Casa dos Combatentes

Casa dos Combatentes – O projecto apresentado diz respeito à recuperação de uma habitação burguesa do início do século XX na cidade do Porto e teve como premissa fundamental, a adaptação dos espaços e as formas de habitar daquela época às necessidades e utilizações actuais.

Com base nesta premissa, numa primeira fase, o maior desafio demonstrou ser a escolha entre o que se deve preservar e recuperar, não perdendo o valor do existente e o que se propõe substituir, acrescentar e adaptar.

Trata-se de uma casa de três pisos, com um logradouro de estilo romântico, de 571 m2, que mistura apontamentos de art déco com soluções estruturais e artísticas anteriores a esse movimento, mostrando-se assim um conjunto fortemente marcante mas que ao mesmo tempo se revelava sem grande critério.

Desta forma, numa primeira abordagem procurou-se depurar o conjunto, limpando os excessos e enfatizando os elementos fundamentais e efectivamente marcantes da habitação, tais como, pequenos frisos das platibandas e janelas, vitrais da escadaria principal, carpintarias interiores, a estrutura principal feita em madeira e principalmente a luz no interior da casa, fruto da composição original dos alçados.

Adoptou-se assim, que estes elementos deveriam ser recuperados e enfatizados e tudo o resto substituído ou melhorado. Aumentando alguns dos espaços interiores, como a cozinha e a sala principal com o acréscimo da biblioteca e da sua área útil, tal como, as instalações sanitárias agora a serem redesenhadas, uma por quarto. Reconfigurou-se também a escadas interiores e adicionou-se o elevador como elemento estrutural e funcional da casa.

Quanto ao exterior, teve-se uma abordagem mais contemporânea, de caracter brutalista, com o desenho e prolongamento do piso térreo, todo em betão aparente que faz o volume da garagem e da piscina, ao mesmo tempo que a sua cobertura ajardinada permite ser o jardim da casa e uma extensão da sala de jantar e da cozinha para o exterior.

Por fim, de salientar que a sua envolvente de caracter urbano, é originária das primeiras expansões da cidade para fora do centro e onde se concentra um vasto número de casas, todas elas datadas do inicio do século XX. Transformando assim o Lugar na premissa basilar do projecto, procurando-se este se camuflasse na envolvente e que não se transformasse num elemento de ruptura com o lugar, depurando o existente sem perder assim o seu maior valor histórico.