O presidente da Câmara Municipal de Lisboa entregou ontem, recuperando cinco anos de atraso, os Prémios Valmor e Municipal de Arquitectura relativos aos anos de 2018, 2019 e 2020, numa cerimónia que decorreu no Salão Nobre dos Paços do Concelho. No total foram atribuídas nove distinções: um Prémio e duas Menções Honrosas por cada ano.
“Há 122 anos que distinguimos o melhor da arquitectura em Lisboa, que cumprimos a vontade do Visconde de Valmor, que queria ver em Lisboa algo diferente. Que queria que Lisboa fosse mais do que aquilo que era, que fosse mais do que aquilo que podíamos imaginar. E queria fazê-lo através da arquitectura”, recordou o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, notando que a atribuição destes galardões “é já uma tradição lisboeta, única em todo o país”.
O presidente da Autarquia sustentou ainda que a entrega dos Prémios Valmor e Municipal de Arquitectura “significa a promoção do talento dos nossos arquitectos, da forma como os nossos arquitectos são capazes de marcar Lisboa, da forma como conseguem reabilitar edifícios históricos e resgatar memórias para o presente”. “O Prémio Valmor significa também cidade, porque em cada uma dessas obras está exatamente o propósito da arquitectura: fazer cidade”, disse.
As Menções Honrosas de 2018 distinguiram a obra de alteração do Edifício de Habitação e Comércio situado na Rua Nova de São Mamede, 62-68, da autoria do arquitecto João Pedro Barros Falcão de Campos, e a obra de Requalificação do Largo da Igreja da Memória, da autoria do Arquitecto Gonçalo Byrne.
O Prémio foi atribuído à obra de Reabilitação do antigo Palacete dos Condes de Burnay para instalação da Biblioteca de Alcântara, da autoria da arquitecta Margarida Grácio Nunes, tendo também como promotora a Empresa Municipal Lisboa Ocidental SRU.
Das obras concluídas em 2019, mereceram Menção Honrosa do Prémio Valmor e Municipal de Arquitectura dois novos edifícios. O Edifício de Habitação construído no n.º 58 da Costa do Castelo, do arquitecto Ricardo Bak Gordon, e o edifício do arquitecto Nuno Mateus construído no n.º 97 da Rua Francisco Metrass para a instalação da Redbridge International School.
O Prémio foi atribuído à obra de Reabilitação de um edifício da Baixa Pombalina, destinado a Habitação e Comércio, situado na Rua dos Douradores, n.º 186, da autoria do arquitecto José Adrião e tendo como promotores Pedro Garcia Ramos e Maria Eugénia Ocantos.
Foi atribuída ainda Menção Honrosa à obra de Reabilitação da Casa Fernando Pessoa, da autoria do arquitecto José Adrião, e ao Edifício de Habitação construído no n.º 65 a 67A da Calçada Marquês de Abrantes, da autoria do arquitecto Nuno Mateus.
Atribuído desde 1902, o Prémio Valmor visa promover e incentivar a qualidade arquitetónica da construção na cidade de Lisboa. Na cerimónia, que decorreu nos Paços do Concelho, foram atribuídos os prémios e menções honrosas referentes aos anos de 2018, 2019 e 2020, resultantes da apreciação de 777 obras, tendo sido atribuídas nove distinções: um Prémio e duas Menções Honrosas por cada ano.
No universo da empresa, são agora seis os espaços distinguidos no âmbito deste histórico prémio que foi atribuído ao Cinema São Jorge (em 1950) e ao Capitólio (em 2016). A moradia onde residiu o fundador do Museu Bordalo Pinheiro e onde está instalado o museu e o projeto de recuperação e valorização do Teatro Romano receberam duas menções honrosas, respetivamente em 1914 e 2014.
O júri presidido pelo presidente da CML, e coordenado pela vereadora do Urbanismo, Joana Almeida, teve a participação de: Laurentina Pereira, da CML; Alberto Reaes Pinto, da Academia Nacional de Belas Artes; Pedro Novo, da Ordem dos Arquitetos; Jorge Mealha da Costa, da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa. O júri contou ainda com a participação de Ana Tostões, do Instituto Superior Técnico, com um percurso profissional e académico de destaque na área da arquitetura contemporânea.
Para 2025, está já prevista a entrega dos prémios dos anos 2021, 2022, 2023 e 2024, de forma a “retomar a normalidade” na atribuição do Prémio Valmor e Municipal de Arquitetura, afirmou Carlos Moedas.
Lista os premiados:
Prévio Valmor e Municipal de Arquitetura 2018
Reconstrução do antigo Teatro Luís de Camões LU.CA – Calçada da Ajuda, 80
Projeto de: Manuel Graça Dias e Egas José Vieira Arquitetos
Menções Honrosas 2018 ex aequo
Alteração do edifício de habitação e comércio – Rua Nova de São Mamede, 62
Projeto de: João Pedro Barros Falcão de Campos
Requalificação do Largo da Igreja da Memória
Projeto de: Gonçalo Byrne
Prévio Valmor e Municipal de Arquitetura 2019
Reabilitação de antigo Palacete dos Condes de Burnay para instalação da Biblioteca de Alcântara – Calçada da Tapada, 35
Projeto de: Margarida Grácio Nunes
Menções Honrosas 2019 ex aequo
Construção de edifício de habitação – Costa do Castelo, 58
Projeto de: Ricardo Bak Gordon
Construção de edifício para instalação da Redbridge International School – Rua Francisco Metrass, 97
Projeto de: Nuno Mateus
Prévio Valmor e Municipal de Arquitetura 2020
Reabilitação de edifício de habitação e comércio – Rua dos Douradores, 186
Projeto de: José Adrião
Menções Honrosas 2020 ex aequo
Reabilitação da Casa Fernando Pessoa – Rua Coelho da Rocha, 16
Projeto de: José Adrião
Construção de edifício de habitação – Calçada Marquês de Abrantes, 65
Projeto de: Nuno Mateus
Prémios Valmor: Câmara de Lisboa distingue obras arquitectónicas da cidade
