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Secção Regional Sul da Ordem dos Arquitectos organiza conferências e workshops para mobilizar os seus profissionais, pais, professores e também as crianças e os jovens para a arquitectura.
A educação em arquitectura pode começar logo no pré-escolar, defende Paula Torgal. Desde 2017 que a OA-SRS organiza atelier para os mais novos, a que chama oficinas criativas. Primeiro começaram por vir os arquitectos com os seus filhos, entre os 5 e os 10 anos, depois outro público que se preocupa com o espaço em que vivemos. Mas há outras experiências quer em Portugal quer no estrangeiro, como em Barcelona, onde o colectivo Globus Vermell – ao qual Joan Vitória i Codina pertence e sobre o qual falará no sábado – funciona.
“O objectivo principal é mostrar [às crianças e jovens] a mais-valia de um arquitecto na sociedade. Todos reconhecem as profissões de médico e de advogado, nós temos dois prémios Pritzker [Siza Vieira e Souto de Moura], todas as semanas somos premiados, lá fora ou cá dentro, e a sociedade continua sem perceber o que faz um arquitecto. Esse reconhecimento tem de ser feito através da educação”, defende Paula Torgal.
Questionada sobre se há algum acordo entre o ME e a OA-SRS, o gabinete de imprensa de Tiago Brandão Rodrigues responde: “No âmbito do reforço ao Complemento à Educação Artística, introduzido na alteração legislativa sobre o currículo, pretende-se promover a área de competência Sensibilidade Estética e Artística prevista no Perfil dos Alunos. Para isto, prevê-se trabalho sobre todas as formas de expressão artística, o que está a ser reforçado por via do Programa de Educação Estética e Artística.”
Mas Paula Torgal está entusiasmada com a perspectiva de chegar às escolas e avança que, no final do seminário, será feito o desafio aos professores, escolas, mas também às associações e colectividades. “Queremos que venham até nós para apresentar projectos, para o pré-escolar e ensino básico, para trabalhos multidisciplinares [que envolvam] pedagogos, professores, arquitectos. E ter também um objectivo mais vasto, fora do contexto escolar”, explica, concluindo que “dia 16 [sábado] é o ponto de partida e não o de chegada” para este projecto de educação em arquitectura.
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