Os 3 Arquitectos de Rêferencia na Arquitectura Portuguesa
Arménio Losa e Cassiano Barbosa
O mapa/roteiro de arquitectura do atelier Arménio Losa/ Cassiano Barbosa apresenta 24 obras de Arménio Losa/Cassiano Barbosa e Arménio Losa/Alfredo Matos Ferreira/Beatriz Madureira, na cidade do Porto. Editado em português, inglês e espanhol, com uma tiragem de 40.000 exemplares, o roteiro estará disponível na secretaria da OASRN e nos postos de turismo do Porto. “Arménio Losa (1908-1988) e Cassiano Barbosa (1911-1998), arquitectos formados pela Escola de Belas-Artes do Porto, respectivamente, em 1932 e 1935,
iniciam em 1939 uma renovação e transformação da arquitectura a Norte de Portugal, confirmada pela qualidade e quantidade dos projectos e obras realizados.
A compreensão e manipulação rigorosa dos modelos internacionais e a sua tradução e conciliação morfológica e tipológica à cidade do Porto constituem a novidade e capacidade de uma arquitectura marcada pela racionalização e visão funcionalista dos seus autores. A nova arquitectura internacionalmente anunciada por Le Corbusier é reinventada e integrada na realidade formal e material portuense, através de experimentações e investigações inspiradas na actualidade e contemporaneidade da vida social e cultural de um urbanismo moderno. A convicção e afirmação dos conceitos de A. Losa e C. Barbosa originam uma espacialidade herdada pelas gerações seguintes que reagindo ou seguindo os seus ideais, criam uma arquitectura com uma genealogia regional singular, inédita. (…) Os projectos e obras de Arménio Losa e Cassiano Barbosa constituem, assim, um património arquitectónico e histórico que importa traduzir e descobrir nas ruas da cidade.”
Texto extraído do site Ordem dos Arquitetos Norte.
José Marquês da Silva
“Dizer que José Marques da Silva foi o arquitecto que moldou a fisionomia do Porto no início do século XX significa que, para compreender a sua figura, devemos procurar identificar não apenas a sua obra construída mas também o peso dos seus argumentos e ideias na cultura da cidade. A sua primeira obra de grande significado urbano foi a Estação de São Bento
(1896-1916). Ela assinala de um modo monumental a reconfiguração urbana despoletada pela chegada do caminho-de-ferro ao centro da cidade.(…). Na sequência natural da Estação, a Avenida dos Aliados foi o projecto urbano que consolidou essas dinâmicas e, como arquitecto municipal, Marques da Silva geriu os interesses do plano e coordenou a implementação dos
projectos que a configuraram, para além de ter desenhado alguns dos seus edifícios. Para além dessa função determinante na reinvenção do Porto, Marques da Silva construiu várias outras obras no centro da cidade, como o Teatro Nacional de São João (1910-1920), a conclusão do Palácio do Conde de Vizela (1920-1923), o Edifício das Quatro Estações (1905), os Liceus Alexandre Herculano (1914-1930) e Rodrigues de Freitas (1919-1933) e várias casas de habitação unifamiliares consolidaram no Porto o seu prestígio como arquitecto. (…). Entre as suas principais obras conta-se também a Casa e Jardins de Serralves, no Porto, (1925-1943) onde, em sintonia com o seu cliente, conciliou as contribuições de prestigiados arquitectos franceses numa obra com qualidades singulares.(…) Nas suas múltiplas frentes de actuação Marques da Silva deixou um legado duradouro na cultura arquitectónica portuense,
na paisagem da cidade, na cultura de projecto dos arquitectos, nas práticas de ensino, numa certa forma de fazer e pensar a arquitectura que se foi consolidando no Porto ao longo do século XX.”
Fernando Távora
Para finalizar, a MJARC Arquitectos não pode deixar de falar de um dos fundadores da arquitectura moderna e maiores Arquitectos Portugueses, Fernando Távora, arquiteto e professor. “Fundador da chamada Escola do Porto, foi professor de Siza Vieira e de Souto de Moura, sendo uma referência para gerações sucessivas de arquitetos. A sua carreira docente está ligada a várias institituições de ensino: à Escola Superior de Belas Artes do Porto (ESBAP), onde começa a lecionar; à constituição da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP); e, no final dos anos 80 do séc. XX, à criação do Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra (DARQ-FCTUC), sendo homenageado com a atribuição do Doutoramento Honoris Causa em 1993. Entre 1951 e 1959 é o delegado português nos Congressos Internacionais da Arquitetura Moderna (CIAM), onde conhece os mestres da arquitetura moderna, como Le Corbusier. Em 1955 integra a equipa responsável pelo Inquérito à Arquitectura Regional Portuguesa, um estudo promovido pelo Sindicato Nacional dos Arquitetos sobre a arquitetura em Portugal, publicado em 1961. Homem da cultura, Távora viaja durante toda a sua vida para estudar a arquitetura de todas as épocas e dos diferentes continentes. Considera que um bom conhecimento da história da arquitetura está na base de um bom projeto. É essa base de conhecimento que procura incutir nos seus alunos, incitando-os a viajar.