Estádio Universitário

O projeto de reabilitação da bancada e sede do CDUP, promovido pela Universidade do Porto e desenvolvido pela Crea, inscreve-se no contexto do Estádio Universitário, localizado em plena quinta do Campo Alegre e inaugurado em 1953.

Um processo longo, com uma pandemia pelo meio, e que conhece hoje o momento da inauguração.

O desafio que nos foi proposto tinha como pressuposto a reabilitação do edifício existente da bancada, bem como a integração de novos edifícios para o CDUP, e foi esse espírito de desenhar um conjunto coeso que animou o projeto, também porque a arquitetura não tem nem deve romper com o contexto, e deve ser relacional no tempo.

O edifício existente da bancada, inspiração racionalista, refletida na composição e sobriedade do alçado à via de acesso, disposto em rigorosa simetria e com composição definida por uma métrica de pilares que confluem no negativo da entrada porticada, loggia sobre a rua que assinala a passagem para o interior do estádio, destacam-se os baixos relevos cinzelados em mural de granito, com motivos que remetem para o imaginário da mitologia da antiguidade clássica e aos jogos originais.

Paralelamente à reabilitação estrutural, foi prevista a reformulação do espaço interior onde se inscrevem as áreas de apoio aos campos de jogos, incluindo, entre outros espaços, os balneários, vestiários, gabinete médico e áreas de circulação, com o acesso aos campos de jogos e a distribuição para as duas alas da bancada, por parte dos utentes do recinto, a decorrer pelo pórtico central aberto à rua. O acesso por parte dos espectadores é efectuado pelas escadarias que se situam nos topos da bancada, prevendo-se ainda a introdução de assentos de bancada para sensivelmente 600 pessoas, e com um aumento significativo da área coberta, através da reformulação da cobertura.

No alinhamento longitudinal da bancada existente, estão implantados os dois novos edifícios que integram o conjunto, e que absorvem o programa da sede do CDUP e de apoio aos alunos universitários, inscrevendo nomeadamente gabinetes de trabalho, salas de reunião e de convívio e multiusos. Desenhados em articulação com a pré-existência na relação volumétrica, deixam-se contaminar pela métrica da bancada, mas que é reinterpretada e que se liberta da simetria, num registo mais fluido e dinâmico.

Já a nascente, os edifícios abrem-se generosamente para os campos de jogos, inscrevendo a mesma dinâmica compositiva na disposição dos pilares em betão aparente nas fachadas, que ora desenham varandas, ou grandes planos a emoldurarem o relvado.

Há uma austeridade de meios que está patente na bancada, e que também emprestamos para a síntese que procuramos nos edifícios novos: o betão pigmentado que desenha as fachadas também invade o interior, e é o revestimento dos tetos e pavimento térreo, em cor terracota, que introduz esta vibração, em contraste com a sobriedade da bancada, e com a mancha arbórea do entorno.

 

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FICHA TÉCNICA

Projeto
Estádio Universitário

Localização
Porto, Portugal

Cliente
Universidade do Porto

Arquitetura
CREA

Colaboradores
Bruno Soares, Rita Correia, Teresa Osório
Engº. Estruturas
Armando Vale
Engº. Electricidade
Luís Oliveira
Engº. Inst. Mecânicas
Bruno Henrique
Eng.ª Inst. Hidráulicas
Alexandra Vicente
Construtor 
Camacho Engenharia, S. A.

Fotografia
Fernando Guerra

Área do Terreno
41 412,7 m2

Datas do Projeto
2019-2021

Datas da Construção
2021-2024

FOTOGRAFADO POR
PDFS
Galeria
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