A Casa Fronteira resulta da reabilitação de um apartamento duplex dos anos 50, localizado num dos primeiros edifícios em regime de cooperativa de habitação em Lisboa, autoria do Arq. Jorge Albuquerque.
Partindo de uma organização interna funcionalista, segundo um sistema modelar com espaços de estreita dimensão, a intervenção acrescentou uma maior flexibilidade e dinâmica espacial ao interior, permitindo um uso mais espontâneo e adaptável aos novos modos de habitar.
Focou-se em manter a nobreza característica dos interiores modernistas, mediante a reabilitação de materiais existentes, qualificando-os com o uso de novos materiais, tais como a madeira de Kâmbala, azulejos de proporção esbelta, com vidrado artesanal verde-escuro, e um teto em estuque veneziano.
O primeiro piso foi concebido como um amplo espaço social, incorporando duas paredes móveis, paralelas, que adicionam a possibilidade de diferentes configurações: um único espaço na sua máxima amplitude, num cenário em que as paredes móveis se ocultam totalmente e todas as outras variações espaciais possíveis, mediante a subdivisão ou união, gradual ou total, das áreas de hall, sala de estar e sala de jantar.
No piso superior, no átrio das escadas e acesso aos quartos, a flexibilidade dá lugar à exploração dos limites difusos do espaço, através da reflexão espacial da cor, recorrendo a um teto baixo revestido a estuque veneziano num tom ocre. A superfície polida do teto torna-se também uma característica única, criando um fundo de cena para quem sobe a escada helicoidal.
A madeira de Kâmbala revela-se de uma forma constante em todo o projeto, dando ênfase à nova intervenção: é usada nas paredes móveis no piso inferior, no redesenho do átrio do piso superior, e simultaneamente na criação de novas peças de mobiliário, especificamente desenhadas e integradas na organização dos espaços.
Casa Fronteira is the result of a 1950’s double-storied flat refurbishment, located in one of the first housing co-operative buildings in Lisbon, designed by architect Jorge Albuquerque.
Starting from a functionalist internal organization, according to a model system with narrow spaces, the intervention added greater flexibility and spatial dynamics to the interior, allowing it to be used more spontaneously and adaptable to new ways of living.
It focused on maintaining the noble’s characteristics of modernist interiors by rehabilitating existing materials, qualifying them with the use of new materials such as Kambala wood, tiles with dark green handmade glaze and a Venetian plaster ceiling.
The first floor was conceived as a large social space, incorporating two movable, parallel walls, which add the possibility of different configurations: a single space at its widest volume, in a scenario where the movable walls are completely hidden; and all the other possible spatial variations, through the gradual or total subdivision or union of the hall, living room and dining room areas.
On the upper floor, in the stair’s atrium and bedroom’s access, flexibility gives way to the exploration of the diffuse limits of space, through the spatial reflection of color, using a low ceiling covered in Venetian plaster in an ochre tone. The polished surface of the ceiling also becomes a unique feature, creating a backdrop for those climbing the spiral staircase.
Kambala wood features constantly throughout the project, emphasizing the new intervention: it is used in the movable walls on the lower floor, in the redesign of the atrium on the upper floor, and simultaneously in the creation of new pieces of furniture, specifically designed and integrated into the organization of the spaces.
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Projeto
Casa Fronteira | Fronteira House
Localização
Lisboa, Portugal
Arquitetura
Volume Architecture Lisbon Studio
Arquitetos Responsáveis
João Caria Lopes + Rodolfo Reis
Equipa
Rodolfo Reis, João Caria Lopes + Adam Burguer + Andreas Hinojosa
Construção
Ediftec, Arima
Fotografias
do mal o menos – Eduardo Nascimento
Área
180 m2
Ano
2024