O local era um monte com uma pedreira no seu topo e o Cliente pretendia um estádio com 30.000 lugares.
Eduardo Souto de Moura imaginou um estádio com apenas duas bancadas – como num teatro grego, uma seria escavada na pedra; a outra surgiria do chão, isolada. Uma opção mais convencional, com 4 bancadas, tinha entretanto sido desenvolvida. Aceitando o risco e o seu maior custo, o Cliente optou pela solução mais arrojada.
O Estádio Municipal de Braga, foi construído para o Campeonato Europeu de Futebol – EURO 2004 tem uma capacidade para 30.154 lugares sentados cobertos. A forma final do estádio contempla duas bancadas, uma de cada lado do campo de jogo, com uma cobertura suspensa por cabos, que vence um vão de 200m.
É um protejo de linhas arquitetónicas inovadoras e uma obra de engenharia notável.
O Estádio está implantado no espaço de uma pedreira desativada e integra-se harmoniosamente na paisagem ocupando a encosta do Monte Crasto virada ao vale do Rio Cávado.
Sem bancadas nos topos, o estádio aproveita o anfiteatro natural formado pela encosta e abre-se à paisagem envolvente com um grande efeito cenográfico, em que apenas as duas bancadas laterais e a pala parecem resultar do trabalho do arquiteto.
Os cabos da cobertura têm uma curvatura única, sendo a sua estabilização à acção do vento garantida pelo peso próprio da laje em betão. O comportamento da cobertura foi verificado através de ensaios em túnel de vento recorrendo-se a um modelo rígido e um modelo aeroelástico.
A cobertura foi executada com elementos pré-fabricados, que foram colocados na respectiva posição por deslize de cada um deles ao longo dos cabos. Após posicionamento de todos os elementos nos locais adequado foi colocada uma camada de betão de solidarização “in situ”. Para drenar as enormes superfícies da cobertura foi definido que os traçados dos cabos apresentariam uma variação da flecha central apenas para um dos lados, garantindo-se deste modo uma pendente constante do bordo inferior das duas lajes da cobertura. Isto permitiu que a água da chuva seja drenada na extremidade de cada cobertura, caindo em cascata para duas bacias de recolha de águas separadas – com características arquitectónicas próprias – que possuem “canais” horizontais em aço inox, vencendo uma consola de 25 m e suportados por pilares de betão com alturas de 16,5m e 3,2m. Esta água é drenada pelo interior do pilar até ao sistema de drenagem local.
Muitos dos traçados das tubagens situam-se no interior dos montantes de betão armado. Ambas as faces destas paredes serão visíveis depois de concluída a obra, pelo que, é essencial uma coordenação rigorosa entre as instalações especiais e a estrutura.
O Estádio Municipal de Braga, conhecido por “A Pedreira”, afirma-se como uma mais-valia para o concelho, valorizando a cidade e a região.
Estádio Municipal de Braga
Localização
Braga, Portugal
Arquitetura
Eduardo Souto de Moura
Engenharia
Afaconsult – Eng. Rui Furtado
Infraestrutura
Capacidade (Lugares sentados no total): 30 286
Público: 29.380
Tribuna de honra: 99
Lugares camarotes: 882
Lugares deficientes motores: 32
Espaços públicos (Total): 44
Postos de comida e bebidas: 20
Postos de primeiros socorros: 4
Telefones públicos: 20
Instalações sanitárias: 352
Comunicação social (Total): 814
Rádio & TV: 264
Imprensa: 418
Observadores: 132
Espaços de apoio: 10.071 m²
Espaço para a UEFA: 1.073 m²
Estacionamento (Total): 7.224
No recinto do estádio: 5.224
Num raio de 1,5 km: 2.000
Outros equipamentos:
Posto de polícia
Sala de segurança
Sala de controlo
Sala de bombeiros
Ano
2013
Fotografias
Afaconsult