Apartamento Bernardim Ribeiro MC

O Apartamento Bernardim Ribeiro MC  inserido no Bairro das Picoas, em Lisboa, remonta ao início do século XX, uma época em que, face ao crescimento populacional, era importante rentabilizar o espaço disponível da cidade e é por isso que a construção, nomeadamente os interiores, seguem quase invariavelmente a mesma linha de construção, isto é, um corredor comprido com divisões em ambos os lados.

O apartamento, integrado num edifício gaioleiro já centenário, manteve a construção original quase intacta, apesar do decorrer das décadas. Aqui, o objectivo foi reduzir o número das pequenas divisões, criar compartimentos amplos e reorganizar todo o espaço para apresentá-lo com uma roupagem contemporânea e arrojada.

As antigas estruturas, comuns a prédios desta época, são em alvenaria de pedra tipo gaioleiro, sobretudo as paredes da empena e fachada, enquanto as paredes interiores são em tijolo maciço e as lajes grandes barrotes em madeira dissimuladas por soalho, na face superior, e por um tecto falso na face inferior. Foi preciso mexer-se numa parte das estruturas para tornar possível a renovação projectada.

A ampliação da sala de estar sobre dois quartos acabou por ser uma solução versátil na medida em que foi possível colocar a kitchenette no prolongamento da zona social e, assim, proporcionar uma nova atmosfera com esta associação de espaços com algo em comum; a socialização. Eliminou-se três paredes   substituídas por vigas metálicas, enquanto a parede de continuidade com o corredor deu lugar a um ripado de pilares que dissimulam alguns pilares de reforço.

A estas alterações de monta junta-se a reorganização do quarto principal que permitiu criar um walking-closet, sendo que esta solução foi possível graças à deslocação de uma porta do corredor. Por outro lado, dado tratar-se de uma reorganização espacial abrangente, criou-se um quarto adicional, onde antes existia a cozinha original, e projectou-se uma instalação sanitária adicional no lugar da antiga despensa.

Antes com divisões pequenas, este edifício centenário transformou-se num espaço amplo, fluido e prático com uma ventilação e iluminação mais eficientes, valorizando o bem-estar e a sua vivência.

 

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