Arquiteto Luís Rebelo de Andrade eleito Personalidade do Ano nos Prémios Construir

Categorias: Arquitetura

É com muito orgulho que a Rebelo de Andrade comunica que Luís Rebelo de Andrade foi eleito como Personalidade do Ano, pelos Prémios Construir, na categoria de Arquitectura. O projecto Art Legacy Hotel recebeu também dois prémios, sendo o vencedor das categorias de “Arquitectura/Projecto de Reabilitação” e “Imobiliário/Turismo”

Os Prémios Construir foram criados com o objectivo de homenagear e celebrar o esforço e talento de empresas e profissionais dos diversos sectores da Arquitectura, Engenharia, Imobiliário e Construção.

Ganhar este prémio de prestígio é mais uma prova da dedicação e paixão que Luís Rebelo de Andrade tem desenvolvido na arquitetura portuguesa, uma homenagem à sua experiência e inovação na reabilitação do património e novo edificado. A entrega dos troféus aos projectos consagrados decorreu ontem, a 15 de Outubro, no espaço Clube – Lisbon Secret Spot em Lisboa.

“Para nós, a arquitectura é uma missão. Acredito que é urgente valorizar o nosso papel como guardiões da paisagem e a arquitectura como disciplina essencial para garantir a qualidade de vida das pessoas, e preservar a identidade dos lugares.”

 

É com grande honra que recebo este prémio e agradeço profundamente esta distinção, que reconhece o mérito e a excelência daqueles que diariamente se dedicam às boas práticas nos sectores da Arquitectura, Engenharia, Construção e Imobiliário. Este prémio não é apenas um reconhecimento do meu trabalho, mas também dos que caminham comigo – a minha família, a minha equipa, os parceiros e os clientes que compartilham a nossa missão e nos apoiam a cada passo.

Vivemos numa era marcada pelo fast-food, fast-fashion e fast-build, onde cada vez mais o olhar transacional se sobrepõe à essência das coisas. E essa dinâmica precisa ser contrariada. Torna-se crucial refletir sobre os valores que nos guiam. Não somos mercantilistas, nem comerciais. Para nós, a arquitectura é uma missão. Acredito que é urgente valorizar o nosso papel como guardiões da paisagem e a arquitectura como disciplina essencial para garantir a qualidade de vida das pessoas, e preservar a identidade dos lugares.

A autenticidade é a nossa bússola. Numa época de globalização, devemos lutar contra a tendência de uniformizar tudo, de transformar o planeta num cenário monótono e desprovido de alma. Acredito que devemos criar edifícios que resistam ao tempo, soluções arquitectónicas sólidas e intervenções que se tornem clássicos modernos. Projectos que sejam, simultaneamente, intemporais e sustentáveis, gerando valor e longevidade em harmonia com o ambiente.

É com orgulho que aceitamos o desafio de intervir em património classificado, uma responsabilidade que exige respostas racionais e profundamente enraizadas nas histórias dos sítios e na sua identidade. Nestas intervenções, temos de abdicar de uma liberdade criativa ilimitada, e colocar a vaidade de lado. Contudo, mesmo que as nossas assinaturas sejam discretas, elas estão lá, deixando transparecer uma marca contemporânea que respeita o património herdado.

Temos assistido a uma tendência crescente para valorizar a “importação” de arquitectos internacionais, em detrimento dos arquitectos portugueses. Contudo, algumas das obras mais icónicas do nosso país são fruto do talento nacional: a Fundação Calouste Gulbenkian, o Palácio da Justiça, a Casa de Chá da Boa Nova, o Pavilhão de Portugal, o Estádio Municipal de Braga, a Casa das Histórias Paula Rego, e orgulhamo-nos de incluir nesta lista, a Casa 3000 e as Snake Houses. Estas obras são testemunhos da qualidade e criatividade da arquitectura nacional, deixando uma marca formidável no património construído.

A sustentabilidade continua a ser o alicerce do nosso trabalho. Não se trata apenas de uma palavra da moda, mas de um compromisso genuíno: baixo consumo de energia, pequena pegada de construção e o uso constante de materiais e técnicas autóctones. A durabilidade e a qualidade das soluções que criamos refletem o respeito pela paisagem e pelo futuro.

A equação é simples: a arquitectura como missão, somada à sustentabilidade enraizada, resulta num estilo de vida que respeita a identidade do lugar.

Em conclusão, acredito que na vida precisamos ser pensadores livres, capazes de rir de nós próprios e, sobretudo autênticos. Procuramos acrescentar valor a cada projecto, respeitando o ambiente, potenciando o negócio e integrando a paisagem. O resultado final, a relação com os clientes, e a parceria com empreiteiros de excelente qualidade são as chaves que fazem desta jornada algo de especial.

Dedico este discurso aos promotores e arquitectos aqui presentes. Juntos, compartilhamos a responsabilidade de proteger a identidade dos lugares, de elevar a qualidade e garantir o valor para as gerações futuras. Afinal, somos arquitectos. Sem perder de vista a essência do passado, desenhamos o futuro, enriquecendo este belo e eterno país que é Portugal.

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