Contexto
Este projecto teve como ponto de partida dados muito claros: a necessidade da empresa se mudar para um novo espaço num período de tempo muito curto; com o menor budget possível e com as obras a serem executadas por uma equipa de duas pessoas, já previamente seleccionada. A proposta teve de ser pensada tendo em conta essas premissas absolutamente incontornáveis, numa lógica diferente da dos projectos habituais. No entanto, procurámos utilizar essas premissas como pontos de partida e desafios conceptuais para criar um espaço de trabalho agradável e personalizado.
Edifício pré-existente
O espaço existente era composto por dois elementos principais: uma zona em open space de grandes dimensões, com orientação Norte-Sul; e outra área, mais pequena e intercalada pelo núcleo de acessos do edifício, com orientação Nascente-Poente. O espaço foi construído em 2006 e encontrava-se genericamente em bom estado, embora as necessidades programáticas fossem agora diferentes.
Conceito e programa
O briefing que recebemos era bastante claro: ao contrário da maioria das lógicas actuais de espaços de trabalho em open space, esta empresa necessitava de salas de trabalho e reunião para equipas pequenas – 4 a 6 pessoas; salas de trabalho e reunião maiores – até 12 pessoas; e um espaço polivalente de auditório, copa e sala de formação, apoiados por um lounge e um espaço zen. Os clientes também tinham a preocupação de reaproveitar ao máximo os elementos do escritório existente, não só por haver pouco tempo para a intervenção, mas também por uma questão de desperdício de resíduos, o que nos parece um tema bastante importante e actual. Pediram-nos que criássemos um espaço de trabalho humanizado, com personalidade, fazendo também parte do programa a necessidade de implementar o “Hospital das plantas”. Assim, tendo por base estas premissas e um contexto de intervenção bastante limitativo, implementámos um sistema de salas servidas por um corredor distributivo e funcional – onde se
interligam as zonas comuns, espaços de impressoras, economato e depósito do lixo, assim como as floreiras que trazem um ambiente natural a espaços tendencialmente muito artificializados.
Materialidade
A abordagem construtiva foi determinante para responder à necessidade de uma obra de curta duração feita por pouca gente, mas também para marcar a nova intervenção, que se sobrepunha à construção anterior. Por esse facto propusemos que as paredes fossem feitas com recurso a uma estrutura em gesso cartonado forrada com placas de OSB, que viriam previamente cortadas e acabadas, poupando assim bastante tempo de obra em acabamentos e pinturas. Esta pele em madeira é complementada com vãos de grandes dimensões, em módulos de sacada e em módulos de peito, que foram dispostos de um modo aleatório para criar, em cada espaço e ponto de vista, diversas situações de permeabilidade visual, com maior ou menor sensação de profundidade do espaço.
Projeto
A5O125
Localização
Lisboa, Portugal
Arquitetura
Boost studio
Ano projeto
2017–2018
Estado
Concluído
Tipologia
Escritório
Área
940 M²
Fotografia
Francisco Nogueira