Hugo Alves Rebelo alumnus da FAUP obteve o 2º lugar no concurso Internacional African Urban School

Categorias: Arquitetura

Hugo Alves Rebelo, alumnus da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, obteve o 2º lugar no concurso Internacional African Urban School promovido pela Archstorming. Os resultados foram divulgados no passado dia 21 de Outubro sendo a primeira vez que a Plataforma organizadora de concursos internacionais de Arquitetura premeia um projeto português. Parallel, juntou-se a mais 324 propostas na procura de um modelo de Escola que se irá disseminar por toda a África.

Enquadramento

A Archstorming procura soluções a questões humanitárias por intermédio da criação de concursos de Arquitetura a nível internacional. Esta 14o edição nasceu da crescente necessidade de contrariar a perpetuação do problema Humantário e Educacional que se vive atualmente em África, onde a taxa de crescimento populacional cresce exponencialmente. Neste sentido, foi lançado o desafio de desenhar uma Escola primária e secundária em Bamako, capital do Mali, inserida no programa de Escolas da Instituição Enko Education.

Memória descritiva:

Numa cultura ligada à terra e sensível às qualidades da Natureza, nasce um modelo de Escola que, poderá servir de arquétipo da Arquitetura Educacional sustentável do país. Bamako, a capital do Mali, será a sua primeira casa.

O desenho da proposta parte de uma grelha de forma a reduzir os esforços de montagem. Essa matriz é posteriormente impressa numa estrutura regular de madeira que não só nos propicia uma sensação de suporte, estabilidade e segurança como, também, um desejo de vaguear livremente pelos espaços transparentes.

A escola é composta por dois volumes transparentes. O primeiro, de escala mais contida, abriga o programa administrativo, o infantário, e uma pequena escola primária. O segundo é composto pelas áreas de convívio social de maior escala no piso térreo e por todo o programa destinado ao ensino secundário no resto do edifício. Devido ao número de salas de aula necessárias neste segundo cenário esta volumetria recebe uma proporção mais elegante e demarca orgulhosamente a sua presença no quarteirão da rua 96 da cidade de Bamako.

A organização do programa procura ser clara e fluida. A proposta inicia com a convergência do envelope periférico de taipa marcando a entrada que conduz os utilizadores ao átrio de receção. A receção está relacionada com a zona administrativa o que otimiza a sua autonomia. As salas da creche são os únicos espaços educacionais integrados neste piso, garantindo a sua continuidade com a entrada da escola e, assegurando também, acesso direto e privado a espaços próprios de recreio exterior. Nos restantes pisos, à exceção do grande recreio coberto no volume de menor estatura, encontram-se as infraestruturas de ensino secundário.

Os elementos construtivos da proposta conectam-nos com a Natureza. Na sua essência, estes, têm uma função estrutural/construtiva e atmosférica: -a praticidade das folhas de zinco que constroem a cobertura, depois escondidas numa segunda camada de palha que aquece o seu impacto visual num manto ocre que ondula com o vento; -o cheiro da terra impregnado nos elementos de adobe; -o som da água quando cai do telhado metálico para o sistema de drenagem como uma cascata; -o cheiro da vegetação molhada; as nervuras sublimes da madeira que promovem sensações táteis. Todas estas experiências libertam os sentidos e perpetuam um efeito mágico, num projeto num projeto não só funcional mas também emocional, realçando a necessidade de um espaço de aprendizagem confortável e esteticamente consciente.

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