
O Open House Porto (OHP) regressa nos dias 2 e 3 de julho com curadoria da arquiteta Graça Correia e do historiador Joel Cleto, sob o tema da cidade enquanto Casa Aberta.
Segundo os curadores, o Open House Porto 2022 “vai ser apresentado sob o desígnio da esperança que nos levará a sair de casa e reencontrar a cidade enquanto ‘casa coletiva’ e nesta, os lugares que sendo públicos e infraestruturais permitem que cada cidade funcione enquanto (a nossa) Casa Aberta – uma verdadeira Open House seja na cidade do Porto, Gaia, Matosinhos ou na Maia.”
Serão dois dias de visitas, no fim de semana de 2 e 3 de julho, adaptadas às recomendações que as entidades competentes determinarem à data do evento para a prevenção do contágio Covid-19, garantindo assim a segurança do público e de todas as pessoas envolvidas na organização.
A seleção dos espaços desta 7ª edição está a cargo dos curadores, arquiteta Graça Correia e o historiador Joel Cleto.
O Open House Porto conta com organização e produção da Casa da Arquitectura (CA) – Centro Português de Arquitectura e com a Parceria Estratégica dos Municípios da Maia, Matosinhos, Porto e Vila Nova de Gaia.
Nesta edição, voltaremos a visitar espaços interiores e exteriores, na companhia de especialistas e voluntários, num roteiro que percorrerá um conjunto alargado de espaços nas quatro cidades Open House Porto.
Todas as visitas são gratuitas.
O roteiro é ainda acompanhado pelos Programas Caleidoscópio e Plus que propõem um conjunto de atividades abertas e destinadas a todos os públicos, todas também de participação gratuita.
TEXTO CURATORIAL
Testemunho de uma curadoria em tempos de Pós-pandemia
Nunca como hoje, a Arquitetura se revelou tão importante. A Casa é um dos temas mais caros aos arquitetos, mas também aos visitantes do Open House – muitos não arquitetos – e a Casa, mais do que nunca, nos últimos dois anos, mostrou ser o nosso último e mais importante refúgio revelando que a arquitetura, através do seu desenho, pode contribuir para a construção sólida do lugar da nossa maior ou menor felicidade condicionando, assim, a qualidade da nossa vida.
Ao longo da História a Casa representa o modo como cada um de nós se vincula ao lugar a que chama seu, um lugar de recordação e de memória, a que Siza Vieira chamou “um arquivo de alteridade”. No entanto, se nos últimos séculos nos habituamos a este nosso lugar de liberdade, hoje sabemos que a Casa pode ser, também, um lugar de confinamento obrigatório. E sonhamos como poderia ser esse lugar.
Assim, sendo a Arquitectura que nos fixa a esse lugar, é também esta muitas vezes, quem nos aponta uma direção que nos leva a outra parte. Por isso, em 2022, a Casa vai ser apresentada enquanto ideia da sua revisão, mas também como a Esperança que nos leva a sair de casa e reencontrar cada cidade enquanto casa coletiva e nesta, os lugares que sendo públicos e infra estruturais, permitem que a cidade funcione enquanto (a nossa) Casa Aberta – uma verdadeira Open House seja na cidade do Porto, Gaia, Matosinhos ou na Maia.
Graça Correia
Graça Correia (Porto, 1965), Arquiteta (FAUP, Porto, 1989), Doutorada em Arquitetura (UPC, Barcelona, 2006).
Professora Associada (FCATI-ULP, Porto) e Professora Auxiliar Convidada (FAUP, Porto), tendo sido visiting professor em várias universidades estrangeiras.
Colabora com Eduardo Souto de Moura entre 1989 e 1995, tendo desenvolvido em coautoria projetos como a Requalificação da Fábrica Robinson (Portalegre, 2004–2011). Em 2005, funda com Roberto Ragazzi a CORREIA/RAGAZZI ARQUITECTOS. A sua obra tem sido premiada, publicada e exibida nacional e internacionalmente.
Autora de vários livros, designadamente sobre a obra de Ruy D’Athouguia, é ainda coautora e apresentadora de documentários realizados para a RTP2.
Desenvolve, contemporaneamente à sua prática como arquiteta, investigadora e docente, ampla participação cívica. Autora de uma reflexão sobre a obra dos arquitetos Aires Mateus para a revista TC Cuadernos, de Valência, e um artigo para a Thames e Hudson, sobre o arquiteto David Adjaye. Júri dos Prémios ENOR 2020, foi ainda convidada pelo Professor Francesco Dal Co para ser Editor Curator de um número monográfico da Casabella sobre a nova geração de arquitetos portugueses.
Joel Cleto
Joel Cleto (Porto, 1965), Historiador (FLUP, Porto, 1987) e Mestre em Arqueologia (FLUP, Porto, 1994).
Autor e apresentador, desde 2006, de programas sobre História no Porto Canal. Nomeado para o Prémio Sociedade Portuguesa de Autores (2012, melhor programa de entretenimento), ganhou dois prémios da Associação Portuguesa de Museologia (2016, melhor trabalho media, e 2019, informação turística).
Na Câmara Municipal de Matosinhos, entre 1987 e 2014, foi arqueólogo, Chefe da Divisão da Cultura e Museus, dirigiu o Museu da Quinta de Santiago e coordenou o Gabinete Municipal de Arqueologia e História. Colabora com o Museu do Futebol Clube do Porto desde a sua conceção.
Integrou o Campo Arqueológico da Serra da Aboboreira, tendo dirigido escavações em monumentos megalíticos, concelhos de Baião e Marco de Canaveses. Desempenhou funções diretivas no Grupo de Estudos Arqueológicos do Porto e na Associação Profissional de Arqueólogos. Integra, desde 2017, o Conselho Municipal de Cultura do Porto.
Autor de vários livros e dezenas de ensaios e estudos de investigação, é colaborador permanente das revistas “O Tripeiro” (desde 2008) e “História – Jornal de Notícias” (desde 2015). Recebeu das Autarquias do Porto (2017) e Matosinhos (2019) a Medalha Municipal de Mérito – Grau Ouro.