Ressano Garcia Arquitectos venceu a 2.ª Edição do Prémio de Arquitetura do Algarve’22

Categorias: Arquitetura

O projecto Companhia das Culturas, em Castro Marim, da autoria do atelier Ressano Garcia Arquitectos, venceu a 2ª edição do Prémio de Arquitetura do Algarve’22, na categoria “Equipamentos, Serviços e Indústria”.

O edifício utiliza tecnologias inovadoras e métodos tradicionais, orientados por uma estratégia sustentável para promover a  descarbonização. O caracter inovador do edificio exigiu a cooperação entre várias especialidades coordenadas pela arquitectura para implementar um conjunto de estratégias que permitiram reduzir as emissões de CO2.

A proteção da biodiversidade, a combinação da política dos três «R» reduzir, reutilizar e reciclar e a componente eco-social foram integrados no desenho deste edificio localizado em Castro Marim, na aldeia se S. Bartolomeu do Sul. As quatro unidades de alojamento são utlizadas para residência artística e pontualmente aluguer de curta duração, o equipamento, spa / hammam é utilizado por moradores e visitantes. O edifício novo integra o conjunto da Companhia das Culturas referenciado pela imprensa nacional e estangeira como um projecto bandeira ao nivel ecológico desde 2010.

O projecto apresenta soluções interdiciplinares tanto na arquitectura como no espaço exterior de maneira a estabelecer um diálogo com a natureza, integrar sistemas locais/rurais, de modo a incorporar aspectos culturais e soluções sustentáveis ao nivel térmico, consumo hidrico e dos materiais de construção. Conciliando as directivas: o conhecimento do local, a biomimética (a natureza como modelo) e a biofilia (o amor humano pela natureza).

O LUGAR

A identidade do local foi interpretada a partir da sua paisagem, das tipologias presentes no lugar , das respetivas escalas e da experiência do ambiente construído. Os edifícios na proximidade apresentam uma arquitetura de escassos recursos utilizando materiais locais com paredes caiadas de branco. Algumas edificações recentes na região privilegiam um discurso de poder ou de domínio, impondo uma ruptura com as tipologias locais. A imagem do edifício aproximou-se do vernacular e tradicional, optou-se por explorar um método inovador, uma nova maneira de pensar, através do desenho arrojado e de uma disposição cuidada de espaços interiores com variações de pé-direito duplo, luz zenital e de espaços exteriores com abundante vegetação.

HAMMAM

A arquitetura acolhe a mente e o corpo. Cada pessoa conhece o mundo físico de modo íntimo e misterioso. O corpo guarda as necessidades do ser humano e aprende sobre o ambiente construído. A mente é capaz de interpretar a arquitetura usando outras ferramentas. A questão central é “como funciona?” Os sentidos influenciam o arquiteto ou os sentidos são ampliados pela arquitetura? Não há provavelmente uma resposta única, no Hammam tentamos informar a mente sobre os sentidos do corpo. Os espaços interiores são organizados pelas temperaturas (quente, morna e fria). Dentro da sala quente, o vapor estimula a sensação do corpo. O suor aumenta o cheiro do corpo e suaviza a pele, oferecendo uma profunda experiência física, relacionada à intimidade dos amantes.

O projeto foi desenvolvido em estreita colaboração com os clientes Eglantina Monteiro e Francisco Palma Dias. Eglantina é uma antropóloga e curadora de arte com uma percepção mais profunda do contexto local e das suas relações culturais. Francisco é um poeta e agricultor surrealista que reclama a necessidade de refazer os tradicionais banhos públicos, ou seja, o Hammam.

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