Dictomia do Instável

A Dicotomia do Instável situa-se no centro da cidade de Braga num contexto económico marcado pela voraz actividade comercial. Assumindo o desafio de projectar uma loja de decoração, partiu-se para uma estratégia conceptual que fosse capaz de gerar um espaço atractivo com uma forte componente visual capaz de satisfazer não só as necessidades programáticas do espaço mas também de ser um foco de aceitação mediática própria de uma estrutura de projecção e marketing ao qual estaria associada a marca. 

Assim e olhando para o espaço, este com características peculiares onde a frente de rua se mostrava relativamente reduzida perante a profundidade da mesma e onde o pé direito elevado lhe conferia escala, tornou-se óbvio a necessidade de fragmentar longitudinalmente a loja em dois espaços distintos comunicantes entre si. Sendo esta a premissa que iria estruturar todo o projecto desconstruiu-se as paredes e o tecto gerando a ilusão de rotura estrutural do espaço, servindo o efeito para hierarquizar as divisões programáticas e gerar toda a envolvente visual que iria definir a leitura da loja. Esta lógica, além da vantagem acima supracitada, potenciou uma comunicação estruturada entre todos os espaços, em que o vivenciador dos mesmos assumiria sempre referencias com uma grande componente sensorial, fazendo um trajecto emotivo que os ligaria ao espaço e ao produto em exposição.

Relativamente à materialidade procurou-se manter uma leitura homogénea em todo o espaço, destacando a sala de reuniões, que sendo um bloco em leitura descontinuada do resto do espaço, se atribuiu um revestimento impar de todo o resto, uma estrutura ripada em madeira de pinho disposta na vertical cujo efeito transmite uma verticalidade ao espaço com o intuito de anular a existente profundidade do mesmo. A todo o espaço restante foi aplicado o branco enquanto cor dominante, assumindo a leveza da dissipação da luz no espaço.