O espaço é convidativo e, para quem passa no jardim da Parada, ao lado da Casa Sommer, é pouco provável que não ceda à tentação de entrar nos dois pavilhões, um dedicado à chuva e outro ao nevoeiro. E, uma vez lá dentro, não será difícil ser surpreendido com uma parede de chuva e sobretudo com a sensação de que a parte superior da estrutura está suspensa.
“Desafiamos os jovens arquitetos a proporem ideias de pavilhões para o jardim da parada ao lado da Casa Sommer”, explicou a vereadora Filipa Roseta. O tema proposto foi a água e surgiram 49 projetos. O que venceu, designado “Gravidade em Suspenso”, lá está montado até outubro, mas os restantes 48 projetos também lá estão expostos para quem os quiser conhecer.
Para a jovem arquiteta Alice Clanet-Hallard, “há um diálogo forte entre a arquitetura e a engenharia”. E, explica: “A estrutura em forma de triângulo torna-se muito fina e a ideia foi essa mesmo desde o início, a de criar uma experiência máxima da água, com dois estados da água numa estrutura mínima”. De tal forma é minimalista que, “graças ao perfil em v, o espelho que está a rematar esse triângulo faz com que, quando uma pessoa está dentro do pavilhão, é como se a estrutura desaparece-se totalmente ficando apenas as paredes de água”.
Uma ideia que exigiu, como refere o jovem engenheiro Edgar Brito, “muito trabalho artesanal” e empenho da equipa de serralheiros. “Exploramos uma solução de pilares em secções de triângulo fechadas e isso é algo que raramente se viu. Para se fazer isso cada chapa de metal foi cortada precisamente com ângulos específicos para que tudo bata direito. É um trabalho muito industrial, porque tudo o que está lá dentro é do mais regular e banal possível, por outro lado, é muito artesanal e isso deve-se à nossa equipa de serralheiros, que estiveram horas para fazer isto”
E agora, como referiu a vereadora, “como está instalado num espaço público com muito uso a ideia é que as pessoas possam vir para cá e divertir-se. Vão ficar aqui até ao verão e enquadram-se perfeitamente dentro do tema de ocupação dos jardins públicos”, disse Filipa Roseta.
Lembrar ainda que o projeto vencedor, para além da arquiteta Alice Clanet-Hallard e do engenheiro Edgar Brito, foi também da autoria de Inês Abreu Ribeiro, Fernando Coutinho, Flora Di Martino, Iris Kolivanoff, Monika Stredulová, com produção de ArtWorks e Clanet&Brito. H.C.