Início em 11/03/2023 até 18/03/2023

Estão abertas as inscrições para o curso de formação “Construir um Arquivo”. Transitando entre potenciais e limites de formatos analógico e digital, e pelo seu entrosamento, os participantes adquirem um panorama alargado sobre técnicas e estratégias para gerar, salvaguardar, tratar, e reapropriar-se de fotografias.
Aproximações a uma pequena seleção temática do extenso espólio analógico do fotojornalista angolano Paulino Damião (1949-2020), conhecido como “Kota 50”, servem para pensar sobre arquivamento, inventário, criação artística, digitalização e pós-produção de imagem.
Através deste arquivo fotográfico em construção, o curso aborda diversas práticas de lidar com imagens, com base num diálogo interdisciplinar sedimentado na partilha de experiência entre fotógrafos, artistas e investigadores. Contemplando palestras e sessões práticas de digitalização e de pós-produção digital, é vocacionado para profissionais nas áreas transversais das artes visuais, fotografia e arquivo, que procurem aprofundar a sua cultura fotográfica.
Enquadramento
“Construir um Arquivo” explora a coexistência de dois formatos de fotografia, analógico e digital. Transitando entre potenciais e limites de ambos os formatos, e pelo seu entrosamento, os participantes adquirem um panorama alargado sobre técnicas e estratégias para gerar, salvaguardar, tratar, e reapropriar-se de fotografias. Conversas com fotógrafos versados em tecnologias analógica e digital, aproximações a uma pequena seleção temática do extenso espólio analógico do fotojornalista angolano Paulino Damião (1949-2020), conhecido como “Kota 50”, servem para pensar sobre arquivamento, inventário, criação artística, digitalização e pós-produção de imagem. Através deste arquivo fotográfico em construção, o curso aborda diversas práticas de lidar com imagens, com base num diálogo interdisciplinar sedimentado na partilha de experiência entre fotógrafos, artistas, arquivistas e investigadores. Contemplando palestras e sessões práticas de digitalização e de pós-produção digital, é vocacionado para profissionais nas áreas transversais das artes visuais, fotografia e arquivo, que procurem aprofundar a sua cultura fotográfica.
Os formandos terão acesso a um conjunto de módulos que oferecem uma reflexão sobre diversas componentes da cultura fotográfica, navegando entre os formatos analógico e digital. A formação teórico-prática é coordenada por Inês Ponte e Paulo Moreira). Inclui residência artística do artista Lino Damião, explorando o potencial de criação artística a partir de espólios fotográficos analógicos. A formação inclui sessões práticas de digitalização, intercaladas com três conferências que enriquecem o conhecimento sobre a cultura fotográfica: Fernando Penim Redondo falará sobre máquinas analógicas e rolos do século XX, apresentando o seu trabalho de fotografia; Paulo Palma apresentará o seu trabalho enquanto fotojornalista e guiar-nos-á pelas implicações desse género na prática da fotografia; Ivo Tavares oferecerá a perspetiva da tecnologia digital de pós- produção de imagem.
O curso é vocacionado para profissionais nas áreas transversais da fotografia e práticas de arquivo e artes visuais. Em particular, o curso irá permitir desenvolver competências sobre digitalização e pós-produção digital. Prevê-se um diálogo interdisciplinar, através da partilha de experiência entre fotógrafos, artistas e investigadores. As oficinas terão limite de participantes.
Datas
11.03.2023 > 14h30-18h30
18.03.2023 > 10h00 – 18h30
Valor de inscrição:
25€ (inclui almoço do Dia 2)
Programa
Dia 1 – 11.03.2022 – Gerar fotografias e coleções
14h30 Introdução: Inês Ponte + Paulo Moreira
15h00 Conferência de Fernando Penim Redondo
17h00 Conferência de Paulo Pimenta
Dia 2 – 18.03.2022 – Construir um arquivo de imagens
10h00-13h00
Apresentação de resultado de residência artística: Lino Damião
Sessão prática de acondicionamento e digitalização
13h00 Almoço no INSTITUTO
14h30 Aula prática de Ivo Tavares*
*Recomenda-se que cada participante traga o seu computador portátil com versão trial de Photoshop, ou similar
Plano de Estudos
Título
“Construir um arquivo”
Coordenação
Paulo Moreira, Inês Ponte
Oficinas
Ivo Tavares, Lino Damião
Conferências
Fernando Penim, Paulo Pimenta
Inscrições
As inscrições poderão ser feitas através deste formulário > https://forms.gle/ZeKNNpJQBwVTXvVM7
Equipa Formativa
Paulo Moreira é arquiteto e investigador, sediado no Porto. Formou-se pela Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto em 2005. Estudou na Accademia di Architettura, Mendrisio (Suiça). Doutorou-se pela London Metropolitan University em 2018, onde concluíu Mestrado, com distinção, em 2009. Moreira dedica-se à pesquisa no campo da arquitetura, particularmente em contextos de conflito urbano e carência social. É co-coordenador do Observatório da Chicala, projeto de investigação sediado na Universidade Agostinho Neto (Angola) e membro de África Habitat, projeto de investigação da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa. É autor de capítulos em jornais académicos, editor de publicações independentes, e orientador de cursos e workshops sobre bairros informais. Participou na Bienal de Arquitetura de Veneza (2014, 2016, 2021), Trienal de Arquitetura de Lisboa (2007, 2013) e Trienal de Arquitetura de Oslo (2016, 2019). Foi vencedor de vários prémios e bolsas, incluindo o Global Energy Award – Angola (2016) pela construção de uma escola em Luanda; Prémios Novos 2015 na categoria de arquitetura (Fundação Calouste Gulbenkian); Prémio Távora 2012 (Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitectos); Prize for Social Entrepreneurship 2009 (London Met); e Noel Hill Travel Award 2009 (American Institute of Architects – UK chapter). Foi finalista no prémio RIBA President’s Award for Research, na categoria Cidades e Comunidade (2019). É diretor artístico do INSTITUTO.
Inês Ponte (Lisboa, 1979) é antropóloga visual. Tem pesquisado sobre fotografia e cinema, e suas relações com as ciências sociais, em particular com a antropologia, cruzando investigação com vídeo. Trabalhou como investigadora em contextos etnográficos (Angola, 2018, 2012 e Brasil, 2006) e em contextos museológicos em Portugal, sobre várias geografias (Portugal, Índia e Angola), abordando também arquivos institucionais e de particulares. Tem colaborado em equipas transdisciplinares, nomeadamente na produção e curadoria de exposições. Foi uma das curadoras de A Guerra Guardada (Museu do Aljube, 2022) e de Uma Delicada Zona de Compromisso (Galeria Quadrum, 2015), e da série audiovisual Filmar a Paisagem (2019). Em 2020 criou o sítio Mobilizando Arquivos: história, fotografia e antropologia (www.hisfotant.org) e em 2016, um repositório digital de filmes angolanos, realizados por Ruy Duarte de Carvalho, RDC Virtual. É Doutorada em Antropologia Social com meios Visuais pela Universidade de Manchester, Reino Unido (2015), Pós-graduada em Realização de Documentário pela Universidade Lusófona (2006) e Licenciada em Antropologia Social pelo ISCTE (2003). Foi bolseira da FCT (doutoramento e pós-doutoramento), como também bolseira pós-doutorada Marie Skłodowska Curie (Comissão Europeia), e é presentemente investigadora CEEC no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.
Lino Damião nasceu em Luanda, em 1977. Encorajado pelo pai, começou desde muito cedo a desenhar e a pintar, tendo recebido o seu primeiro prémio de pintura em 1989 – União Nacional de Artistas Plásticos (UNAP). Fez o curso de Desenho e Pintura no Barracão – Escola Experimental de Luanda (1985). Formou-se em Artes Plásticas no INFAC- Instituto Nacional de Formação Artística, Luanda (1997-2000) e fez o curso de Desenho e Gravura da UNAP – União Nacional de Artistas Plásticos(1988). É membro Fundador da Cooperativa prómemória dos Nacionalistas. Tem participado em várias exposições individuais e colectivas, em Angola, Cabo Verde, Macau e Portugal. De entre as exposições em que participou destacam-se a Trilogia “Restos, Rostos e Rastos” Camões, Centro Cultural Português, Luanda (2018, 2017 e 2016 ), “Commuting, Os da Banda” no Espaço Espelho D`Água, Lisboa (2016); “La Paragem”, Lisboa (2012). Participou no festival literário Rota das Letras, de Macau (2012); Feira de Arte Contemporânea de Lisboa (2010); l Trienal de Luanda (2007); “Março Mulher”, Museu Nacional de História Natural, Luanda (2003). Fez a curadoria de “Artes Mirabilis” exposição colectiva de artistas plásticos Angolanos, na Galeria da UCCLA, Lisboa (2018) e a curadoria com o Sul- Africano Loyiso Qania na selecção de artistas Angolanos para a Bienal de Cape Town 2009. Lino Damião possui obras em várias colecções públicas e privadas em África, na Europa, Ásia, América do Sul e EUA.
Fernando Penim Redondo nasceu em Lisboa (1945). Aos 13 anos falhou os seus objectivos escolares e, como castigo, passou o Verão a trabalhar ao balcão de uma loja de fotografia na Baixa de Lisboa onde descobriu que “fazer fotos” podia ser uma coisa muito divertida. Em 1967 foi incorporado na Armada e enviado como tenente fuzileiro para a Guiné até 1970. Lá comprou a sua primeira máquina “a sério” e começou também a usar em casa um pequeno laboratório fotográfico. Em Lisboa publicou reportagens fotográficas na imprensa: “Furadouro” no Diário de Lisboa e “A primavera de Moscovo” em “O Jornal”, 1988. O livro “Camera Craft – Black & White” da editora AVA Publishing SA incluiu, em 2005, trabalhos seus. Em anos recentes participou durante um ano no workshop Kmaster, da Kameraphoto. Frequentou diversos cursos de Estética, História da Arte e História da Fotografia no AR.CO. Participou também no Workshop “Narrativas 2019” do MEF. Ao longo da vida fotografou em locais como a Guiné, EUA, Rússia, Cazaquistão, Sibéria, Marrocos, Cuba, China, Índia, Egipto, Nepal, Peru e Patagónia, o que lhe permitiu constituir um banco de imagens com centenas de milhares de originais. Em 2010 foi-lhe atribuído o primeiro prémio no concurso promovido pelo banco MONTEPIO GERAL sob o tema “Pobreza e exclusão social”. Em 2012 foi selecionado para participar na Exposição Central do KAUNAS Photo Festival, na Lituânia. Desde 2006 realizou cerca de quarenta exposições, quer de fotografias quer de câmaras, em Portugal, na Holanda, na Lituânia e no Brasil. A maior parte das exposições teve lugar em museus, centros culturais e bibliotecas municipais mas também ao ar livre, como a mostra permanente Expo Mocho (em Sacavém). Tornou-se entretanto coleccionador de câmaras fotográficas antigas e, nessa qualidade, desde 2012 vem realizando o projecto Flashback que consiste em fotografar o seu habitat com 500 câmaras fotográficas de rolo de filme fabricadas ao longo de todo o século XX.
Paulo Pimenta concluiu o curso superior de fotografia da ESAP. É fotojornalista do jornal Público. Em 2010 recebe o prémio máximo de fotojornalismo “Estação Imagem Mora”. Em 2012 e 2013 obteve o 2o lugar na categoria Artes e Espetáculos; em 2016 1o prémio na categoria Artes e Espectáculo prémio “Estação Imagem de Viana do Castelo”. Foi selecionado para o Aday.org 2012, com fotos publicadas em livro. Destacam-se das publicações nacionais e internacionais, as da Companhia de Teatro “As Boas Raparigas”, 2010, o livro de fotografia “Pina Bausch Internationales Tanzfestival” e “15 anos do Público”. Recentemente, o livro “22 anos Festival de Paredes de Coura”, “Arte e Cidadania em Contexto prisional- percursos do projeto ECOAR”, e o livro “Daqui para a frente”, com fotos dos 10 anos da CRINABEL, apresentado no Teatro D. Maria II. Das exposições individuais salientam-se “Histórias Fora de Palco” no Centro Português de Fotografia; “Na casa de “ com turné pelas FNAC do país; “Projeto Reintegração pela Arte” com “10 Espetáculos, 10 Mulheres”, na Galeria Municipal de Matosinhos; “20 Anos de fotografia” de “As Boas Raparigas” em mupis pelo Porto; “O meu Paredes de Coura”, 20 anos do Festival, a participação no New York Photo Festival; exposição “Memórias das Mãos” em Ovar; e a exposição, “Do outro lado” no Espaço Mira. Fez parte da Exposição “Oito espaços para sete olhares” da Rota das Catedrais do Norte da D. R. Cultura do Norte. Integrou o “Projecto Troika” e desenvolveu o projeto “Retrato das Ilhas” da Rede INDUCAR, com exposição no Centro Português de Fotografia. Integra diversos projetos multidisciplinares e de carácter social, como a Bienal de Arquitetura de Veneza 2014 – Homeland “Primeira Pedra – Monte Xisto”.
Ivo Tavares é formado em Fotografia pelo Instituto Português de Fotografia em 2006, inicia o seu percurso profissional como fotojornalista, tendo colaborado com inúmeras publicações. Autor e criador da plataforma Archmov, fez do vídeo de Arquitectura uma das suas grandes apostas, tendo hoje projectos publicados em diversas plataformas da especialidade bem como em publicações nacionais e internacionais da área. Cria o its. your studio em 2015, um estúdio de serviçosfotografia e vídeo com foco em imagem comercial, de produto, e de moda. Em 2016 é convidado para ser Formador no IPF Porto, onde leciona a disciplina de Fotografia de Arquitectura. Ivo Tavares tem feito registo fotográfico da atividade do INSTITUTO. É membro da Tamanho Azul – Associação.
- Curso de formação: “Construir um Arquivo”
- Tema: Práticas de arquivo fotográfico a partir do espólio de Kota 50