Apartamento na Artilharia 1

 

 

O apartamento tem uma localização privilegiada na Rua Artilharia 1, no centro de Lisboa, entre as Amoreiras, o Parque Eduardo Sétimo e a Praça Marquês de Pombal. O seu nome foi dado pelo Edital de 7 de Agosto de 1911, homenageando assim as duas unidades do exército que contribuíram para a vitória republicana em 5 de Outubro de 1910.

A Obra realizada pela empresa CVZ Construções, que aceitou o desafio de um projeto chave na mão e convidou o Atelier Bruno Câmara Arquitetos para realizar o projeto de arquitetura de remodelação total, para um cliente de investimento imobiliário que tinha o objetivo de valorizar o apartamento através da arquitetura de autor e colocá-lo no mercado de habitação de luxo.

Transformando um escritório de 202 m numa habitação, uma premissa atual do governo para o mercado habitacional da cidade de Lisboa. Com uma tipologia T4, com uma master suíte, o projeto visa a remodelação de um apartamento, com ênfase na luz natural e na espacialidade, preservando o valor histórico da arquitetura circundante e adaptando-a aos padrões modernos de conforto e funcionalidade através de um espaço onde a luz e simplicidade de linhas são protagonistas. Pretendeu-se harmonizar o ambiente e construir uma nova realidade habitacional privilegiando a arquitetura dos seus interiores, criando uma grande zona de espaço social com uma cozinha aberta para a sala, e tirando partido da luminosidade natural de duas fachadas distintas com duas orientações solares diferentes, complementando-a com elementos de luz artificial indireta em planos contínuos horizontais e verticais em mobiliário fixo e com revestimentos em materiais nobres, como a pedra e a madeira maciça.

O espaço privado é valorizado através da criação de quartos que são suítes independentes, assinalando pontual e intencionalmente os espaços de arrumação com luz indireta. A base do conceito do projeto é a de criar uma imagem de leveza e harmonia em todos os espaços com a integração de planos e de iluminação indireta, através das sancas de luz, permitindo assim uma continuidade da espacialidade e seguindo uma estética minimal, com uma decoração isenta de excesso de informação e sem ornamentação. Esta característica de proposta de iluminação permite uma vivência espacial mais confortável e alinhada com as exigências do habitar contemporâneo.

O projeto define-se pela sua materialidade, a pedra mármore e a madeira maciça. Estes elementos fazem a união entre os diferentes espaços das zonas sociais com as mais privadas. Outro elemento central da caracterização do espaço é utilização da pedra, na área da cozinha e nas zonas de maior intimidade, conferindo a estas áreas a sua individualidade e a verdadeira grandeza do material. O jogo entre materiais realça, une, contrasta, identifica áreas e forma a sua própria espacialidade.

Tirou-se também partido das características de luminosidade existentes, visto tratar se de um apartamento com três fachadas, com orientações cardeais diferentes, optou-se por demolir várias paredes e abrir um novo rasgo de luz através de uma varanda que estava encerrada. Proporcionando espaços mais amplos e aproveitando a luz natural exterior nas diversas orientações de exposição solar, tirando partido da luz natural em todas as zonas do apartamento e durante as várias horas do dia, melhorando assim a habitabilidade no seu interior. Desta conjugação nasce o conceito base da remodelação e reforça a ideia que “a arquitetura é luz e a nobreza está nos materiais”, citando o autor do projeto, o arquiteto Bruno Câmara.

Nesta reabilitação que transforma um escritório em habitação, a linguagem estética destaca-se não apenas pela sua materialidade e arquitetura de luz, mas também pela neutralidade das paredes e do mobiliário, na simplicidade de linhas e na ausência de ornamentação. Criando assim uma harmonia e conforto acolhedor fundamental para o viver do apartamento, no centro da Cidade, num espaço onde a luz e a simplicidade são protagonistas.