Atelier de arquitectura japonês SANAA recebe medalha de ouro do RIBA

Categorias: Arquitetura

O atelier de arquitectura japonês SANAA, fundado por Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa, é o novo vencedor de uma das maiores distinções mundiais no campo da arquitectura: a medalha de ouro atribuída anualmente pelo Royal Institute of British Architects (RIBA), que premeia contributos significativos para o desenvolvimento da disciplina.

A imagem de marca do SANAA, escreve o RIBA no seu site, é um “compromisso profundo com a criação de lugares que unam as pessoas e inspirem a colaboração”. Os espaços concebidos pelos nipónicos destacam-se pela sua “simplicidade, luz e elegância”, acrescenta o instituto britânico, elogiando ainda a capacidade deste atelier de conjugar “ousadia” com “sensibilidade ao ambiente local”. “Os seus trabalhos demonstram que a arquitectura pode ser funcional e, em simultâneo, profundamente elegante, oferecendo uma sensação de tranquilidade num mundo cada vez mais complexo e caótico.”

O RIBA sublinha igualmente o “uso distintivo” que o atelier faz da luz, o que dá aos seus espaços “uma qualidade etérea”. E continua: “Contendo, muitas vezes, uma fachada simples e minimalista, os seus projectos disfarçam a complexidade silenciosa dos seus interiores”, o que demonstra o “rigor profundo” que atravessa o trabalho de Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa.

Eles que já reagiram à notícia do prémio: “Sempre acreditámos que a arquitectura pode transformar e reparar ambientes, ajudando-nos a relacionarmo-nos com o meio envolvente, com a natureza e uns com os outros”, afirmou a dupla de arquitectos, que surge citada no site do RIBA. “Ao longo das nossas carreiras, tentámos criar espaços que unam as pessoas, convidando-as a imaginar novas formas de viver e aprender colectivamente. A arquitectura resume-se sempre a trabalho de equipa e estamos muito gratos a todos os que nos deram oportunidades de desenvolver estas ideias ao longo dos anos, e a todas as pessoas que trabalharam incansavelmente connosco para as concretizar. Este é um momento muito feliz para nós, obrigado.”

Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa conceberam vários museus, como o Novo Museu de Arte Contemporânea, em Nova Iorque (1977), o Museu de Arte Contemporânea do Século XXI, em Kanazawa, no Japão (2004), o Louvre-Lens, situado, como o nome sugere, na cidade francesa de Lens (2012), e o Sydney Modern (2022).

O seu portfólio inclui também a “caixa branca” que é a loja da Dior, notória pelos seus painéis de vidro, na rua Omotesando, capital das compras de luxo em Tóquio (2003), a biblioteca suíça Rolex Learning Center (2010), o centro cultural e humanitário Grace Farms (2015), no Connecticut, nos Estados Unidos.

O atelier venceu a edição de 2010 do Pritzker, o mais prestigiado prémio de arquitectura no mundo. Foi por volta da mesma altura que Sejima e Nishizawa venceram o concurso internacional para a concepção do pólo de Serralves em Matosinhos, mas o projecto viria a ser cancelado por falta de verbas.

É no Museu de Serralves que está patente, desde 15 de Novembro de 2024, uma exposição dedicada a dois dos projectos do SANAA: um projecto de reactivação cultural da ilha japonesa de Inujima, praticamente despovoada, e um edifício de escritórios concebido para a Imabari Shipbuilding, uma grande construtora nipónica de navios — “A concepção deste ambiente de trabalho mais suave e aberto (resultado de um esforço para atrair operários de estaleiro) permite uma relação mais próxima entre os funcionários ao longo do edifício”, lê-se no site da Fundação de Serralves.

Foto: Biblioteca suíça Rolex Learning Center View Pictures/Universal Images Group via Getty Images

© PÚBLICO

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