Arquiteto Carrilho da Graça distinguido com o Prémio Nuno Teotónio Pereira 2022

Categorias: Arquitetura

O arquiteto João Luís Carrilho da Graça foi distinguido, na Vertente de Reabilitação de Edifício de Equipamento, com o Prémio Nuno Teotónio Pereira, atribuído pelo IHRU, Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, pelo projecto de reabilitação e adaptação do Convento de São Domingos a Museu Ibérico de Arqueologia e Arte, em Abrantes.

Os resultados foram conhecidos na passada segunda-feira, dia 30 de janeiro, na cerimónia de atribuição do Prémio, no Museu da Electricidade, em Lisboa, que contou com a presença da Secretária de Estado da Habitação, Fernanda Rodrigues e da Presidente do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, Isabel Dias.

Inaugurado em 2021, o Museu Ibérico de Arqueologia e Arte, instalado no Convento de São Domingos, é da autoria do Arquiteto João Luís Carrilho da Graça, com museografia do Designer Nuno Gusmão, e museologia do Professor Doutor Fernando António Batista Pereira e do Professor Doutor Luiz Oosterbeek.

O projecto de João Luís Carrilho da Graça para o Museu Ibérico de Arqueologia e Arte desenvolve-se a partir de uma dialética que procura esclarecer o conjunto conventual pré-existente. Partindo dos pressupostos programáticos e logísticos inerentes à construção das condições museológicas num edifício histórico, algo maltratado, chega a uma solução que, significativamente, explicita o seu valor patrimonial ao retomar uma organização que remete tanto quanto ainda possível para a organização espacial original.

Organizados em torno do claustro original, os espaços do convento vêem revelada e explorada pelo projecto uma inesperada qualidade e flexibilidade arquitectónica que mais sublinharam a necessidade do restauro, reabilitação e dotação infra- estrutural do edifício se pautar por um silêncio formal e uma ocupação funcional adaptados às características espaciais e estruturais do conjunto. Assim, ocupado o piso 0 do convento por, essencialmente, serviços técnicos e de apoio ao funcionamento do museu, no 1o piso distribuem-se espaços expositivos para núcleos específicos das colecções e fundos depositados na Câmara Municipal de Abrantes (acervos municipais de arqueologia e arte do Município de Abrantes e da Coleção Estrada, coleção da pintora Maria Lucília Moita e Coleção de Arte Contemporânea Figueiredo Ribeiro).

A avaliação patrimonial do edifício, levou a que se retomasse com pragmatismo e inesperada rentabilidade, em termos de qualidade arquitectónica e flexibilidade funcional, o regresso, dentro do possível, ao projecto original do Convento Dominicano, assumindo com subtileza o MIAA uma nova centralidade na urbe da cidade de Abrantes.

O Prémio Nuno Teotónio Pereira, o mais antigo no sector do imobiliário em Portugal e promovido pelo IHRU, viu, em 2016, o seu nome alterado com o objetivo de prestar homenagem ao Arquitecto Nuno Teotónio Pereira, pela sua vida e percurso enquanto arquiteto. O Prémio NTP, distingue e incentiva as boas práticas nas áreas de atuação do IHRU, quer na vertente de Reabilitação Urbana, quer na vertente de Produção Científica. Na edição de 2022 foram ainda premiados na Variante Reabilitação de Edifício Habitacional a Casa na Rua Álvares Cabral (Inês da Silva Pimentel), a Reabilitação/Conversão de edifício de escritórios para habitação e comércio (Contacto Atlântico Arquitectos) e a Reabilitação de Edifícios para renda acessível na Rua Infante D. Henrique (André Eduardo Tavares, menção honrosa), na Variante Reabilitação de Conjunto Urbano ou Requalificação de Espaço Público a Avenida Condestável D. Nuno Álvares Pereira (Paulo Tormenta Pinto), o Centro de Artes e Criatividade (CAC) (Município de Torres Vedras, menção honrosa) e o Bairro do Sobreiro (Nuno Lopes e Sofia Mota, menção honrosa) e na Vertente Trabalhos de Produção Científica os trabalhos de João Manuel Chaves de Barros Santa Rita e Mariana Sofia Abranches de Aguiar Antunes.

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