Colégio Luso-Francês

O Colégio Luso-Francês situa-se na cidade do Porto ocupando a totalidade do quarteirão triangular em que se insere.

Pretendeu-se preservar um dos edifícios mais antigos, o “Palacete”, classificado como Imóvel de Interesse Patrimonial, bem como uma parte do colégio existente – correspondente ao volume mais recentemente construído, a Poente -, e, ainda, a capela inserida no conjunto.

O Colégio existente já não se adequava às necessidades atuais e às novas funções do ensino devido à evolução das necessidades educativas e pedagógicas, pelo que se adotou uma estratégia de profunda intervenção, procurando criar espaços adequados às expectativas escolares e que permitissem a melhoria das condições de segurança, qualidade espacial e ambiental. O novo Colégio pretendia ter uma oferta educativa para o Ensino Pré-Escolar, e 1º e 2º Ciclos do Ensino Básico.

Posto isto, o novo edifício desenvolve-se em 3 pisos acima da cota de soleira – destinados aos espaços escolares – e 1 piso abaixo – destinado a estacionamento -, e é composto por 5 corpos com volumetrias diferenciadas que se interligam interiormente.

O corpo central é onde os outros acima referidos se encontram e, por isso, a distribuição principal é feita por aí. É por isso que se localiza aí a entrada da escola e os espaços de apoio geral e serviços. O corpo a Sul destina-se ao Ensino Pré-Escolar; o corpo a Norte é constituído pelas salas de aula destinadas ao 1º e 2º ciclos do Ensino Básico; e o corpo a Oeste destina-se ao Pavilhão Desportivo e ao Auditório – com capacidade para 398 lugares.

Neste último corpo, a Oeste, existe também um acesso independente à Escola, para que possa ser utilizado de modo autónomo, a partir de um átrio exterior coberto que recebe os utilizadores externos à Escola. Deste modo, definiram-se dois eixos que são as linhas definidoras do projecto.

A entrada principal para uso quotidiano é feita através de um acesso privado – pedonal e automóvel -, que cruza o lote e conecta duas das ruas que confrontam com o Colégio. Esta entrada é caracterizada pela grande pala em balanço que acolhe o utente e permite que o percurso desde a rua até ao interior da escola seja coberto e resguardado.

A interseção das diferentes volumetrias possibilitou a formação de pátios interiores de apoio aos vários espaços, designadamente: a zona destinada ao Ensino Pré-Escolar, a zona de recreio para o Ensino Básico e o campo de jogos.

Relativamente à integração urbana do edifício e de modo a diminuir o impacto da construção no seu contexto urbano, recuavam-se os volumes com 3 pisos fragmentando a massa volumétrica. Foi criando, ainda, um embasamento em betão aparente que enfatiza a horizontalidade, acompanhando o movimento das ruas.

• José Campos