Águas do Porto nasce de um edifício existente, um extenso volume de reduzida profundidade, corresponde a um somatório de módulos, com telhados de duas águas, e com uma extensa frente voltada a Noroeste.
Opta-se pela recuperação integral do edifício existente, que responderá à totalidade do programa de ocupação que foi definido.
Esta opção determinou a necessidade da criação de uma galeria de distribuição, paralela à frente principal e suficientemente afastada desta, por forma a não reduzir os actuais índices de iluminação natural. Todas as circulações do edifício concentram-se nesta galeria o que permite considerar como espaço útil a totalidade da área disponível no edifício existente.
Desenha-se o projecto expressando duas realidades construtivas. Por um lado, procura-se que a requalificação do edifício existente não corresponda a uma alteração da sua expressão arquitectónica, muito datada – provavelmente do primeiro quartel do século XX – mantendo-se os elementos essenciais da sua caracterização e do sistema construtivo. Por outro lado, constrói-se a galeria com uma estrutura em aço o mais leve possível e encerrada com panos de vidro sem prumos verticais, por forma a garantir a máxima transparência.
Como resultado pretende-se conseguir uma imagem final em que a construção nova se relaciona de forma equilibrada com a construção existente, embora recorrendo a linguagens arquitectónicas totalmente distintas, expressão das condições técnicas e culturais dos diferentes tempos de construção, sendo que a galeria, pela sua transparência, quase se anula numa visão de conjunto.
No edifício existente mantem-se o sistema construtivo – asnas em madeira que suportam a cobertura em telhado de telha Marselha e paredes exteriores portantes em alvenaria de granito.
Apenas se procederá à introdução de materiais complementares que garantam uma melhor eficiência térmica do edifício e um melhor comportamento acústico dos espaços de maior dimensão pela introdução de um tecto com absorção acústica em gesso cartonado.
Por forma a melhorar as condições de iluminação de alguns espaços, desenham-se lanternins de iluminação zenital a partir de um conjunto de telhas em vidro.
A galeria de distribuição, foi realizada com uma estrutura em aço com grandes vãos, para garantir a máxima transparência e permitir um encerramento com panos de vidro laminado sem qualquer elemento vertical para além das juntas siliconadas entre vidros.
Esta solução construtiva decorre do facto de não existir um sistema mecânico de climatização deste espaço, processando-se a sua ventilação através de ranhuras introduzidas nos níveis inferior e superior da caixilharia, o que garantirá um constante movimento ascendente do ar.
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Projecto
Águas do Porto
Localização
Porto, Portugal
Atelier de Arquitectura
Arquiteto responsável
Carlos Prata
Colaboradores
Mafalda Mendonça, Joana Pereira
Fotógrafo
Área de Construção
535 m²
Ano
2014