O arquitecto José Neves, de 49 anos, foi esta quinta-feira distinguido com o Prémio Secil de Arquitectura 2012 pela requalificação e ampliação da Escola Francisco de Arruda, em Lisboa.
Depois de em 1998 e 2004 ter sido nomeado para este prémio com a Casa do Moinho e o Edifício C6 e Alameda da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, respectivamente, José Neves venceu finalmente o Secil de Arquitectura com a obra que requalificou a Escola Francisco de Arruda, realizada no âmbito do Programa de Modernização das Escolas, promovido pela Parque Escolar.
Projectada originalmente pelo arquitecto António José Pedroso em 1956, a escola, que fica em Alcântara, foi não só restaurada como aumentada. No que diz respeito ao conjunto original de pavilhões, José Neves fez um trabalho de adaptação do espaço às novas necessidades que agradou ao júri.
Houve ainda um cuidado nos espaços exteriores, destacando-se “a continuidade da vegetação da Tapada através de novas plantações, de modo a enfatizar o sentido de jardim público do conjunto”. Essa preocupação é, aliás, visível até nos edifícios que têm grandes portadas e janelas, que permitem uma vista privilegiada para os jardins.
O prémio, no valor de 50 mil euros e que é dado de dois em dois anos, é uma referência na área da arquitectura e distingue obras que incorporam o material principal da actividade da Secil – o cimento – e que, ao mesmo tempo, “constituam peças significativas no enriquecimento da arquitectura portuguesa”, na expressão da empresa.
O júri deste ano foi presidido pelo arquitecto Manuel Graça Dias e composto por Nuno Brandão Costa (vencedor do Prémio Secil Arquitectura 2009), Paula Araújo da Silva (nomeada pela Secretaria de Estado da Cultura), Armindo Alves da Costa (da Associação Nacional dos Municípios Portugueses), Ana Tostões (da Secção Portuguesa da Associação Internacional dos Críticos de Arte) e Pedro Machado Costa (da Ordem dos Arquitectos).
Eduardo Souto de Moura foi o vencedor da edição de 2011 com a Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais.