Categorias: Arquitetura
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A pouco mais de dois meses do início da edição de 2019“A Poética da Razão”, a Trienal de Arquitectura de Lisboa e a Fundação Millennium bcp têm o prazer de anunciar a vencedora da 5ª edição do Prémio Carreira Trienal de Lisboa Millennium bcp.
Com este prémio, “celebramos o legado de Denise Scott Brown para o futuro, como um presente para as próximas gerações de arquitectos no panorama mundial”, refere o júri composto por Amale Andraos, Cláudia Taborda, Enrique Walker, Éric Lapierre, Kunle Adeyemi, Momoyo Kaijima e Sharon Johnston.
O reconhecimento é dado a uma voz incontornável da arquitectura, nome que ao longo de 40 anos consolidou a sua relevância enquanto arquitecta, urbanista, professora, escritora, fotógrafa e realizadora. A visão e consistência do seu corpo de trabalho transformou-a num ícone, uma referência inultrapassável no mundo da arquitectura e da arte contemporânea.
Leonor Antunes, representante de Portugal na última Bienal de Arte de Veneza (2019), é a artista a quem foi encomendada uma peça original para galardoar Denise Scott Brown que se junta assim aos anteriores vencedores: Vittorio Gregotti (2007), Álvaro Siza Vieira (2010), Kenneth Frampton (2013) e a dupla Lacaton & Vassal (2016).
“A Poética da Razão”,com curadoria-geral de Éric Lapierre, é a 5ª edição da Trienal de Lisboa e pretende olhar como as diferentes formas de expressão da racionalidade na arquitectura, funcionando como ponto de partida para uma compreensão global. Decorre entre os dias 3 de Outubro e 2 de Dezembro de 2019.
SOBRE DENISE SCOTT BROWN
“Urban design should not be confused with the design of large scale architecture or the search for pretty vistas. Our ideas should arise from an understanding of urban processes and the patterns urban activities form.” Denise Scott Brown (Learning from Las Vegas, 1972).
Nascida na Zâmbia, cresceu na África do Sul, mas foi nos Estados Unidos da América onde, juntamente com seu falecido marido Robert Venturi, marcou indelevelmente a arquitectura – tanto com as suas teorias pioneiras como pela prática provocadora. A sua abordagem multidisciplinar da arquitectura redefiniu a ligação da disciplina projectual com o planeamento urbano, desafiou as regras do design, da fotografia e levantou questões essenciais no campo da responsabilidade social. Questionou os modernistas ao projectar o espaço exterior com a mesma importância que o espaço interior, tendo sido um dos nomes de proa da vanguarda do movimento pós-moderno.
Autora do ainda seminal “Learning from Las Vegas”, arriscou um vocabulário formal não dogmático, defendeu as suas intervenções urbanas modestas e não se privou de riscos Maneiristas. Num mundo dominado pelos homens, ainda se destacou por um humor que tem tanto de livre como de inteligente e transgressor.
O júri destacou“no momento em que arquitectos, estudiosos urbanos e profissionais são convidados a pensar em todas as escalas do ambiente construído em conjunto, o trabalho de Denise Scott Brown é um exemplo inspirador do que é possível: ultrapassar as fronteiras disciplinares para projectar novas possibilidades para a arquitectura como forma de pesquisa e como prática. (…) Scott Brown ensinou-nos a liberdade.”
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