Marta Rocha distinguida com Prémio Nacional de Arquitetura em Madeira

Categorias: Arquitetura

A arquiteta Marta Rocha foi distinguida com o Prémio Nacional de Arquitetura em Madeira, pelo projeto Casa RV, localizado em Vila Nova de Gaia.

O prémio, na sua terceira edição, é organizado pela Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal (AIMMP), pela Ordem dos Arquitetos e pela Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI).

 

Marta Rocha nasceu no Porto em 1977 e licenciou-se na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto em 2001, onde completou também o mestrado em Metodologias de Intervenção no Património Arquitetónico, segundo a página do Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo.

 

A arquiteta estudou na Escola de Arquitetura de Nancy e passou pelo atelier de Emmanuelle e Laurent Beaudouin, em França, trabalhando, já no Porto, com o arquiteto Fabien Vacelet.

 

 

 

 

A sessão de atribuição do prémio, que decorreu no Palácio do Bolhão, no Porto, atribuiu ainda dois votos de louvor extraordinário aos projetos Cabanas no Rio, da autoria de Manuel e Francisco Aires Mateus, e Capela Árvore da Vida, dos Cerejeira Fontes Arquitetos (já distinguida com o prémio ArchDaily 2011 para edifício religioso).

 

Dois outros projetos receberam menções honrosas: Casa Celeiro, de Inês Brandão, e o Centro Equestre, por Carlos Castanheira.

 

O prémio recebeu 42 obras a concurso, tendo o presidente do júri, Luís Rebelo de Andrade, sublinhado o “nível de qualidade bastante elevado” dos participantes.

 

 

Sobre a Casa RV

“A casa.rv encaixa-se entre duas ruas numa parcela estreita [6 m] e longa [30 m] com uma topografia tão ingrata quanto a exposição solar.

A implantação e a volumetria deduzem‑se das contingências oferecidas pela heterogénea envolvente construída e pelas regras urbanísticas, procurando resolver desequilíbrios, colmatando desiguais e irregulares empenas laterais e resolvendo a diferença de cota entre as duas ruas [5 m].

 

 

O programa – casa e atelier – divide-se em dois volumes distintos separados por um pátio, mas unidos por uma passagem à cota superior ocupada pela biblioteca e recobertos por um telhado de duas águas cuja cumieira os unifica. A interioridade do pátio contrasta com as amplas vistas da Afurada, do rio Douro e do oceano Atlântico a nordeste e noroeste.

 

 

Tanto na casa, como no atelier, um núcleo central de madeira acolhe espaços secundários, circulações verticais e todas as instalações técnicas, libertando as paredes periféricas de betão de forma a permitir uma circulação fluída da luz e a acrescentar um carácter lúdico ao espaço.

Lajes térreas, paredes exteriores e cobertura formam uma carapaça protetora de betão totalmente isolada por uma pele de cortiça.

 

 

As estruturas de piso, paredes não estruturais, caixilharias e carpintarias são de madeira e derivados (pinho, bétula).

Nos pátios, o revestimento dos pavimentos e das fachadas em pinho termotratado prolongam o conforto do uso da madeira para o exterior.

Assumindo a sua natureza, os materiais complementam­-se: o betão duro e frio, e o zinco cru da cobertura tornam-se cordiais na presença da madeira clara e de toque suave. ”

 

Casa RV – Marta Rocha Arquiteta | Fotografia ©Tiago Casanova

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