
Sob o mote “A Invenção de Lisboa”, o Open House Lisboa regressa à capital nos dias 10 e 11 de Maio com 72 espaços para visitar, 23 deles em estreia. Organizado pela Trienal de Arquitectura de Lisboa, em 14.ª edição, o Open House foi apresentado pelo arquitecto José Mateus, presidente da Trienal, e pelos comissários da iniciativa, a dupla de arquitectos Daniela Sá e João Carmo Simões, na Casa Ásia – Colecção Francisco Capelo, um dos espaços em estreia.
“Queríamos fazer algo radical”, disse a arquitecta Daniela Sá na apresentação, acrescentando que por trás do conceito desta edição, que volta a durar um fim-de-semana inteiro, está a ideia da cidade “como sistema capaz de ligar tudo”.
Um sistema “que liga tudo e todos e que permite viver em comunidade, em conjunto”, realçou a arquitecta, acrescentando que as sugestões de visita da Open House “permitem compreender melhor essas infra-estruturas que os interligam”.
Nas estreias do roteiro da edição deste ano estão espaços marcantes da arquitectura da cidade como o Panteão Nacional, o Palácio Vilalva – Provedoria da Justiça e a sede do instituto Camões, mas também outros que se distinguem pela singularidade, como o Palácio Fronteira e o apartamento Casa no Castelo.
O Open House tem como objectivo gerar conhecimento e acessibilidade ao património da cidade através de visitas gratuitas a espaços emblemáticos e de reconhecido valor arquitectónico ou patrimonial, segundo a organização, da Trienal de Arquitectura de Lisboa.
“Mesmo sendo imperfeita e tendo problemas, a cidade é a maior criação da Humanidade colectiva, e está sempre a mudar, sempre a evoluir, tal como a arquitectura”, observou ainda a comissária.
O programa inclui ainda percursos urbanos, com quatro novos trajectos, acompanhados por especialistas, as visitas especiais acessíveis a 21 espaços, passeios sonoros e outros dedicados ao público júnior.
“O modo como desenhamos as cidades tem um impacto decisivo na qualidade de vida de quem as habita. Por isso, o nosso convite é para todos: abrir as portas, ver e pensar sobre aquilo que constrói Lisboa é pensar como queremos viver em conjunto”, assinalou o arquitecto João Carmo Simões.
Daniela Sá fundou, em 2016, em conjunto com João Carmo Simões, a editora Monade, especializada em publicações em torno da disciplina de arquitectura, algumas já premiadas a nível internacional.
Nesta edição também estarão no programa da Open House o atelier de arquitetura RAR.STUDIO, o Edifício Santos Dumont, o Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros, o edifício Madalena 88, o Cemitério Britânico e a Igreja Anglicana de Saint George, a Galeria da Boavista e um apartamento na Rua Barbosa du Bocage.
O acesso aos espaços é feito sem marcação, por ordem de chegada, à excepção de cinco do programa, cujos agendamentos ficarão acessíveis no site do Open House.
Conceito criado em 1992 por Victoria Thornton, a rede Open House Worldwide conta hoje com mais de 60 cidades por todo o mundo, como Londres, Osaka, Tessalónica, Zagreb ou Buenos Aires.
Em Lisboa, o Open House acontece anualmente desde 2012 numa co-organização que junta a Trienal de Arquitectura de Lisboa e a Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural/Lisboa Cultura, propondo a “descoberta de espaços de diferentes naturezas que demonstram o papel decisivo da arquitectura na vida das pessoas e exemplificam o valor do património edificado”, sublinha a organização.
Em 2023, o evento português passou a estar integrado no Open House Europe, um consórcio que reúne 11 organizações culturais, e que este ano se debruça no tema da arquitectura como ligação do passado, presente e futuro das cidades.
©Lusa/Público
Foto: Panteão Nacional, uma das estreias no Open House 2025, vê-se ao fundo na fotografia ©DANIEL ROCHA