Seminário “Imersões: arte e arquitetura”

Início em 02/03/2021 até 05/03/2021

Categorias: debates

O seminário “Imersões: arte e arquitetura” vai contar com a participação de convidados internacionais e propõe novos olhares sobre os padrões hegemônicos da arquitetura do Rio. Os debates vão falar sobre interação arte/arquitetura, habitação social, arquitetura e alteridades, entre outros temas críticos.

O evento vai debater também sobre o esvaziamento dos centros urbanos, da desigualdade de ocupação e do modelo de valorização dos centros das cidades. O caso do Rio é bem interessante a partir do processo de valorização dos bairros da zona sul.

Como pensar as relações entre arte, arquitetura, o homem e a habitação social? A quem a arquitetura se destina? A quem, de fato, atende? Quais questões permeiam e afetam, sobretudo, a vida urbana?

Estas e outras questões serão debatidas no seminário Imersões: arte e arquitetura, que será realizado de forma virtual nos dia 2, 3, 4 e 5 de março de 2021, de 17 às 20h, com a participação de convidados nacionais e internacionais.

O seminário vai promover um debate crítico sobre temas que se inserem no contexto do 27o Congresso Mundial de Arquitetos – UIA 2021, quando o Rio receberá da UNESCO o título de Capital Mundial da Arquitetura.

 O objetivo do Imersões é propor uma reflexão mais contestatória dos padrões hegemônicos da arquitetura no Rio, tradicionalmente eurocentristas, colocando em evidência as características urbanas da própria cidade, como suas favelas. 

“Nosso objetivo é trazer a discussão para o mundo real. Imersões será complementar ao Congresso Mundial de Arquitetos e se dará a partir de um olhar alternativo. Uma discussão sobre arte e arquitetura que fuja do modelo neoliberal e da ótica dos colonizadores. Afinal, precisamos falar de desigualdades, da favela e de uma arquitetura e urbanismo que se voltam para esses espaços. É necessário pensar a arquitetura contemporânea mais vinculada ao mundo real”, Tania Queiroz, organizadora de Imersões.

 Totalmente gratuito, o ciclo de debates propõe tornar a arte contemporânea e a arquitetura mais acessíveis ao público em geral, rompendo barreiras e aproximando o tema dos moradores da cidade, muitas vezes restrito ao debate acadêmico. A partir do dia 25 de janeiro, será lançada uma convocatória de apresentação de trabalhos em vídeo, da qual poderão participar estudantes de qualquer área, arquitetos, artistas e outros interessados.

“Precisamos de outros olhares para repensar novas possibilidades para o Rio, uma cidade que recebeu altos investimentos para transformá-la em função dos grandes eventos, mas pensados dentro de modelos internacionais, que não geraram de fato nenhum legado”, aponta o arquiteto André Carvalho, um dos organizadores do seminário.

A abertura e as mesas do seminário serão transmitidas ao vivo e contarão com tradução simultânea para LIBRAS . Será produzido ainda um caderno digital de textos com o conteúdo apresentado nos debates, a ser disponibilizado gratuitamente pela plataforma ISSUU. Tais estratégias permitirão o acesso de públicos que, em especial nas cidades, são apartados dos acontecimentos.

 

“Vamos falar também sobre o esvaziamento dos centros urbanos, da desigualdade de ocupação e do modelo de valorização dos centros das cidades. O caso do Rio de Janeiro é bem interessante a partir do processo de valorização dos bairros da zona sul. O Rio tinha mais praias, no Caju, em São Cristóvão e na Glória, por exemplo. O pensamento dominante sempre foi o de construir e embelezar em detrimento da natureza. Ninguém investiu nas praias da região portuária e também por isso a cidade perdeu em humanidade. Precisamos buscar equilíbrio entre as regiões e esse é um dos temas que vamos discutir no evento”, explica Marcelo Campos, curador de arte e também organizador do seminário.

 

Imersões: arte e arquitetura é realizado em parceria pela Escola sem Sítio, Casa França Brasil, CURA/UERJ, LINDA/PUC-Rio e Uia 2021 Rio. O evento é patrocinado pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal por meio da Lei Aldir Blanc.

 

PROGRAMAÇÃO

 Além da abertura, serão realizadas mais três mesas, abordando três eixos diferentes – Arte e arquitetura, Habitação social e Arquitetura e alteridades – em que artistas, arquitetos, urbanistas e pensadores discutirão as relações sociais, a participação daquele que habita, sua circulação, os aspectos visuais e ambientais que são, ou devem ser computados na elaboração de projetos que se proponham a redimensionar ou reconfigurar o espaço urbano. A proposta é oferecer aos ouvintes uma intensa reflexão sobre os papéis da arquitetura e urbanismo na contemporaneidade e a sua intercessão com a arte.

 

PRIMEIRO DIA

2 de março

16h às 17h30 – Patrimônio e Cidade (Mesa Institucional)

Palestrante: Augusto Ivan (Arquiteto/RJ)

Participação de Danielle Barros (Secretária de Cultura do Estado do Rio de Janeiro/RJ) e Helena Severo (Diretora da Casa França-Brasil/RJ) 

Mediador: Jocelino Pessoa (Organização/RJ)

 

18h às 20h – Atravessamentos Contemporâneos (Mesa de Abertura)

A condição contemporânea dos atravessamentos entre arte e arquitetura, no campo ampliado da cultura, reconfiguram e desestabilizam os pensamentos da formação clássica no campo da arquitetura, uma disciplina que se desenvolveu, historicamente, voltada para classes sociais mais abastadas. Situar o debate nessa relação fronteiriça, potencializando esta zona de contato, apresenta-se como caminho possível de insurgência e enfrentamento diante das históricas desigualdades envolvidas nas questões de classe, gênero e etnicidade.

Convidados: André Carvalho (Curador de Arquitetura do Imersões/RJ) e Patti Anahory (Arquiteta, Cabo Verde). Mediadora: Tania Queiroz (Organização/RJ)

 

SEGUNDO DIA

3 de março

17h às 20h –  Arte e Arquitetura 

As relações entre arte e arquitetura ampliam-se, desde criações de ambientes e construções aos projetos que se efetivam, a partir das urgências sociais. A forma, paradigma comum às duas áreas, atravessa compreensões sociais que se direcionam aos distintivos de gênero, classe e etnicidade.

Convidados: Bárbara Copque (Artista/RJ), Cadu (Artista e Professor da PUC Rio) e Joice Berth (Arquiteta, urbanista e escritora/SP) 

Mediador: João Paulo Quintella (Curador/RJ)

 

 

TERCEIRO DIA

4 de março

17h às 20h – Habitação social 

As desigualdades sociais marcam a ocupação dos espaços urbanos. Com isso, as tarefas da arquitetura tornam-se necessárias na solução de questões básicas da moradia. Porém, iniciativas, muitas vezes, destinadas ao lucro criam segregações ainda mais complexas, nas quais o pensamento modular retira elementos da subjetividade de moradores e a valorização imobiliária segue em busca de lucros irresponsáveis. Esses modelos hegemônicos não abarcam outras ideias de morar, habitar e existir. De que modo equacionar o direito à cidade com interesses políticos especulativos na compreensão de soluções já existentes, advindas dos próprios grupos segregados?

Convidados: Maurício Hora (Artista e ativista social/RJ), Raquel Rolnik (Arquiteta e urbanista/SP) e William Bittar (Arquiteto e Professor emérito da FAU-UFRJ) 

Mediador: Patricia Oliveira (Arquiteta/RJ)

 

QUARTO DIA

5 de março

17h às 20h – Arquitetura e alteridades

Pobreza, subdesenvolvimento, etnicidade são interseções que se apresentam ao tratarmos dos modos de habitar. Sempre houve um intervalo, um abismo entre desenhar, projetar, construir e os usos da casa com suas tradições ancestrais. O encontro entre arquitetura e sonho, arquitetura e reza, arquitetura e natureza tornou-se, cada vez mais, fundamental. 

Convidados: Gabriela Gaia (Artista/BA) e Sallisa Rosa (Artista/RJ) 

Mediador: Marcelo Campos (Curador de Arte do Imersões/RJ)

 

INSCRIÇÕES

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo site www.imersoes.arq.br

 

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