No dia 25 de Maio os programas do “Fins-de-semana no Monumental”, organizados pela Medeia Filmes, prestam homenagem ao arquiteto Manuel Graça Dias, recentemente falecido. Será exibido o documentário “Arriverdeci Macau” (2012), que Graça Dias fez com Rosa Coutinho Cabral, sobre o arquitecto Manuel Vicente, com o qual trabalhou em Macau, no início da sua carreira; as curtas-metragens, que escreveu e realizou no âmbito do projecto “Ruptura Silenciosa”, da FAUP: “A Encomenda” e “A Limpeza” (ambas de 2013; a primeira, sobre a Casa de Albarraque, projecto do arquitecto Raul Hestnes Ferreira, que também participa no filme, a segunda, sobre a casa Weinstein, que Manuel Vicente construiu para a família).
Será também projetado o último episódio do programa que teve na RTP nos anos 80, “Ver Artes Arquitectura”, e um excerto de uma entrevista filmada, ainda inédita, do projecto da FAUP, Circa 63, sobre as intersecções entre a arquitectura e o cinema em Portugal.
No fim, haverá ainda uma conversa sobre a sua obra com os arquitectos Egas José Vieira, Luís Urbano e a realizadora Rosa Coutinho Cabral e outros convidados a anunciar.
Manuel Graça Dias (1953-2019) gostava de cidades. Do espaço de partilha que representam. Da sua diversidade e polivalência. Das cidades como espaço de liberdade, que construímos em conjunto, fazendo delas “um somatório imenso sobreposto de tantas diferentes cronologias e origens” [Manual das Cidades, ed Relógio d’Água]. Arquitecto, professor, cidadão interveniente, “pensava” em público a arquitectura e a cidade, quer através das colaborações regulares na imprensa escrita e revistas da especialidade, rádio e televisão, ou nos muitos livros que publicou, e, como escrevia o jornal Público, deixou-nos um “legado vibrante”.
O arquiteto Manuel Graça Dias teve uma relação muito próxima com a Medeia Filmes e com Paulo Branco. São dele (a meias com Egas José Vieira) os projectos das salas de cinema Medeia Monumental, em Lisboa (1993) e Cidade do Porto (1994) – bem como, mais tarde, os do Saldanha Residence, Alvaláxia e Freeport, entre outros, ou os escritórios da produtora Madragoa Filmes, em Alcochete, ou ainda da livraria da Assírio & Alvim nos cinemas Medeia King. Participava também regularmente em debates, conversas, ou apresentava filmes nas salas Medeia, em Lisboa e no Porto.
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