Os antigos estudantes da FAUP, Gonçalo Mourão e Mafalda Neves foram distinguidos no Prémio Associação Portuguesa para a Reabilitação Urbana e Proteção do Património (APRUPP).
Gonçalo Mourão, Mestre em Arquitetura pela FAUP (2022), venceu o Prémio Associação Portuguesa para a Reabilitação Urbana e Proteção do Património (APRUPP) na categoria Dissertação de Mestrado com o trabalho ‘O potencial atual dos moinhos abandonados do Rio de Ovelha: uma abordagem crítica do património molinológico‘. Na mesma categoria, foi atribuída uma Menção Honrosa (ex-aqueo) à dissertação ‘Os Plattenbau e o projeto socialista em Berlim. Proposta de intervenção no bloco residencial‘ de Mafalda Neves, que concluiu em 2020 o Mestrado Integrado em Arquitetura na FAUP.
O tema da dissertação ‘O potencial atual dos moinhos abandonados do Rio de Ovelha: uma abordagem crítica do património molinológico’ de Gonçalo Mourão, trabalho orientado pela professora Clara Pimenta do Vale e pelo investigador Rogério Bruno de Matos, centra-se numa leitura crítica e analítica do estado atual dos moinhos de rio em Portugal. A abordagem do estudo foi direcionada para o âmbito da integração destas estruturas em temas da atualidade, através de uma análise de enquadramento histórico que compreende o seu valor patrimonial.
Para Gonçalo Mourão, “a emergência climática, obriga-nos a olhar para o nosso território e para a arquitetura de forma a encontrar soluções e alternativas que possam satisfazer ‘as necessidades do presente, sem comprometer a capacidade de futuras gerações de satisfazerem as suas próprias necessidades’ (ONU, 1987).” Por outro lado, diz ainda, “questões como coesão territorial, começam a ser valorizadas, incentivando um olhar sobre as estruturas abandonadas com um pensamento crítico e estratégico, que culmina na criação de mecanismos que mitigam as discrepâncias territoriais.”
Já a dissertação ‘Os Plattenbau e o projeto socialista em Berlim. Proposta de intervenção no bloco residencial’ de Mafalda Neves, com orientação dos professores Nuno Valentim e Marta Oliveira, procura “problematizar o enquadramento dos Plattenbau na paisagem urbana corrente, motivando uma abordagem à temática da preservação e atualização deste edificado, que parte do pensamento necessário sobre a adaptação e a transformação das formas de habitar da sociedade.”
Conforme explica Mafalda Neves, “no lado leste de Berlim, marcado pela herança da RDA, encontram-se os testemunhos de uma cidade de génese socialista, marcada pelos bairros de habitação e pelos blocos residenciais Plattenbau, construídos durante o período pós-guerra”, sendo “Neu-Hohenschönhausen um destes bairros que, à semelhança de outros, se vê hoje desfasado de uma nova realidade marcada por um novo contexto político e social.”
Adotado como caso de estudo, o bairro serviu de ponto de partida para “a exposição de fragilidades de uma arquitetura pragmática e radical pós-guerra que foram surgindo ao longo dos últimos anos – uma abordagem motivada pela temática da preservação e atualização deste tipo de edificado”.
O Prémio APRUPP na área da reabilitação urbana e proteção do património distingue, de dois em dois anos, trabalhos de investigação, de mestrado e de doutoramento, relevantes para o conhecimento de boas práticas de reabilitação urbana e proteção do património edificado, tanto a nível do conhecimento arquitetónico, patrimonial e urbano, como associado às ciências e tecnologias da construção.
