10ª edição do Arquiteturas Film Festival com 19 filmes em competição

Categorias: Arquitetura

O Arquiteturas Film Festival acontecerá no Porto, entre 27 de junho e 1 de julho, apresentando um programa de filmes, debates, passeios e instalações. O festival conta com 19 filmes em competição, e o Canadian Centre for Architecture (CCA) é a Instituição Convidada desta edição.

‘Onde a vida acontece’, o tema da 10ª edição do Arquiteturas Film Festival, pensa sobre a arquitetura para lá da forma construída. É comum acreditar-se que a arquitetura pode transformar as cidades e as sociedades, mas quem tem maior peso nesses processos são as ações das pessoas que habitam e atribuem significado à arquitetura.

Na sua 10ª edição, o Arquiteturas Film Festival usa o poder da imagem em movimento como ferramenta de promoção da arquitetura. Para além da apresentação de filmes, o festival potencia conversas, passeios e instalações, que possibilitam debates mais aprofundados sobre as temáticas e as pesquisas inerentes à produção dos filmes.

A edição de 2023, é organizada pelo INSTITUTO, sob a direção do arquiteto Paulo Moreira. Fundado em 2018, o INSTITUTO é uma plataforma de discussão e disseminação de arquitetura e suas interseções com as práticas espaciais e o pensamento crítico.

Ao longo de cinco dias, entre 27 de junho e 1 de julho de 2023, o festival estará estruturado em três eixos: Programa Oficial, Programa da Instituição Convidada e Programa de Competição. Cada eixo está associado a vários locais, fomentando assim uma rede entre vários lugares da cidade: Batalha Centro de Cinema, Casa Comum, INSTITUTO, Albergues do Porto, Mercado do Bolhão e Circo de Ideias.

O Programa Oficial inclui duas estreias mundiais, ambos exibidos no Batalha Centro de Cinema: Where We Grow Older (2023), o terceiro filme de uma trilogia concebida por Giovanna Borasi, Diretora do CCA, e realizada por Daniel Schwartz; e De volta à Cidade (2023), de Sara Nunes, documentário sobre a reabilitação do histórico Mercado do Bolhão, no Porto. Estas sessões, que abordam realidades e questões globais e locais, são complementadas pela exibição de A Morte de Uma Cidade (2022), de João Rosas, sobre a transformação urbana que decorre no centro de Lisboa, trazendo uma perspetiva nacional aos temas em discussão.

O programa promove a partilha de experiências e testemunhos relacionados com os temas e lugares retratados nos filmes. Na sessão de abertura, após a estreia do filme produzido pelo CCA, Giovanna Borasi e Daniel Schwartz estarão à conversa com Paulo Moreira, diretor do festival. No dia seguinte, antecipando a exibição dos filmes sobre as vidas de dois edifícios emblemáticos da cidade do Porto, tem lugar um passeio guiado que passa pelos Albergues e Mercado do Bolhão, ambos alvo de projetos de reabilitação do arquiteto Nuno Valentim. Na sequência das visitas e da exibição dos filmes, haverá um debate com a realizadora, o arquiteto e utilizadores de ambos os edifícios.

Todas as noites, os encontros ‘Drinks with Directors’, no INSTITUTO, convidam o público a conversar casualmente com os participantes. No dia de encerramento, a fundadora do festival, Sofia Mourato, e o atual diretor Paulo Moreira refletem sobre os 10 anos do AFF. O programa termina com uma festa no bar do Batalha Centro de Cinema. Haverá instalações do artista angolano Toy Boy, no INSTITUTO e nas vitrines da Tribuna do Batalha Centro de Cinema.

O CCA é um museu e centro de investigação fundado com a convicção de que a arquitectura é um interesse público. O CCA produz exposições, publicações e filmes, desenvolve e partilha a sua colecção como um recurso, desenvolve investigação, oferece programas públicos, e acolhe uma série de outras actividades impulsionadas por uma curiosidade sobre como a arquitectura forma – e pode reformular – a vida contemporânea.

Em diálogo com o tema deste ano, ‘Onde a vida acontece’, o programa do CCA reflete sobre a forma como as mudanças sociais, as novas pressões económicas e a crescente densidade populacional estão a afetar o modo de habitar de várias comunidades. Na pré-abertura do festival serão exibidos os filmes What It Takes to Make a Home (2019) e When We Live Alone (2020), os dois primeiros de uma trilogia documental concebida por Giovanna Borasi, realizada por Daniel Schwartz e produzida pelo CCA. Na sessão de abertura, exibe-se em estreia mundial o filme que encerra a trilogia, Where We Grow Older (2023), seguido de conversa com Giovanna Borasi, Daniel Schwartz e Paulo Moreira.

O CCA apresenta também, no INSTITUTO, a instalação que lança a questão ‘Que papel pode ter o filme como ferramenta curatorial?’, ativada pelos ‘Brindes ao Almoço’, com uma série de conversas com convidados do panorama nacional e internacional, e membros do CCA. A instalação permanece foi concebida em colaboração com Dyvik Kahlen e pode ser visitada no INSTITUTO até 27 de julho. O programa inclui ainda uma sessão de filmes da coleção do CCA, no Batalha Centro de Cinema, e um debate ‘Filme & Publicação’, na Circo de Ideias. Giovana Borasi, diretora do CCA, estará presente em todos os eventos.

 

A Open Call desta edição recebeu 183 candidaturas, das quais foram selecionados 19 filmes de 16 países diferentes. A seleção foi coordenada por Sofia Mourato e incluiu um comité composto por Barbara Gocníková, Daniela Silva, Dinis Sottomayor e

Vasco Mendes. Serão entregues prémios nas categorias de ‘Melhor Documentário’, ‘Melhor filme Experimental’, ‘Melhor Ficção’, ‘Consciência Social’ (com a intenção de reconhecer filmes que abordem questões de justiça social e espacial, igualdade e diversidade cultural) e ‘Prémio do Público’ (de acordo com os votos do público, convidado a votar após cada sessão). O júri é composto pelo arquiteto e artista Didier Fiúza Faustino, que trabalha entre Lisboa e Paris; pelo cofundador do coletivo Locument, Francisco Lobo; pela arquiteta e realizadora Sara Nunes, fundadora da produtora Building Pictures, pela arquiteta e investigadora Cristina Monteiro, cofundadora do estúdio DK-CM, sediado em Londres, e pelo designer Nuno Coelho, professor e investigador na Universidade de Coimbra.

Os filmes são apresentados na Casa Comum, um espaço cultural da Reitoria da Universidade do Porto. Agrupados em 7 sessões temáticas, os filmes discutem o tema da edição deste ano a partir de diferentes perspetivas: Futuros, Sinfonias, Memórias, Empatia, Materiais, Comunidades e Olhar Feminino. Entre os filmes selecionados, destacam-se os premiados Lines (2021), de Barbora Sliepková, com prémios em festivais como o Ji.hlava International Documentary Film Festival e o One World Festival, na República Checa; ou 3xShapes, que ganhou o prémio ‘Poetry by Video Artist’, no Bogota Experimental Film Festival 2021 e uma Menção Honrosa do Ivan Juritz Prize for Creative Experiment 2020. Portugal está representado na secção de competição, com dois filmes selecionados: Reconstrução (2022), curta metragem experimental de Francisco Noronha, e 2ª Pessoa (2022), curta-metragem, de ficção, de Rita Barbosa. A seleção inclui também o documentário filmado na Tailândia Big Ears Listen With Feet, dos aclamados Beka & Lemoine.

Os filmes vencedores serão anunciados no final do dia 30 de junho, e exibidos novamente no dia seguinte, no Batalha Centro de Cinema. Antes da exibição dos filmes, os diplomas serão entregues aos realizadores premiados, no bar do Batalha, numa cerimónia com a presença de membros do júri.

 

O programa completo do Arquiteturas Film Festival 2023 está disponível no site do festival: www.arquiteturasfilmfestival.com

LINKS
Galeria
noticias RELACIONADOS
PUBLICIDADE