
Em Oliveira de Azeméis está a nascer um Parque Urbano/Centro de Interpretação Ambiental, um equipamento estratégico para o desenvolvimento da cidade. O projecto, com uma área de cinco hectares, ficará localizado numa área central da cidade, na denominada “antiga” Quinta dos Borges, e é da autoria do gabinete de arquitectura ad quadratum arquitectos, que venceu o concurso público nacional, sob anonimato.
Este projecto dotará a cidade de um espaço central de uso público, com as características de parque urbano estruturado em moldes contemporâneos, onde, pela implementação das melhores boas-práticas de concepção e projecto, se oferecerá um lugar promotor dos mais sustentáveis e estimulantes modelos de utilização. A intervenção na sua proposta, imagina o parque como um pólo de intervenção e promoção de resiliência ambiental na cidade de Oliveira de Azeméis, com o objectivo de melhoria da saúde e bem-estar geral dos Oliveirenses e visitantes, bem como na obtenção de benefícios ambientais e económicos, tentando-se preservar o ecossistema já estabelecido pela vegetação existente, introduzindo novos espécimes que ajudam a consolidar e fortalecer o potencial ecológico do parque. A cidade passará assim a dispor de um equipamento estratégico para o seu desenvolvimento, um espaço de recreio e lazer de grande qualidade, projectado em prol do bem-estar e da comunidade.
A proposta prevê a requalificação do edificado existente na “antiga” Quinta dos Borges para espaços de restauração, como o café do parque/esplanada café concerto, e a disponibilização de áreas para Centro Interpretativo e Quinta Pedagógica, estruturas de slide e arborismo, circuitos e equipamentos de desporto de manutenção, zonas de repouso, entre muitas outras valências. «Estamos em presença de uma pré-existência fortemente condicionante da intervenção. A evidência dos valores patrimoniais da mais diversa natureza e tipologia, conferem ao local suporte da intervenção, uma manifesta característica de identidade e potencial, que cumpre valorizar e interpretar. A proposta orienta assim toda a sua acção – da concepção ao detalhe do desenho-, tomando como mote a leitura sensível da pré-existência, enquanto “genius loci”. Diversos temas se identificam como orientadores da intervenção: a paisagem humanizada e o património ambiental e natural.», refere o arquitecto responsável pelo projecto, José António Lopes, realçando que se ambiciona «uma solução que constitua uma resposta abrangente e variada às expectativas dos que procurarem este singular Parque Urbano, mas também, a afirmação de uma assumida postura de consciência e boa-prática ambiental, por parte do projecto e do município de Oliveira de Azeméis.».
«A INTERVENÇÃO FAZ-SE EM ABSOLUTO RESPEITO PELAS CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS E ARQUITECTÓNICO/DISCIPLINARES DA EDIFICAÇÃO»
– José António Lopes
Em todos os seus projectos, o gabinete ad quadratum arquitectos compromete-se valorizar o pré-existente. No projecto do Parque Urbano/Centro de Interpretação Ambiental, o arquitecto José António Lopes garante que serão adoptadas estratégias de intervenção, seja nas estruturas pré-existentes, seja nas novas construções a implantar, que assegurem a mais adequada compatibilidade da valência proposta com o “contentor” edificado (pré-existente) que a acolherá. Todos os espaços deste projecto resultam em espaços comprometidos com a necessária versatilidade dos usos (e dos públicos) apontados e consideram um valor de polivalência que vai para além da proposta imediata. «Houve, no entanto, a disciplina e condicionante auto-imposta de procurar, pela adequabilidade do uso e as acções de reabilitação física previstas, o modo mais cuidado e cauteloso de fazer preservar o património arquitectónico e “urbanístico” em presença, mesmo que não classificado (“procedimento de classificação” que, para os nossos desígnios, é irrelevante).», realça José António Lopes.
«REABILITAR, REQUALIFICAR, CONSERVAR E MANTER SERÃO ASSIM AS DIRECTIVAS DE UM LUGAR SUSTENTÁVEL.» – José António Lopes
A adopção de metodologias de salvaguarda do património e de integração arquitectónica conjugam-se necessariamente com processos inovadores e com a procura das melhores soluções de eficiência energética e neutralidade ambiental. Na intervenção no espaço do parque, estes princípios de sustentabilidade ambiental assumem especial ênfase, considerando que a intervenção se fará directamente em ecossistemas complexos, que articulam flora protegida e sistemas hidráulicos frágeis. «Assim o compromisso é evidente: articular o uso e usufruto público, variado e inclusivo dos diversos equipamentos e valências propostos, adoptando estratégias de conservação e valorização do património natural e minimizando os impactos negativos que a actividade humana possa exercer sobre o meio. Acreditamos que uma gestão cuidada e ambientalmente consciente do activo natural deste parque se traduzirá ainda num menor esforço financeiro associado aos custos de manutenção face a modelos de intervenção mais inadequados e eventualmente herdeiros de “pré-conceitos”, não decorrentes da compreensão das realidades do nosso local de intervenção.», salienta o arquitecto.
Um gabinete com história e provas dadas
Fundada em 1999, a ad quadratum arquitectos conjuga a sólida formação de todos os colaboradores, com uma vasta e diversa prática profissional regulada em todos os projectos e obras por uma postura distinta e orientada para a qualidade.
Licenciado pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto há mais de vinte anos e Pós-graduado em Estudos Avançados em Património Arquitectónico, José António Lopes, assumindo a autoria de todas as intervenções, lidera uma equipa de profissionais que encara o exercício da arquitectura enquanto disciplina condicionada por valores, onde a arte e a técnica do projectar/edificar estão ao serviço do Homem e do Ambiente.
Com a sua referência à “Escola do Porto”, José António Lopes assina uma prática de rigor na qualificação e organização do espaço e na articulação de diversas escalas de trabalho, desde o ordenamento do território ao planeamento de pormenor, do edifício ao design de mobiliário urbano e de objectos.
Na ad quadratum arquitectos é marcante e diferenciadora a experiência na arquitectura industrial, com relevância nas especificidades do ramo alimentar. Suportada na experiência, mas também na formação e investigação, a intervenção em edifícios e conjuntos de Interesse Patrimonial e Património Classificado, tem sido uma prática conjugada com a reabilitação urbana, o urbanismo e o planeamento territorial. Prática consolidada em vertentes muitos específicas da arquitectura, que requerem conhecimentos teórico-científicos aliados à experiência de 20 anos de projecto.