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A reabilitação do Palácio da Igreja Velha, em Vermoim, é a obra vencedora da primeira edição do Prémio Januário Godinho, promovido pela Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, que foi entregue no Centro de Estudos Camilianos, em S. Miguel de Seide.
O prémio foi atribuído por unanimidade, tendo o júri destacado “a magnitude do interior do edifício e dos espaços exteriores e a forma como os projetistas o souberam interpretar e valorizar, tendo o projeto refletido a adequação do programa à pré-existência.” Do projeto foi valorizada, também, “a integração do novo edifício quanto à escala, volumetria e implantação”.
De acordo com a ata do júri o edifício, construído no último quartel do século XIX, “foi cuidadosamente reabilitado em todos os seus compartimentos e dependências. Os elementos singulares e artísticos, tais como a talha em madeira trabalhada, a riqueza dos tetos em estuque, marmoreados, com artesoados e ainda mobiliário, na sua maior parte, de estilo D. José conferem a autenticidade deste Palácio. Adossado a edifício localiza-se a capela cuja talha, com frescos, pintura de teto e estuques cuidadosamente restaurados.”
Na entrega do prémio, o arquiteto Nuno Poiarez, assumindo-se como um profissional “da velha guarda que respeita o passado”, afirmou que “ao classificar de interesse municipal o edifício, a autarquia deu o input ao cliente fazendo-o acreditar que estava no caminho certo reabilitando-o na sua plenitude e foi rigorosamente reabilitado segundo as normas tradicionais antigas com todos os requisitos, mas ao mesmo tempo com todo o conforto contemporâneo e modernista”.
Por sua vez, o arquiteto Fernando Gonçalves, da empresa promotora, destacou o investimento feito para salvaguardar um edifício histórico. “O prémio significa o reconhecimento de um trabalho em que nós apostamos, uma reabilitação feita com rigor e o culminar de um desafio enorme e de um investimento na ordem dos 5 milhões de euros”.
Para a diretora do Departamento de Urbanismo da Câmara Municipal, Francisca Magalhães, que também integrou o júri, este prémio “é um estímulo à reabilitação, não sendo o único, este pretende promover a qualidade da reabilitação”. Segundo a responsável “o conjunto destas ações demonstram a vontade política do executivo que existe na promoção da reabilitação urbana”.
Com o valor de 7 mil euros, o prémio divide-se em 2 mil euros para o promotor e 5 mil euros para a equipa projetista. Na fachada do edifício premiado será colocada uma placa com a menção do prémio e o ano em que foi atribuído.
Refira-se que o renascimento do Palácio da Igreja Velha começou a escrever-se em 2012 quando a Telhabel adquiriu este singular património histórico, então degradado e com futuro incerto, para o recuperar e reabilitar.
Esta imponente construção, edificada em 1881 ao estilo barroco, com duas torres acasteladas e uma capela de estilo neogótico, dedicada a S. Francisco de Assis, está agora salvaguardada e valorizada, vocacionando-se para a realização de eventos e para hospedar quem neles participa.
A extensão do edifício mereceu ainda a atribuição recente do conceituado prémio da Architizer, plataforma online de arquitetura que reúne trabalhos de mais de 40 mil empresas de arquitetura do mundo.