Apartamento Palma

A intervenção no apartamento Palma teve como premissa principal a reestruturação total do espaço existente no sentido de criar uma nova proposta de habitar, mais real, mais fluida e, sobretudo, mais viável aos futuros habitantes. O apartamento existente conformava uma tipologia vulgar dos anos 80, onde a organização espacial se fazia com base na compartimentação dos espaços. A entrada original abria-se para um vestíbulo; a este seguia-se um hall de distribuição tripartida para a zona social, zona íntima e zona de serviços. A partir deste espaço de distribuição central, as diferentes atividades domésticas viviam separadamente.

A proposta passa pela fusão de algumas destas diferentes zonas, no sentido de dar sequência a uma nova vivência doméstica, mais espontânea e natural e menos protocolar. Cria-se, assim, um grande espaço central do habitar, onde tudo acontece. Com este princípio, a casa foi aberta de um extremo (da cozinha) ou outro (da sala comum) num espaço amplo que junta o espaço de serviço com o espaço social e com a zona de entrada da habitação. Para reforçar a existência comum deste grande espaço, a lareira coloca-se simbolicamente como centro unificador espacial e vivencial, visualmente perceptível em todo o espaço comum de estar, trabalhar e receber. Em contrapartida a esta amplitude espacial e vivencial é proposto um conjunto de paredes ocultas e deslizantes que, ao fechar, ajustam os domínios público e privado à medida das atividades pretendidas. Propõe-se, através destes artefactos, dar sustentação às habituais mutações das vivências domésticas diárias do habitante contemporâneo. Além disso, toda a zona dos quartos apresenta uma segmentação relativamente convencional que resguarda o descanso e a intimidade doméstica dos seus habitantes.

A proposta do apartamento de Palma afirma a fluidez espacial e a espontaneidade vivencial, importantes para o habitante dos nossos dias. Desta forma, as actividades domésticas fundem-se com o ócio num viver contínuo e mais liberto de vínculos sociais.

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FICHA TÉCNICA

Gabinete

Pedra Silva Arquitectos
Localização do projecto
Lisboa, Portugal
Área
160m2
Ano do Projecto
2011
Coordenação
Luís Pedra Silva
Equipa
Hugo Ramos
Rita Pais
Jette Fyhn
Dina Castro
André Góis Fernandes
Ana Lúcia da Cruz
Ricardo Sousa
Bruno Almeida
Fotografia
João Morgado – Fotografia de Arquitetura

 

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