Nuno Valentim Arquitectura e Reabilitação vence no Palmarés Architecture Aluminium Technal

Categorias: Arquitetura

O Centro Dehoniano no Porto, projectado pelo Atelier Nuno Valentim Arquitectura e Reabilitação, foi o vencedor no Palmarés Architecture Aluminium Technal, na categoria Reabilitar.

Portugal arrecadou ainda duas menções com os projectos Lisbon Premium Edifícios de Habitação e Comércio (Maria Lima Estudos e Projectos de Arquitectura, Lda) e Habitação AS – Adelino Soares (Atelier de Arquitectura A43).

 

Foram cinco os projectos ibéricos premiados nas categorias Viver, Reabilitar, Estudar, Trabalhar e Desfrutar, tendo sido ainda atribuídas uma menção especial do júri e sete menções repartidas pelas cinco categorias a concurso.

 

O Palmarés Architecture Aluminum Technal foi criado com o objectivo de premiar projectos que se destacam pela singularidade da sua arquitectura, pela adequação e pelo diálogo com a envolvente, pela optimização dos materiais e pela integração dos sistemas de alumínio da Technal de forma a potenciar o design e a luz natural. Além da criatividade, o Palmarés visa ainda premiar as instalações bem executadas pela sua rede de instaladores homologados Aluminier Technal, outro dos grandes protogonistas deste evento.

 

A edição de 2013 contou com mais de uma centena de candidaturas. O júri do Palmarés Architecture Aluminum Technal foi presidido pelo arquitecto Ramon Sanabria (Ramon Sanabria Arquitectes Associats). Integraram ainda o júri arquitectos portugueses, espanhóis e franceses, tais como Xavier Ferrés (Ferrrés Arquitectos), Daniela Hartmann (Hidalgo-Hartmann), Olivier Companyo (Puig Pujol Architectures) e João Pernão, e ainda os directores da revista Tectónica, Carlos Quintáns e José Maria Marzo.

 

 

Residência Dehoniana

O edifício está localizado numa área classificada como “Imóveis em Vias de Classificação” no limite do “Conjunto Urbano constituído por prédios da Avenida da Boavista Avenida Marechal Gomes da Costa”, ou seja no limite da área de protecção do “Casal de Santa Maria ou Parque de Serralves”. Apesar desta localização bastante periférica relativamente ao núcleo dessas classificações, foi interpretada como fundamental e relevante na qualidade deste edifício a volumetria claramente relacionável e enquadrada no alinhamento das mesmas construções a poente até à Avenida Marechal Gomes da Costa; o seu sentido de composição arquitectónica, nomeadamente a relação luz/sombra, a sequência de varandas como extensão natural dos espaços interiores e pretexto de fragmentação da volumetria, a clareza de sucessão dos espaços interiores espelhados no exterior através da frequência e do tipo de aberturas, e finalmente, os elementos decorativos Português Suave como as portadas, beirais, cornijas, floreiras e arcos.

 

 

Sobre o estado de conservação da preexistência, refira-se que a construção terá sofrido intervenções sucessivas adulterando principalmente o seu interior. No exterior apresentava sinais de degradação e descaracterização que tornavam urgente a intervenção. Estes últimos estavam bem patentes no tardoz, concretamente no acrescento em betão da cave, na pavimentação aleatória do logradouro, nos anexos construídos ou na caixilharia de alumínio introduzida na fachada à Avenida da Boavista. Apesar da descaracterização de alguns elementos no edifício e logradouro, a base estrutural e compositiva original fundou a renovação incorporando valores identificados na preexistência.

 

Procurou-se remodelar a casa existente devolvendo-lhe atributos entretanto perdidos: restituir a presença de luz natural a atravessar o edifício, proporcionar um uso alargado das varandas articulado com circulações (e não apenas destinado a um espaço que lhe é contíguo) e racionalizar as prumadas e caminhos infraestruturais. Estes aspectos foram enquadrados naturalmente numa reabilitação construtiva que resolvesse as patologias que o edifício apresentava mas nunca transfigurando a base estrutural e compositiva original – todas as alvenarias estruturais de pedra e elementos em betão originais foram mantidos e integrados nos novos usos dos espaços a reconfigurar.

 

O projecto de arquitectura é claro na tradução destas ideias – a pendente natural do terreno permitiu incorporar a extensão do piso da cave. Recortado neste plano que nasce do solo mas que também se torna tecto, surge o pátio central de planta quadrada, recordando um claustro, que definitivamente inverte a anterior ausência de luz natural deste piso térreo. Para este espaço abrem-se os novos quartos dos estudantes, cada qual com a sua cor, sinal exterior da diversidade e identidade de cada um. Procedeu-se também à indispensável substituição dos anexos por um segundo piso de quartos que parte da duplicação do muro limite a sul do logradouro – solução que resolve a indiscriminada implantação das construções degradadas aí existentes, criando um primeiro plano relativamente à caótica envolvente próxima desta área. Refira-se, por fim, a Capela, centro da casa e lugar de encontro da comunidade: espaço que acolhe cada membro, na cor de cada banco (que espelha a cor de cada quarto).

 

Veja aqui o projeto

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