Louvre Michaelense vence prémio de arquitetura Paulo Gouveia

Categorias: Arquitetura

O arquitecto Paulo Vieitas é o vencedor do Prémio de Arquitectura Paulo Gouveia, edição de 2020, com a obra “Reabilitação: Louvre Michaelense”.

O júri destacou a forma sensível de realizar a reabilitação de um edifício neoclássico, de valor cultural e patrimonial assinalável.

“O projeto de arquitectura de interiores revela grande sensibilidade perante o objecto arquitectónico, traduzido na identificação, levantamento, manutenção, recuperação e restauro das soluções construtivas, dos materiais e do mobiliário preexistente, assim como, na decoração e iluminação”, escreveu o júri.

Uma menção honrosa foi atribuída aos autores da obra “Quinta dos Peixes Falantes”, Fernando Monteiro, Marco Resendes e Miguel Sousa, situada na Ribeira Grande.

O júri foi composto pelos arquitectos Ângelo Regojo dos Santos, em representação da Direção Regional da Cultura, João Mendes Ribeiro, convidado pela Direção Regional da Cultura e Nuno Costa, presidente da Secção Regional dos Açores da Ordem dos Arquitectos. Fizeram, ainda, parte do júri Nuno Filipe Medeiros Martins, em representação da Associação de Municípios da Região Autónoma dos Açores, e Alexandra Bragança, em representação da Associação dos Industriais de Construção Civil e Obras Públicas dos Açores.

O Prémio de Arquitectura Paulo Gouveia galardoa os melhores exemplos de obras de recuperação, reabilitação, reconstituição e reinterpretação na Região Autónoma dos Açores, no respeito pelo património edificado e que privilegiam o uso de materiais da Região.

O prémio leva o nome do açoriano Paulo Gouveia, falecido em 2009, expoente do pós-modernismo na Região. Com uma obra singular, Paulo Gouveia foi o arquitecto responsável pelos projectos de diversos edifícios emblemáticos, alguns deles premiados a nível nacional, tanto de uso público como de habitação privada, em várias ilhas do arquipélago.

O presidente da Secção Regional dos Açores da Ordem dos Arquitectos enfatizou a relevância do Prémio para a promoção da “boa arquitectura” da Região, para a comunicação com as pessoas e para a criação de “massa crítica” em relação à paisagem e ao edificado. “Vivemos rodeados de ‘arquitetura’, um elemento essencial e qualificador dos espaços que habitamos e vivenciamos, sejam eles interiores ou exteriores”, disse Nuno Costa.

Foco na reabilitação urbana

O Prémio reforça, por outro lado, os instrumentos disponíveis para promover a reabilitação. É o caso do 1.º Direito – Programa de Apoio ao Acesso à Habitação, dirigido essencialmente à reabilitação do edificado e ao arrendamento.

Segundo Nuno Costa, o 1.º Direito promove “a inclusão social e territorial, mediante a cooperação entre políticas e organismos setoriais, entre as administrações central, regional e local e entre os setores público, privado e cooperativo.”

“Os municípios deverão elaborar o seu plano Estratégia Local de Habitação, com vista a apoiar a promoção de soluções habitacionais para pessoas carenciadas que vivem em condições habitacionais indignas. Neste sentido, o Prémio de Arquitetura Paulo Gouveia é também uma forma de sensibilizar a sociedade, no geral, para um olhar atento sobre as políticas de reabilitação urbana e do ordenamento das cidades açorianas.”

Menção honrosa

Na obra “Quinta dos Peixes Falantes”, dos autores Fernando Monteiro, Marco Resendes e Miguel Sousa, situada na Ribeira Grande, o júri escreveu na sua apreciação “A intervenção (…) demonstra de forma clara o valor do conjunto no contexto onde está inserido e respeita a memória da estrutura arquitetónica preexistente, com a manutenção do conjunto composto por casa e ermida”.

 

Imagens:

Obra vencedora – “Reabilitação: Louvre Michaelense”, de Paulo Vieitas.

Menção Honrosa – “Quinta dos Peixes Falantes”, de Fernando Monteiro, Marco Resendes e Miguel Sousa.

 

© Ordem dos Arquitectos Secção Regional Sul.

 

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