Situado no concelho do Seixal, o projeto Casa Paúl de Arzil teve como característica a definição de um objeto escultórico branco, de desenho depurado, fazendo convergir os seus pontos fortes para a relação solar e o foco na qualidade visual de todas as assoalhadas para a zona lúdica familiar, dando prioridade às vistas da plenitude da Serra da Arrábida ao fundo da paisagem, permitidas pela cota elevada do lote.
A solução para a habitação pretendeu respeitar a morfologia original do terreno, que serviu para confinar e centralizar toda zona de lazer, seja ela interior ou exterior, privando-a da vista de rua com o auxílio de um arranjo paisagístico. Este respeito pela altimetria pré-existente permitiu lançar em balanço um conjunto de paramentos que conferem um aparente maior volume à habitação, face à realidade da planta, porém, potenciando um conjunto de novos espaços.
A simplicidade da forma conseguida, cuja essência se transporta para elementos curvos, aliada a um conjunto de vazios exteriores na cobertura, permite quebrar uma eventual monotonia e fazer o volume ganhar dinâmicas, sombras e brilhos diferentes durante o dia, decorrentes do percurso da geometria solar no espaço, realçando a vida da habitação.
A vontade e orgânica familiar traduziu-se numa distribuição simples, onde o contágio de proximidade acontece em todos os momentos, incluindo os relacionados com o exterior. Numa primeira abordagem separou-se o circuito de acesso pedonal à entrada principal do espaço social, centro do programa. Aqui as visitas apenas passam a vislumbrar o cerce da habitação ao se transporem para o hall, onde, com as permeabilidades que são programadas, lhes é possível difundir o percurso do seu olhar pela sala e espaço exterior equipado com piscina. O que até esse momento lhes era privado. Assim se vai revelando o conceito poético da habitação que se deixar fluir em todo o redor sem as esperadas barreias.
A zona social, confunde o interior com o exterior, ao se ver pensada como um todo e totalmente difundida em diversos sentidos, onde as relações promovidas se fundem entre pátios, jardins confinados ou espaços de refeições exteriores, permitindo sempre o olhar atento dos adultos sobre as crianças.
O espaço de descanso recebe um conjunto de suites destinadas às visitas e aos filhos do casal, fazendo-se destacar a suite principal que surge permeabilizada em 2 sentidos, convivendo tanto com a piscina e zona lúdica como com o seu jardim privado, oculto da restante habitação.
A necessidade utilitária implantou um pequeno volume dependente reservado á função de estúdio, que apesar de anexo, teve o tratamento da linguagem do edifício principal, unificando-os através da continuidade da relação das coberturas, recebendo-o, mas permitindo no conjunto, criar um novo espaço exterior sombreado adjacente ao espaço social.
Tenta-se, com a linguagem impressa neste projeto, relacionar a identidade moderna da família com o brilho de um novo lar, capaz de corresponder às suas necessidades e conferir uma marcada melhoria na sua qualidade de vida.
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