
Antiga central eléctrica localizada no Beato, em Lisboa, vai ser transformada numa microcervejeira, a Browers Company, do Super Bock Group e vai ter a assinatura dos arquitectos Eduardo Souto Moura e Nuno Graça Moura.
Para concretizar a obra o grupo conta com a Lucios Engenharia e Construção para concretizar o projecto que nasce a partir de um edifício histórico.
O Browers Beato vai contar não só com a produção de cerveja em pequena escala, que ficará à vista dos visitantes, mas também com uma área de restauração e um espaço destinado a eventos culturais e workshops.
No espaço com 700 m2, será um longo balcão a separar as áreas públicas (restaurante/bar e sala de provas) das áreas de serviço (incluindo a fábrica de cerveja). Já no exterior, junto à fachada nascente, será criada uma esplanada.
A futura microcervejeira integra a antiga Manutenção Militar, um complexo industrial do Exército português onde está a nascer o Hub Criativo do Beato. Este pólo de empreendedorismo e inovação, em Lisboa, conta com 20 edifícios numa área total de 35.000 m2.
Sobre o projeto
Pretende-se instalar um restaurante/bar, respectiva cozinha e uma micro-fábrica de cerveja na antiga Central Eléctrica da Manutenção Militar do Beato, agora Hub Criativo do Beato.
Um longo balcão situado sensivelmente no eixo maior longitudinal, separa as áreas públicas e privativas.
A nascente do balcão situam-se as áreas públicas, nomeadamente o restaurante/bar e instalações sanitárias públicas.
A poente do balcão localizam-se as áreas de serviço: cozinha, armazém e zonas de preparação, e num plano mais elevado cerca de 70 cm, a fábrica de cerveja.
No topo norte prevê-se a relocalização do palco. A sua configuração e pormenores construtivos serão semelhantes aos actuais. Deste modo passa a funcionar como palco para música ao vivo.
Na fachada sul, mantém-se a porta existente que funcionará como porta de serviço, cargas e descargas, etc. No exterior desta fachada, prevemos a demolição das construções anexas, de modo a permitir reabrir a passagem originalmente existente. No muro a norte propomos igualmente a abertura de um portão de modo a facilitar acesso directo ao edifício.
O projecto prevê a reconstituição de todos os elementos relevantes existentes no edifício actual e respectivas cores. Propomos a reconstrução de todos os lambris interiores com azulejos e mosaicos idênticos.
Nos pavimentos reutilizaremos mosaicos hidráulicos artesanais, com desenho e cores idênticas às dos actualmente existentes.
As caixilharias em ferro serão tratadas e reaproveitadas, ou reconstruídas, embora com introdução de vidro duplo laminado, por razões térmicas e acústicas.
Na porta actual serão repostos os vidros de cor entretanto desaparecidos. O forro do tecto será reparado e aplicado com juntas abertas e isolamento pelo interior, para melhor comportamento acústico. Os tubos metálicos de todas as instalações mecânicas ficarão visíveis, junto ao tecto e nas fachadas.
Os equipamentos da fábrica de cerveja serão em aço inox, bem como os da cozinha e o balcão longitudinal que organiza o espaço. Na zona pública, as instalações sanitárias serão revestidas com chapa de aço inox.
Os restantes elementos existentes, como estrutura da cobertura, ponte e respectivas guias, ventilador e gerador com suas condutas serão integralmente restaurados.
© DR
Fotografias de maqueta: © Arménio Teixeira
Visualização tridimensional: © Metro Cúbico Digital
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