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A 6.ª Trienal de Arquitetura de Lisboa, a decorrer entre outubro e dezembro de 2022, vai ter a “Terra” como tema central, com curadoria geral da dupla de arquitetos Cristina Veríssimo e Diogo Burnay, anunciou hoje a organização.
A próxima edição do evento dedicado à arquitetura vai promover uma reflexão a partir dos diferentes significados de “Terra”, consoante a escala e o observador, desde o território e da urbe, à paisagem, ao lugar de pertença ou a um continente visto do mar, avança, em comunicado.
O programa “Terra” da Trienal de Lisboa 2022 – evento dedicado à arquitetura contemporânea – será composto por quatro exposições, quatro publicações, três prémios, três dias de conferências, e uma seleção de projetos associados independentes.
“Reequacionando o futuro a partir destas leituras e do cruzamento e intercâmbio de saberes e fazeres, a equipa curatorial declara uma intenção de ação, propondo a mudança de um modelo de sistema fragmentado e linear, caracterizado pelo uso excessivo de recursos, para um modelo de sistema circular e holístico motivado por um maior e mais profundo equilíbrio entre comunidades, recursos e processos”, descreve a organização do evento.
A Trienal optou por uma perspetiva que pretende “convocar vozes que pudessem trazer uma alternativa ao olhar do hemisfério Norte”, e, para isso, a dupla de curadoria-geral convidou também Anastassia Smirnova (Rússia/ Holanda), Loreta Castro Reguera e Jose Pablo Ambrosi (México), Pamela Prado e Pedro Ignacio Alonso (Chile), Tau Tavengwa (Zimbabué/ Reino Unido) e Vyjayanthi Rao (Índia/Estados Unidos) para a curadoria das exposições.
A exposição “Visionárias”, na Culturgest, terá curadoria de Anastassia Smirnova com o gabinete SVESMI, curador de um projeto pan-europeu `online` sobre o futuro da arquitetura.
“Multiplicidade” terá lugar no Museu Nacional de Arte Contemporânea, com curadoria de Tau Tavengwa e Vyjayanthi Rao.
“Ciclos”, na Garagem Sul – Centro Cultural de Belém, terá curadoria de Pamela Prado e Pedro Ignacio Alonso.
“Comum pelo Desenho” terá lugar no Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), com curadoria de José Pablo Ambrosi e Loreta Castro Reguera.
As exposições serão ainda o ponto de partida para o programa de conferências “Talk Talk Talk” que, durante três dias, reúne uma série de protagonistas do panorama internacional da arquitetura à Fundação Calouste Gulbenkian.
Nas palavras da dupla curatorial, o tema “Terra” “explora como os paradigmas recentes estão a mudar a perceção de criação de lugares num planeta globalizado”.
“Nessa conjuntura crítica, a arquitetura pode ligar-nos ao chão, tanto quanto pode elevar-nos. `Terra` aborda como as (alter)ações climáticas, a pressão sobre os recursos e as desigualdades socioeconómicas e ambientais estão profundamente interligadas. Compreender estas situações complexas requer uma mudança de paradigma de modelos de crescimento linear das `cidades-máquina` para modelos de desenvolvimento circular das `cidades-organismo`”, acrescenta a dupla de curadores, citada no comunicado.
O presidente da Trienal de Lisboa, José Mateus, também citado pela organização, diz: “Na sua 6.ª edição, a Trienal pretende investigar o modo como podemos pensar, desenhar, organizar ou construir, contribuindo de forma decisiva para a sustentabilidade ambiental e, em última análise, para a sobrevivência da humanidade e do próprio planeta”.
As quatro exposições são coproduzidas com a Fundação Caixa Geral de Depósitos/Culturgest, a Fundação Centro Cultural de Belém/ Garagem Sul – Centro Cultural de Belém (CCB), a Fundação EDP/ Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), e a Fundação Millennium bcp com o Museu Nacional de Arte Contemporânea (MNAC).
As conferências, coproduzidas com a Fundação Calouste Gulbenkian, vão apresentar diferentes perspetivas e olhares, num programa que pretende mostrar um panorama global para o futuro da disciplina da arquitetura.
Como nas edições anteriores, estão também previstos os Prémios Carreira Millennium bcp, Début e Universidades, abarcando diferentes estágios da carreira de profissionais de arquitetura.
O Prémio Universidades passa a ter dois níveis de participação: um pelos estudantes de mestrado das faculdades, outro pelos centros de investigação, propondo quatro possíveis temáticas relacionadas com as exposições centrais. O regulamento será lançado no próximo mês de junho.
As melhores propostas serão integradas num núcleo em cada uma das exposições da Trienal 2022.
Para a escolha dos Projetos Associados será lançado uma `open call`, em junho deste ano, convocando agentes de programação e criação a apresentar propostas que se realizem durante o período da Trienal 2022, em Lisboa e concelhos limítrofes.
Serão selecionadas 12 propostas nacionais e internacionais, independentes e autofinanciadas, “que complementam de forma plural e articulada a reflexão acerca do futuro das ecologias em arquitetura”, indica a organização do evento.
Com o objetivo de difundir a cultura arquitetónica contemporânea, “Terra” prevê a publicação de uma coleção de livros, edições únicas dedicadas aos temas das quatro exposições nucleares, organizadas pela equipa curatorial.
Em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa, o programa é financiado pela Direção-Geral das Artes do Ministério da Cultura, e conta com o patrocínio das marcas portuguesas MPG e JRBotas, enquanto a identidade visual será concebida pelo atelier Barbara Says.