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Melhor intervenção de uso residencial, Menção – melhor intervenção a nível de certificação energética – Ed. D. Carlos I
Localização: Av. D. Carlos I nº103 e 105, tornejando para a Rua dos Industriais, Santos-o-velho, 1200-648 Lisboa
Promotor / Dono de Obra: RIBABEST – Gestão e Investimento Imobiliário, Lda
Arquiteto: Diogo de Lima Mayer
Construtor: Encomota – Empresa de construção e obras públicas, Lda.
Financiamento: Millennium BCP
Data do fim de construção: 19/04/2012
Apresentação Breve da Intervenção Urbana O prédio é composto por 4 pisos acima do solo para habitação, cave com 17 estacionamento e 6 arrecadações, e logradouro a tardoz pertencente às fracções do Rc. Apresenta uma área bruta privativa total que ronda os 1.600m2, com apartamentos entre 175m2 e 460m2, e tipologias entre os T2 e T4+2. Está inserido num lote com uma área de cerca 836m2, tendo uma implantação de 443m2.
Tratando-se de uma referência histórica do final do séc. XIX com características construtivas e decorativas únicas, o imóvel original carecia de uma intervenção urgente por se encontrar em mau estado de conservação e abandonado, desfigurando não apenas a Av. D Carlos I e a Rua dos Industriais, como a importante envolvente do Palácio de São Bento, devido ao enorme impacto e exposição pela sua situação de gaveto.
Desta forma, o projecto da autoria do Arq. Diogo de Lima Mayer do atelier Intergaup, veio prever a recuperação e reconversão da antiga moradia uni-familiar, num edifício de 6 apartamentos modernos, de elevada qualidade, conforto e concepção funcional, mantendo a traça histórica do edifício. Teve como principais objectivos a ampliação de um piso com a mesma linguagem do existente, a recuperação de todo o átrio e núcleo de escadas originais com recurso a técnicas de restauro, a extensão da escada para permitir o acesso aos outros pisos, a introdução de um elevador, a ampliação da cave para possibilitar o estacionamentos.
A preocupação de manter intactas as fachadas, o átrio de entrada e a escadaria, e por outro lado conferir à estrutura a capacidade de ser anti-sismica, resistência para suportar a ampliação do novo piso, e converter a cave em garagem, foram condições essenciais no projecto, pelo que a solução estrutural foi cuidadosamente desenvolvida pelo Gabinete A2P liderado pelo Eng. João Appleton, especialista neste tipo de estruturas antigas.
Melhor intervenção de uso turístico – Cidadela de Cascais
Localização: Cascais
Promotor / Dono de Obra: Pestana Cidadela
Arquiteto: Gonçalo Byrne e David Sinclair
Construtor: Soares da Costa
Data de fim de construção: 02/02/2013
Apresentação Breve da Intervenção Urbana: A presente Memória Descritiva seve-se do projecto-base de Arquitectura e de Espaços Exteriores, associado ao projecto do Grupo Pestana de renvoção da Cidadela de Cascais, incluindo uma nova Pousada de Portugal, a Pousada de Cascais, classificada como Histórica. Através desta ficam expostas as soluções encontradas para cumprir com as directivas do Plano Estratégico para o Turismo, no que se refere ao objectivo de tornar este espaço umas das principais âncoras turísticas do concelho, formulando os contornos da sua utilização, compatibilizando com a proposta de novos usos, para fins turísticos e culturais, em parte no edificado existente, numa perspectiva que se quer integrada e sustentada, enquanto operação de reabilitação e de requalificação, mas também, em termos da relação com os outros polos de atracção, e, porque incontornável, enquanto investimento e gestão privada. Em conclusão acredita-se que o programa concluído, ao centrar o seu uso hoteleiro numa Pousada, afigurou-se como o mais adequado, quer pela excelência da sua localização, vistas de mar, relação com os espaços abertos e edificado, mas, também, pela própria valorização das pré-existências, através da reutilização de parte dos edifícios, da recuperação e integração das muralhas no projecto, procurando transformar as contingências em pontos de interesse, em factores distintivos da identidade desta unidade, o que não é despiciendo atendendo à proximidade ao centro histórico, à demais oferta de alojamento turístico.
Melhor intervenção de uso comercial – Passeio dos Clérigos
Localização: Rua das Carmelitas e Rua S. FIlipe de Nery, Porto
Promotor / Dono de Obra: Urbaclérigos em parceria com a John Neild & Associados / Urbaclérigos
Arquiteto: Balonas e Menano S.A – Coordenação Arq. Pedro Balonas e Simão Silva com Pedro Almeida e Pedro Pimentel
Construtor: Rodrigues e Névoa
Data do fim de construção: 15/09/2012
Apresentação Breve da Intervenção Urbana: O Passeio dos Clérigos propõe uma nova topografia que, pela sua forma singular impulsionada pela necessidade de criar espaços interiores com alturas livres mais dignas, se relaciona de forma dinâmica com a envolvente, dando origem umas vezes a alçados, outras a pavimento em continuidade com o passeio da rua Dr Ferreira da Silva. Cada um dos vértices do edifício estabelece contacto com outros espaços da cidade.
Assim sendo, foi necessário acrescentar segurança e bem-estar para quem nele passe ou permaneça, garantindo a dinâmica do espaço público e o convite à sua utilização. Neste sentido, um dos pontos-chave da proposta foi oferecer um atravessamento concordante com a envolvente, valorizador da mesma, útil, funcional e sem barreiras ou obstáculos, tornando-se num atravessamento/percurso natural.
As lajes, executadas em betão armado aparente, criam a referida nova e única passagem, idealizada como rua comercial, pedonal, a céu aberto, oferecedora de sombra ou de abrigo da chuva em ambos os lados junto das suas montras e que liga a livraria Lello à Torre dos Clérigos. O perfil deste arruamento, o seu contexto e a forma de utilização proposta aos transeuntes, clientes e visitantes, trazem novo predicado ao lugar. Por sua vez, o plano de cobertura resulta em apenas dois grandes planos, concordantes e/ou comunicantes com a envolvente.
O acabamento da cobertura será essencialmente verde dando origem a um jardim suspenso pontuado por árvores em pleno coração da cidade. Como espécie arbórea, é proposta a Oliveira evocando a memória do antigo Campo do Olival. Uma grande parte da área da cobertura é acessível.
Em suma, procurou-se uma solução arquitectónica que, com total consciência e respeito pela importância patrimonial da envolvente, procura um diálogo com essa mesma envolvente, com a consciência de também ela própria estar a criar património e a deixar uma marca na historia da cidade.
Melhor intervenção com impacto social – Plataforma das Artes e da Criatividade
Localização: Guimarães, Portugal
Promotor / Dono de Obra: Câmara Municipal de Guimarães
Arquiteto: Pitágoras Arquitectos
Construtor: Casais Engenharia e Construção, SA
Data do fim de construção: 22/06/2012
Apresentação Breve da Intervenção Urbana: Os edifícios que constituem o Mercado Municipal e o espaço por eles definido, habitualmente designado como “a praça”, nome que adquiriu da anterior praça do mercado, são, em conjunto, elementos caracterizadores da paisagem urbana da cidade de Guimarães. O recinto do antigo mercado municipal dispunha de uma localização privilegiada, com excelentes acessos e extremamente central, muito próximo da Praça do Toural e do centro histórico.
Com este projecto, de transformação da praça do mercado num espaço multifuncional, dedicado à actividade artística, cultural e económico social, no âmbito da Capital Europeia da Cultura de 2012, concretizou-se a recuperação de uma área fundamental do espaço da cidade, reintegrando-a física e funcionalmente na malha urbana.
O programa previsto definia um conceito claro e os objectivos que se pretendia alcançar com esta infraestrutura. Para o efeito foram definidas três grandes áreas programáticas:
Centro de Arte,
Laboratórios Criativos (gabinetes de apoio empresarial),
Ateliers Emergentes de Apoio à Criatividade,
Optou-se por uma metodologia de intervenção que passa pela recuperação do edifício existente a nascente, com manutenção de materiais e texturas, mas procedendo a uma reformulação interior, ao nível do piso 0. Para a ala norte, e pelas razões anteriormente apontadas, recupera-se o alçado voltado para a Avenida que caracteriza o edifício, tendo-se optado, no que respeita ao seu interior e alçado da praça, pela sua quase integral demolição.
O novo edifício assume uma linguagem radicalmente diferente, por contraste com a envolvente, quer do ponto de vista da sua expressão e imagem, descontínua e repetitiva, quer pela sucessão de volumes, com cheios e vazios, acentuados pela justaposição de superfícies contrastantes. Os revestimentos utilizados, uma grelha de perfis metálicos em latão e superfícies de vidro cromatizado, em fachada ventilada, acentuam uma variação de texturas que se pretende evidenciar, mais opaca e densa na maioria das faces, no caso da estrutura metálica, e veladamente transparente quando se trata da superfícies de vidro que dissimulam intencionalmente as poucas aberturas que o edifício comporta.
Esta sucessão de volumes e elementos dissonantes, que resultam da decomposição do volume inicial, foi originada pela necessidade de criar uma multiplicidade de espaços diferentes na área expositiva, criando uma tensão evidente na volumetria do edifício e na relação com o espaço da praça, tornando-se a principal característica do seu desenho.
Para a praça formulamos uma proposta com um desenho francamente mais asséptico e revestimento em grandes lajes de betão, como contraponto dos edifícios envolventes, caracterizando-se como a grande zona de recepção e reunião multifuncional, traduzindo-se numa plataforma física, sintetizando a sua vocação de espaço público por natureza. Será uma área propositadamente pouco equipada, sendo preservadas as árvores de grande porte a nascente, introduzindo alguns elementos de vegetação junto ao edifício a norte, mas deixando a maioria dos espaço livre possibilitando o desenvolvimento de inúmeras actividades de forma espontânea ou organizada, no âmbito do uso da Plataforma ou não. Também o mobiliário urbano utilizado na praça é constituído por elementos moveis, por forma a que possa ser mais versátil na sua utilização.
Melhor intervenção de uso serviços – Fábrica ASA
Localização: Polvoreira, Guimarães
Promotor / Dono de Obra: John Neild & Associados para o Fundo COLINVEST – Fundo Especial de Investimento Imobiliário Fechado
Arquiteto: Balonas e Menano S.A. – coordenação Arqºs Pedro Balonas e Cláudia Ferreira
Construtor: Combitur
Mediador Imobiliário: Verticus
Data do fim de construção: 09/03/2012
Apresentação Breve da Intervenção Urbana: A reconversão de uma fábrica têxtil num centro de actividades empresariais e culturais foi feita com grande parcimónia de meios, respondendo ao desafio dos tempos de criar espaços com a versatilidade e competitividade de preço adequadas à nova economia que está a ser recriada.
Na análise inicial da intervenção ficou claro que se tratava de um edifício com uma estrutura sólida e ampla, uma localização com excelentes acessos e com a escala adequada a uma intervenção estruturante. A opção foi fazer uma intervenção mínima que recuperou o edifício existente dotando-o das infra-estruturas e compartimentações que permitem a sua utilização por múltiplos empreendedores e criadores, respeitando os mais recentes regulamentos de utilização de espaços.
Procedeu-se a uma nova organização do espaço criando doze sectores de dimensões variadas organizados em torno de acessos e comunicações comuns que fazem a ligação entre o exterior e os parques de estacionamento subterrâneo e de superfície.
As infra-estruturas criadas foram essencialmente de segurança e de conforto:
foi criada uma rede de sistemas de prevenção de incêndios, a capacidade de produzir centralizadamente água quente e fria para fornecimento eficiente de energia para aquecimentos e arrefecimento do ar, a instalação de um gerador de emergência, redes de telecomunicações incluindo fibra otica, elevadores e monta-cargas, circuito interno de videovigilância e uma portaria que centraliza o controlo dos equipamentos comuns.
Os espaços resultantes são muito diferenciados já que resultam quer dos antigos espaços administrativos de apoio à actividade fabril como dos grandes espaços de produção e armazenagem de matérias-primas e de produtos acabados. Essa variedade de dimensões permitiu instalar desde pequenas escolas de música à apresentação de grandes exposições e concertos, passando pela criação de uma caixa negra de ensaio e exibição de teatro e dança contemporânea.
Espaços não convencionais que permitam que cada um se recrie à sua medida.
Melhor intervenção cidade do Porto – Hotel Intercontinental Palacio das Cardosas
Localização: Porto
Promotor / Dono de Obra: Solitaire Empreendimentos Hoteleiros
Arquiteto: Alex Kravitz / Helder Salvado
Construtor: Lucios Engenharia e Construção
Data do fim de construção: 01/06/2011
Apresentação Breve da Intervenção Urbana: Pretendeu-se transformar o edifício conhecido por “Palácio das Cardosas”, situado na frente Sul da Praça mais emblemática da Baixa do Porto no primeiro Hotel Intercontinental em Portugal. O projecto de arquitectura, que considerou a demolição do edifício e manutenção da fachada original (autoria do arquitecto José de Champalimaud), foi assinado pelo Arquitecto Helder Salvado, e a decoração ficou a cargo do conceituado designer de interiores Alex Kravitz.
O projecto foi desenvolvido com base em alguns princípios de intervenção, dos quais se destacam:
– Manutenção da imagem dos edifícios para os espaços urbanos envolventes (Praça Almeida Garrett, Praça da Liberdade, Largo dos Lóios). Estas fachadas foram reabilitadas através da limpeza dos granitos, a substituição dos rebocos e respectiva pintura, e as caixilharias de madeira substituídas por outras semelhantes mas adaptadas às exigências de conforto actual. O único elemento novo proposto foi uma pala em ferro e vidro, sobre a zona de entrada do Hotel, essencial para a protecção dos utentes.
– Requalificação da frente Sul do edifício, unificando dentro do possível as cérceas e os volumes existentes, e propondo um novo desenho para o alçado, com uma métrica mais próxima da existente nas outras fachadas, mas com um aspecto contemporâneo.
– Demolição das coberturas e de elementos dissonantes existentes e proposta de uma nova solução de cobertura coerente com o carácter unitário do edifício. No plano da cobertura orientado para o interior do quarteirão, também em telha cerâmica, foi introduzida uma sequência de pequenos volumes revestidos a zinco titânio, que correspondem a quartos de suites, para aproveitamento das vistas sobre a zona histórica do Porto, nomeadamente o morro da Sé.
O resultado e um espaço único na cidade e no País, caracterizado por detalhes de luxo, tais como materiais de construção de excelência, trabalho manual das madeiras e mármores, desenhados e talhados a medida do projecto, pés direitos elevados, tectos artísticos trabalhados com detalhes de decor português, papel de parede, candeeiros italianos com cristais Swarovski, moveis talhados a mão, louças Vista Alegre, entre muitos outros.
Menção – melhor intervenção com menos de 1.000 m² – Atelier des Créateurs
Localização: Rua José Falcão, 95, Porto
Promotor / Dono de Obra: Atelier des Créateurs
Arquiteto: Nuno Valentim, Frederico Eça, Paola Monzio c/ Maria Ana Sousa Coutinho
Construtor: Adolfo e Filhos, Lda
Apresentação Breve da Intervenção Urbana: O edifício a reabilitar, funcionando desde a sua construção no início do séc. XX até 2006 como sede da Associação Cristã da Mocidade (YMCA), encontrava-se devoluto. Projectado por José de Vasconcellos de Lima Júnior, foi construído entre 1903 e 1904, claramente influenciado pelas estéticas ‘beaux-arts’ vigentes. Encomendado por Alfredo Henrique da Silva foi edificado pouco depois da abertura da Rua José Falcão, via que dividiu um enorme quarteirão implantando-se paralelamente às importantes vias radiais Iluministas. Esta situação fez com que os lotes desta rua não possuíssem as medidas tradicionais que caracterizam o lote portuense (estreito, longo, com um logradouro interior) – o lote possui uma extensa frente de 13,5m e uma profundidade de 32m, praticamente anulando a existência de logradouro. Esta frente alargada estará na origem da composição volumétrica que divide a fachada em 2 corpos, aproximando-a à modulação tradicional e permitindo resolver a necessidade de apoio estrutural intermédio.
Em geral o edifício encontrava-se em razoável estado de conservação apresentando sinais de deformação/degradação em elementos estruturais de madeira (no piso térreo, pavimentos e tecto do salão), soalhos em madeira (ataques biológicos), revestimentos interiores (estuques e madeiras pintadas), revestimentos exteriores (argamassas degradadas e azulejos destacados) e elementos da cobertura (estrutura, ripado, telha, clarabóias, algerozes e rufos).
O projecto propôs a reabilitação do edifício existente e a sua reconversão para instalação de uma unidade de confecção artesanal e semi-industrial para cerca de 50 postos de trabalho.
O valor patrimonial do edifício impôs o critério de distribuição do programa. O piso térreo ficou naturalmente destinado às áreas de apoio aos funcionários e às áreas de produção que implicavam a utilização de equipamento mais pesado e de maior dimensão (este será o único piso onde se irá construir uma laje térrea que permitirá absorver estas cargas, proceder às impermeabilizações necessárias e ao corte da humidade ascensional observada). A escadaria nobre e o tratamento decorativo do 1º andar sugeriram a localização das áreas administrativas.
No salão (1º e 2º andares) localizou-se a área central de produção – a organização deste espaço em open-space foi pensada para permitir a leitura total da sua volumetria e do trabalho decorativo. O novo balcão proposto (em contraponto ao existente) foi pensado de forma a autonomizar-se da preexistência precisamente para tornar claros os diversos tempos de intervenção. A pretexto da reconversão do uso propõe-se o encerramento dos vãos neste espaço (fachada tardoz) e a abertura de uma nova série de janelas com composição e geometria claramente distintas do espírito preexistente (o tipo de aberturas deste salão sugeria uma função religiosa muito distante da nova utilização).