreira, Tânia Moreira David e Valter Vinagre. Este grupo de artistas portugueses com diferentes linguagens e formas de expressão artísticas “escavam” diferentes diálogos com Lisboa, a sua espacialidade e vivência, questionando as lógicas organizacionais do traçado urbano através da fotografia, do vídeo e da instalação sonora.

O ponto de partida do projecto deu-se em 2019 com uma série de micro-residências realizadas na Trienal de Lisboa, em que o método para exploração do território proposto foi um conjunto de caminhadas desligadas da aceleração da vida contemporânea e que teriam em conta três imagens conceptuais capazes de problematizar a cidade: “quinta-fachada”, “cidade-imagem” e “limiar”. A pandemia interrompeu e adiou o processo, mas levou também a que os processos de criação incorporassem as mudanças de relação com a cidade que daí resultaram. A partir daí, foi dada carta branca para o desenvolvimento das obras.

Como resultado, Fonografia do Cuidado é a instalação sonora apresentada por Fernando Ramalho. Uma compilação de sonoridades urbanas, sublinhando um traçado composto tanto de matéria construída como de relações sociais.

Valter Vinagre desenvolve a obra Inscrição, um olhar fotográfico sobre o Vale de Santo António, um lugar invisível ao sistema urbano estruturado e rejeitado pela imagem contemporânea da cidade que o envolve.

Através de imagens em movimento, Carlos Gomes apresenta Cidades Subtis, um vídeo onde um corpo atravessa o espaço urbano num percurso imprevisível, a caminhada como chave que abre e cruza novas espacialidades.

A arquitecta e realizadora Tânia Moreira David expõe Found Movement, vídeo que articula e recompõe imagens de arquivo dos anos 70, retratando o trabalho físico dos estivadores do Porto de Lisboa.

Sem Prata é o olhar fotográfico de Luísa Ferreira sobre a margem e as suas mutações onde apresenta a dissolução da relação produtiva da cidade com o rio, o desmantelamento das estruturas do Porto de Lisboa e a sua substituição por espaços de lazer e habitações de luxo.

A dupla Tânia Moreira David e Fernando Ramalho mostra Habitantes, um vídeo onde a imagem se assume como início de uma viagem para uma realidade espácio-temporal díspar, propondo-nos uma reflexão sobre a forma como olhamos o mundo e sobre as ordens pré-estabelecidas que muitas vezes nos impedem de percepcionar e entender os detalhes dos lugares que habitamos.

De 27 de Abril a 22 de Maio de 2021, Matéria para Escavação Futura é a nova exposição apresentada no pólo cultural que reside no Palácio Sinel de Cordes. Financiada pela Direção Geral das Artes, é uma co-produção Artéria e Trienal de Lisboa.

No dia 27 de Abril, as curadoras levam a cabo uma visita guiada que pode ser acompanhada por quem quiser descobrir a exposição. Para as famílias, estão ainda disponíveis duas fichas pedagógicas para crianças dos 6 aos 12, e dos 12 aos 18 anos, para fazer ao longo da visita. No Sábado, dia 8 de Maio, às 10h30 e 11h00, propõem-se duas oficinas — Vôo de Pássaro — de 90 minutos para crianças dos 6 aos 12 anos (Preço: 5€/criança).

Estas actividades e visitas de escolas e grupos carecem de marcação prévia para o emailactividades@trienaldelisboa.com (Preço: 5€/pessoa, máx. 10 pessoas)

Campo Santa Clara, 144, 1100-474 Lisboa
Entrada Gratuita
Horário:
De Terça a Sexta, 14h00 — 19h00
Sábado, 11h00 — 19h00

O Palácio Sinel de Cordes pode receber até 10 visitantes em simultâneo com uso de máscara obrigatória.

 

 

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